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Polícia investiga possíveis crimes em negociação que teve vaga 'prometida' na base do Corinthians

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Por Meu Timão

Categoria de base do Corinthians teve polêmica envolvendo pagamento para garantir vaga de jovem no Sub-17

Danilo Augusto/Meu Timão

A Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação em uma negociação de jogador que prometia uma vaga no Sub-17 do Corinthians. A denúncia, feita pelo diretor da base do Timão, Osvaldo Neto, é de falsidade ideológica e até de estelionato. A informação é do ge.globo.

O crime teria acontecido no final de 2021. O inquérito foi instaurado em agosto do ano passado, após a denúncia de Osvaldo Neto. O dirigente alega que teve a sua assinatura fraudada, fato confirmado por perícia do Instituto de Criminalística. Com a acusação, a Polícia Civil já realiza a investigação e ouviu testemunhas e suspeitos dos crimes, ainda estando com a apuração não concluída.

A denúncia de Osvaldo Neto é por conta do lateral-direito Lucas, que na época que o crime foi supostamente cometido tinha apenas 16 anos. O jovem atuava por uma equipe de Santa Catarina. Dois intermediários confessaram que pagaram para garantir uma vaga do atleta no Sub-17 do Timão. Nos relatos, os valores citados são de R$ 55 mil e R$ 60 mil, havendo divergência no que cada um confirmou.

Lucas foi barrado dos treinos com o restante dos jogadores do Sub-17. Ele chegou a posar para fotos no Parque São Jorge e na Fazendinha, estádio que recebe os jogos da base do Corinthians.

Os familiares do jovem jogador possuíam uma carta, em papel timbrado do Corinthians, que tinha os exames médicos de Lucas agendados no clube. Na certificação, havia uma assinatura do diretor Osvaldo Neto, que prontamente negou ter assinado e autorizado o documento ao ge.globo.

“A diretoria do Corinthians não pede dinheiro para nenhum negócio, usaram o meu nome e do clube. Sou vítima. O papel não tem nada a ver com o oficial do Corinthians, e a assinatura não é a minha”, disse Osvaldo.

O Corinthians se manifestou por meio do seu departamento de comunicação lamentando o ocorrido.

Lamenta que casos como esse ainda aconteçam e prejudiquem emocionalmente e financeiramente famílias que procurem o objetivo de ajudar seus filhos a alcançarem o sonho de jogar futebol profissionalmente e reforça a todos que se informem das práticas corretas de nossas peneiras oficiais. Dessa forma, o Corinthians também é vítima de criminosos que se passam por falsos empresários", escreveu o clube.

A Polícia Civil iniciou a investigação em 04 de agosto de 2022 e ainda não finalizou as buscas. Já foi comprovado que a assinatura de Osvaldo Neto na carta de Lucas não é original, assim como afirmou o dirigente.

A pessoa que cometeu o crime pode ser indiciada por estelionato, já que recebeu dinheiro por uma vaga que não poderia fornecer. Além disso, pode ser caracterizado como corrupção privada no caso de algum dirigente do Corinthians ter recebido para usar o seu poder para passar na frente do clube.

Um dos investigados, Bruno Lopez de Moura, foi informado que o dinheiro seria distribuído no Corinthians, e em espécie, para dificultar as investigações. Rodrigo Sodré, outro que também está sendo investigado, alegou que todos faziam parte da operação, inclusive membros da cúpula do Corinthians. Os dois dizem que ouviram todas as informações do empresário José Ricardo Dias, que ainda não foi encontrado pelo polícia.

O Corinthians foi questionado pela reportagem se abriu uma investigação interna sobre o caso e respondeu ao ge.globo que o diretor e o clube se mantém à disposição para qualquer esclarecimento, além de reforçar que o Timão não pede qualquer valor para vagas na base.

“Desde o conhecimento da denúncia e da abertura de inquérito o diretor de futebol de base, Osvaldo Gomes Corrêa Neto, prontamente prestou esclarecimentos no sentido de provar a falsificação de sua assinatura no documento e, até hoje, se mantém à disposição para qualquer esclarecimento sobre o caso, tendo já provado não ter qualquer participação no ocorrido. Tanto o diretor da base como o próprio Corinthians são vítimas também desse golpe de falsidade ideológica”, disse o clube.

"Ao mesmo tempo, o Corinthians reforça os frequentes comunicados nas redes sociais do clube, da base e no site oficial alertando a população sobre a forma correta de participar das nossas peneiras, da não cobrança de valores e pedindo atenção para possíveis golpes de falsos empresários e vagas nas categorias de base do clube", completou.

Todo o caso foi avisado por André Campoy, que foi diretor da base do Corinthians entre 1993 e 2003. O ex-dirigente corinthiano foi quem notificou Osvaldo Neto sobre a falsificação da assinatura na carta do jogador.

Bruno Lopez, que está preso apontado pelo Ministério Público como líder do esquema de apostas e manipulação de jogos do Campeonato Brasileiro de 2022, confessou ter recebido R$ 60 mil, mas que ficou apenas com R$ 5 mil e o restante foi repassado para José Ricardo Dias fazer a "distribuição" no Corinthians. Rodrigo Sodré, também empresário, diz que na época representava o atleta Lucas, mas a família do mesmo nega. Ele afirmou em depoimento que pagou R$ 55 mil.

As investigações seguem em andamento e estão sendo conduzidas pelo delegado João Batista Filogonio, do 52ª DP, no Parque São Jorge, Zona Leste de São Paulo. A polícia ainda tenta ouvir José Ricardo Dias e André Campoy.

Veja mais em: Parque São Jorge e Base do Corinthians.

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