Diretor do Corinthians traça estratégias para reduzir 'dura' situação financeira do clube; veja mais
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Por Meu Timão
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Rozallah Santoro assume o cargo de novo diretor financeiro do Corinthians em janeiro
Meu Timão
O recém-nomeado diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, está plenamente ciente da "dura" situação financeira do clube. Embora assuma oficialmente o cargo em janeiro, o profissional destaca a complexidade de construir uma equipe competitiva diante de uma dívida tão alta como a do clube corinthiano.
"O Corinthians vive uma situação bastante dura de caixa. É um clube bastante endividado, que tem, em que pese o resultado operacional positivo, seus problemas para financiar seu caixa no dia a dia. Vamos encontrar uma situação que, assim, não tem nenhuma surpresa. Encontrei o que esperava encontrar. O que esperava encontrar não era o que via nas apresentações nas reuniões do Conselho. Tinha um viés, que foi confirmado, de que a gente tem um desafio gigante pela frente e que vamos encontrar uma dívida que vai comprometer nossa capacidade de montar um time muito mais competitivo, que poderíamos ter", falou à Gazeta Esportiva.
O diretor ainda revelou que a recente renegociação de impostos, somada à anterior realizada com o Profut quase uma década atrás, totaliza uma cifra de R$ 550 milhões. Ao incluir os valores relacionados à Neo Química Arena, o montante chega a R$ 1,25 bilhão. Diante desse cenário, a premissa estabelecida para 2024 é a de não realizar qualquer alteração no orçamento do futebol em comparação ao ano anterior.
"A gente acabou de fazer uma renegociação grande de impostos. Se somarmos essa renegociação que foi feita com o Profut, que já tínhamos feito quase dez anos atrás, estamos falando de R$ 550 milhões só de impostos. Somado isso à Arena, temos R$ 1,25 bilhão que já perdemos de vista. Dentro dessa realidade, buscamos, como premissa para 2024, não fazer nenhum tipo de alteração do que era o orçamento de futebol do ano passado", pontuou.
A meta é clara: reduzir custos e ampliar as receitas. Rozallah destacou o desinteresse em prolongar a dívida de curto prazo, enfatizando os prejuízos associados à judicialização, custos processuais, multas e juros. Além disso, afirmou que o novo diretor de marketing, Sergio Moura, já está engajado em estabelecer contatos para atrair novos parceiros.
"Não tenha dúvida de que todo orçamento será desenhado com uma composição de receita. Teremos uma busca incessante por diminuição de custo e aumento de receita. Pode parecer uma frase simplória, mas, levada a cabo, resulta em mais dinheiro para a gente quitar pendências. Não temos interesse nenhum em alongar nossa dívida de curtíssimo prazo. Isso leva à judicialização, custo de processo, multa, juro... Só potencializa o problema. Nome de parceiros novos não tenho para te passar, mas sei que Sergio Moura (diretor de marketing) está conversando com muita gente”, afirmou.
Quando questionado sobre o prazo para a estabilidade financeira do Corinthians, o diretor enfatizou a complexidade da situação. O conceito de uma dívida saudável, do ponto de vista do balanço, seria o dobro do atual valor. No caso do Timão, uma dívida considerada saudável seria de R$ 400 milhões, enquanto o clube enfrenta atualmente uma cifra quatro vezes maior.
“O que é saudável? Quando você pensa em uma empresa, ela tem um resultado operacional, basicamente o que você tem de receita, menos despesa, antes de pagar amortização, juros, impostos e tal. E aí, quando você olha esse valor do Corinthians hoje, é na casa de R$ 200 milhões por ano. O que é uma dívida saudável? Do ponto de vista de balanço, uma dívida saudável é duas vezes esse valor. Uma dívida saudável do Corinthians é de R$ 400 milhões, e nós temos basicamente quatro vezes mais", disse.
Rozzalah, então, compartilhou detalhes do plano do Corinthians para a redução de suas dívidas. A estratégia envolve a redução de um quarto do montante de R$ 1,2 bilhão, focando no curto prazo e buscando equilibrar as contas. O objetivo principal é atingir a igualdade entre despesas e receitas, eliminando o sufoco financeiro até o final do mandato.
“Precisamos reduzir um quarto dela. Estamos falando de R$ 1,2 bilhão. Se a gente conseguir atacar o curto prazo, se a gente conseguir fazer as ‘contas a pagar’ serem iguais às ‘contas a receber’, nisso vou estar zerando meu sufoco. Essa condição, imagino que a gente consiga entregar no final do mandato. Não tenho hoje nenhuma pressa de trocar o longo prazo, o R$ 1,25 bilhão, porque não tem dinheiro mais barato do que aquele", começou dizendo.
"No primeiro mandato, encaramos o problema de curto prazo. Qualquer que seja o próximo presidente do Corinthians, ele vai pegar um clube com menos sufoco de caixa e vai ter condição de fazer um trabalho de amortização antecipada da dívida, podendo investir no futebol e antecipar os vencimentos. Quem sabe consegue desconto para isso. Mas para sair do R$ 1,6 bilhão para chegar nos R$ 400 milhões é algo em torno de seis a nove anos. Teríamos esse mandato, mais dois presidentes pela frente. Se não houver mudança de rota e se a gente acertar bastante, mais do que errar”, complementou.