Cássio fala sobre pressão por desabafo na Argentina e esclarece saída do Corinthians
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Por Rafael Marcon, Rodrigo Vessoni, Vitor Chicarolli e Gustavo Lima
Na tarde deste sábado, Cássio concedeu a última coletiva no CT Dr. Joaquim Grava e falou sobre seus momentos finais com a camisa do Corinthians. Em uma das perguntas, o “Gigante” foi questionado se a pressão sofrida pelo desabafo em sua última partida com o manto alvinegro, diante do Argentinos Juniors, foi a causa final do seu adeus no clube. Sem hesitar, o goleiro elaborou sua resposta.
“Acho que é coincidência (a relação entre a declaração contra Argentinos Juniors e a saída). Tudo acontece quando tem que acontecer. Como falei, em outros momentos, eu fui pressionado… Nada é pior quando sua família é ameaçada. E isso aconteceu em 2022, mesmo assim eu me mantive forte e consegui (superar). Honestamente, depois que eu desabafei (pós Argentinos Juniors), no dia seguinte eu tava leve. Sempre tentei ser o mais honesto possível nas minhas entrevistas e, por mais que eu fosse criticado, eu sempre tentei ser o que eu sou. Mas, eu acho que não (a saída não teve a ver com o desabafo), acho que tudo aconteceu conforme foi acontecendo as coisas”, afirmou Cássio.
Em 2022, o Timão iniciou mal na temporada, com uma eliminação no Campeonato Paulista e um mau início de Libertadores. Naquele momento, Cássio e outros jogadores do elenco alegaram que seus familiares vinham sofrendo com ameaças nas redes sociais. O goleiro chegou a soltar uma nota de manifesto para o caso, mas continuou no clube normalmente, inclusive como titular.
Já o desentendimento mais recente, ocorreu no último 23 de abril, após a derrota para o Argentinos Juniors, em Buenos Aires. Cássio acabou falhando no único gol do rival na partida e as críticas vieram de forma dura novamente.
Na saída de campo, o goleiro desabafou e cogitou até sair do clube. Um mês depois, já com a posição de titular perdida para Carlos Miguel, a saída se concretizou. Apesar da coincidência, o ídolo garantiu que nenhuma mágoa foi guardada daquele dia e ainda chamou a atenção para a importância da saúde mental dos jogadores.
“Conforme os dias foram passando, eu fui pensando, refletindo, conversando com pessoas próximas a mim que eu tenho muita confiança. O Luciano, meu assessor de imprensa, tá sempre comigo, é um amigo muito próximo meu… Entre ele e outras pessoas que eu tenho muita confiança, meus empresários… O Carlos Leite, o Renato, que trabalho com eles há uns 15, 16 anos já. No meu entendimento, e lógico, depois conversando com toda a diretoria do Corinthians, eu achei que aquele momento, era o momento de seguir o meu caminho”, disse o ídolo do Timão.
Cássio ainda esclareceu que decidiu encerrar seu ciclo no clube do Parque São Jorge antes mesmo de ter uma proposta concretizada para atuar em outro clube. Segundo o goleiro, nada aconteceu por impulso, por raiva, ou por contrato, tudo caminhou de forma tranquila e no entendimento de que deveria encarar novos desafios.
“Então, não foi uma coisa na hora do momento da raiva, na hora do momento de estar bravo ou qualquer situação. Não tinha proposta nada, eu ia sair e ficar desempregado. Era uma situação que era o momento de seguir meu caminho e ter um novo desafio”, finalizou o goleiro na entrevista.
Dono da camisa 12 do Corinthians por 12 anos, o goleiro viveu mais momentos altos do que baixos no clube. Cássio se despede com 712 jogos, nove títulos e uma bagagem de idolatria para torcedores alvinegros.