x
Novo diretor financeiro do Corinthians revela temor por transfer ban e comenta estratégia no mercado
22 mil visualizações 221 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
O principal medo da nova diretoria alvinegra é ser penalizado com um transfer ban por causa da dívida com o Argentinos Juniors, antigo clube de Fausto Vera
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
Apesar de ser uma nova diretoria, os temores do Corinthians seguem sendo os antigos. Nos bastidores do Parque São Jorge, há um temor do clube levar um novo transfer ban por causa da dívida com o Argentinos Juniors pela compra de Fausto Vera. Rozallah Santoro, novo diretor financeiro do Timão, contou os medos gerados por causa da dívida a curto prazo.
"Queria aproveitar a pergunta para dizer que não vai ser fácil. Principalmente nesse começo. Existe, sim, a preocupação [de transfer ban]. A dívida do Fausto Vera de alguma forma está planejada no fluxo, mas não é a única. O curto prazo é o maior problema por causa de bloqueio de conta, penhora, transfer ban. Se olhar na ponta do lápis, temos algo em torno de R$ 350 ou R$ 400 milhões que são o grande problema do Corinthians. Contas que vencem até o meio do ano. É difícil, não é terra arrasada. Dá para fazer, mas é difícil. Temos que contar com o fluxo extraordinário para compor o fluxo. Televisão, patrocinadores, Liga... Com 100 ou 150 milhões de receitas extraordinárias dá para encarar o desafio de curto prazo", disse Rozallah em entrevista ao UOL.
A equipe argentina já entrou com duas ações na Fifa contra o Corinthians exigindo o pagamento de parcelas atrasadas. Segundo Wesley Melo, atual diretor financeiro alvinegro, falta o clube pagar por volta de R$ 16 milhões ao Argentinos Juniors.
Em meio a isso, Augusto Melo promete que o Corinthians vai estar atuante no mercado. Tanto é que está próximo de acertar com Raniele, do Cuiabá, e acertou com o Benfica, de Portugal, a contratação de Lucas Veríssimo em definitivo. O caminho: pagar esses valores parcelado.
"Com o sufoco do curto prazo, posso até ter orçamento e o dinheiro não é carimbado no caixa", explicou o novo diretor financeiro. "Diria para você que o caminho, sim, é fazer proposta parcelada. Vai querer R$ 10 milhões à vista? Fica mais difícil. Todos os clubes têm mesma situação de caixa, a nossa um pouco mais, mas não significa que outros não têm".
Atrelado a isso, Rozallah explica que a nova diretoria do Corinthians quer "gastar bem" o dinheiro que tem em caixa. Com isso, o clube trabalha junto ao CIFUT para identificar os melhores jogadores para reforçarem o elenco alvinegro - foram eles que barraram Emmanuel Martínez, do América-MG, por exemplo -, além de evitar o discurso de "jogadores que vem de graça".
"Não existe jogador de graça no futebol. Aí falam que um patrocinador paga um jogador. O discurso até cabe, um dinheiro novo, patrocinador novo, para um jogador que vem fora do orçamento. Mas não tem jeito. Dinheiro no caixa não tem carimba, vai para necessidade emergencial. Jogador de graça vem com tudo que não se paga em transação, com luva e comissão geralmente mais altos", comentou Rozallah.
Além dos acertos com Raniele e Veríssimo, o Corinthians tenta as contratações de Erick, do Athletico-PR, Soteldo, do Santos, e Maurício, do Internacional. Além deles, negociou a chegada de Robert Renan, mas deu para trás no negócio devido ao impasse quanto ao tempo de empréstimo.
A janela de transferências no Brasil abre dia 11 de janeiro e vai até 7 de março. Assim sendo, Rozallah, Augusto Melo e companhia terão cerca de três meses para reformular o elenco alvinegro.
