Gabriel Carvalho Apoiador
Vou começar pelo final: 'O caso Johnny Depp (mesmo tendo gente defendendo a Amber Heard com base num discurso identitário parcial) mostra como julgamentos antecipados podem acabar com a carreira de alguém'
Use esta mesma lógica para o Edenilson e o que estão julgando antecipadamente aqui, chamando-o de mentiroso, dizendo que ele que é criminoso...
Até o momento não tem prova cabal de nada, nem para um nem para outro, aparentemente tem a palavra da vítima contra a palavra do acusado e estudos periciais inconclusivos e contraditórios.
Com este contexto, de incertezas, o que se espera do processo penal é a apuração judicial. A autoridade policial tem a prerrogativa de indiciar para que se apure melhor judicialmente, isso não significa ferir a presunção de inocência, pois o acusado sequer está preso preventivamente, tampouco condenado.
Em eventual fase judicial, com ampla defesa e contraditório, poderá se alcançar uma verdade real, quem sabe produzir uma prova concreta e conclusiva? ! No âmbito do inquérito isso não é possível...
em Bate-Papo da Torcida > Caso Ramos - Nova entrevista do delegado
Em citação ao post:
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (a instituição, pois o agente público age em nome da instituição) está invertendo o ônus de prova. Agora é a defesa que deve provar a inexistência de crime? !
O que eu vou falar pode parecer polêmico, mas é a mais pura verdade: as garantias penais não são para a possível vítima, mas para o acusado. A palavra da vítima, se não for corroborada por outros elementos, não pode ser usada como fundamento para condenação de ninguém. Da dúvida, e sempre há dúvida quando alguém acusa e outro se defende do fato, o réu é absolvido. Claro, isso acontece em lugares civilizados...
No Brasil, vemos diariamente a completa inversão de valores: Judiciário criando tipo penal, MP oferecendo denúncia sem justa causa, Polícia indiciando um cidadão sem qualquer prova material da existência de crime etc. E como fica o acusado? E o devido processo legal?
Daqui a pouco, a polícia vai dizer que a contratação de advogado e de perícia independente é prova da culpa do Rafael Ramos.
Não devemos deixar essas coisas acontecerem. Hoje é com o Rafael Ramos, amanhã poderá ser com qualquer um que é acusado de ser racista. O caso Johnny Depp (mesmo tendo gente defendendo a Amber Heard com base num discurso identitário parcial) mostra como julgamentos antecipados podem acabar com a carreira de alguém.
Vai, Corinthians.