Jaqueline Andrade
Pedrinho é um ótimo jogador, mas está no time que para começar a carreira é complicado, principalmente nos últimos anos. Mais um ano ele não vai jogar, só se algo acontecer, já que Carille prefere aqueles que tem menos talento com a bola, mas que sabem marca como poucos.
Mas enquanto estamos sendo campeões, tá tudo maravilhoso, quero só ver quando a fase ruim chegar e precisar, torço muito para que isso não aconteça, pois futebol é momento.
em Bate-Papo da Torcida > Precisamos falar do Pedrinho e do Carille
Em resposta ao tópico:
Vou insistir em um tema que, tenho certeza, seria muito mais comentado e mais debatido, se o Corinthians não estivesse em um momento tão vencedor como está. Como fazer críticas a um time que é campeão brasileiro e bicampeão paulista? Mas entendo que vitórias, às vezes, escamoteiam eventuais erros. Há muito erros na administração do clube e, entendo, na concepção e condução da Arena. Mas vou me concentrar no campo. No futebol.
Refiro-me ao que já entendo como sendo o “caso Pedrinho”.
Em um momento em que vemos adversários vendendo jovens das suas respectivas bases por fortunas, enquanto o Corinthians vende os Marquinhos, os Malcons, os Aranas, os Maycons por misérias ou, alguns desses mesmos times fazendo a transição dos jovens para o time principal com competência, o Corinthians sempre patinando nesse processo.
Mas a situação do Pedrinho – ainda que nesse time vencedor – chama muito a atenção. Não é à toa que na transmissão de ontem o narrador da Fox insistia na enxurrada de twitters enviados, pedindo a entrada do jogador.
Trata-se claramente de um jogador acima (ou muito acima) da média e que, insistentemente, é preterido pelo Carille que o coloca, invariavelmente, como o último da fila. Ele cedeu lugar na fila até mesmo (lembremos) para o Clayton no ano passado, que, todos sabemos, não joga nada. O que acontece? As justificativas do Carille de que ele está sendo preparado, já não me parece que responda à realidade. O que me parece é que, diante do apreço, a meu ver exagerado, por um sistema defensivista e de pouca criação, a presença do Pedrinho, um jogador essencialmente de criação, confunde ou atrapalha a cabeça do Carille.
Pedrinho não foi relacionado para ir à Argentina e ontem, em um jogo em que o Vitória jogou apenas para se defender, o jogador, que poderia ser muito útil para furar o bloqueio defensivo, não entrou. Há quem possa dizer: “mas vencemos na Argentina e não perdemos ontem”. Isso pra mim não atende a uma expectativa de que as coisas poderiam ser melhores, quando os melhores jogam.
Agora, há uma responsabilidade do Carille que ele não pode se furtar. Está nas suas mãos, um jogador que tem uma carreira promissora pela frente mas que já tem 20 anos. Há muitas formas de “queimar” um jovem talento e uma dessas formas é como o Carille está conduzindo a carreira do Pedrinho, sendo sempre o “não escolhido”, o preterido. Já começo a pensar que, se não pretende contar com o jogador, que o libere para outro clube. Pra mim seria uma pena, já que gostaria muito de ver o Pedrinho com a 10, conduzindo as ações do time, mas, se não faz parte dos planos, deixe que ele siga o seu caminho. Acho que o Corinthians perderia muito, mas o futebol ganharia demais.