Samir Abdalla
As coisas nem sempre são o que parecem, mas várias vezes as pessoas esquecem, ou desistem de tentar entender diferentes pontos.
Muita gente criticou Sylvinho hoje, por assumir como um dos auxiliares técnicos do Tite na seleção da CBF, lembrando que ele recusou uma proposta do Corinthians, time em que se formou. Porém, algumas coisas precisam estar claras.
O Sylvinho nunca trabalhou como técnico de futebol profissional.
Pode ser o sonho dele, ou ao menos objetivo atual na carreira, e até por isso ele vem trabalhando pra chegar nesse ponto. Já foi auxiliar técnico em vários times, inclusive no Corinthians, e estuda para conseguir a bagagem que tanto se espera para essa 'nova geração' de técnicos.
Agora se coloquem na cabeça dele. Largar todo um projeto de formação, que já dura anos e que querendo ou não, deverá dar frutos, para assumir o comando técnico do time em que se formou? Isso tudo sem falar no fator TITE: substituir aquele que, pra grande parte da torcida, se tornou o maior treinador da história do Corinthians.
Para Sylvinho, assumir o cargo de comandante do Corinthians, quando procurado, poderia ter sido a grande oportunidade na carreira. Mas quem melhor do que o próprio Sylvinho para saber se a hora era a certa ou não?
Não acho que o 'NÃO' de Sylvinho para o Corinthians, quando procurado, foi ato covarde ou ignorando sua história. Acredito que Sylvinho apenas pensou no futuro. Continuar sua formação para que, um dia, possa ser o técnico que todos esperam.
Agora, vale muito ressaltar que as duas respostas de Sylvinho, para o Corinthians e para a CBF, são muito diferentes: Sylvinho disse 'não' para ser técnico do Corinthians; Sylvinho disse 'sim' para ser auxiliar da seleção da CBF.
Até por isso, é válido acreditar que topar o cargo junto à CBF faz parte do processo de formação profissional dele. Diferente seria ele assumindo o comando técnico do Corinthians, pulando etapas no que, segundo ele, é importante no momento: a capacitação técnica do profissional.
