¿Que pasa, Ángelo?
Opinião de Andrew Sousa
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Como jornalista, ainda não entrevistei nenhum jogador do Corinthians pessoalmente. Se pudesse o fazer, sempre pensei em nomes como Cássio, Danilo ou Romero. Nos últimos dias, no entanto, o atleta alvinegro com quem mais gostaria de bater um papo é Ángelo Araos.
Não que o chileno seja fruto de inúmeras pautas. Muito pelo contrário. Acanhado desde que chegou, poucas vezes nos rendeu aspas. O ponto é um só: depois de sua segunda expulsão, queria, como grande parte dos torcedores, entender o que tem passado na sua cabeça.
Aos 21 anos, Araos desembarcou no Brasil como uma das grandes promessas do futebol sul-americano e com a grande responsabilidade de corresponder o alto investimento de cerca de R$ 17 milhões. Com todo esse peso, logo começou a ganhar oportunidades e despertou boas impressões na Fiel.
Meio campista com características de box-to-box, que cobre de uma área a outra, se destacou principalmente contra a Chapecoense, na Arena Condá. Como segundo volante, teve atuação de jogador que o Timão não tem no elenco - capaz de organizar vindo de trás e criar jogadas com mais qualidade. Mesmo atuando bem na maioria das vezes em que entrou, o chileno chama atenção pelo nervosismo.
Extremamente faltoso, parece chegar atrasado ou com força excessiva em todos os lances. Isso se intensifica nos jogos grandes - foi expulso na final da Copa do Brasil e no primeiro clássico disputado com a camisa alvinegra. Mesmo com os vermelhos, os comentários da torcida do Meu Timão são de paciência - o que me surpreendeu muito.
Como em raros casos, a Fiel deixa o imediatismo de lado e se atenta à capacidade técnica já mostrada pelo jogador. Ainda garoto, Araos precisa de tempo para se adaptar e, agora, precisa de apoio para não abreviar suas oportunidades no Corinthians. Estrangeiro, o camisa 16 parece ter levado ao pé da letra os comentários de brasileiros sobre o que é defender o clube do Parque São Jorge.
Querendo mostrar serviço, Araos entrou demais na pilha do recorrente "tem que dar carrinho e lutar por todas as bolas", pregado dia após dia por quem acompanha o Timão. Por mais complicado que pareça, isso se resolve com muita conversa. E com tempo. Por isso, o papel de Jair Ventura nos próximos dias é essencial.
Como parte de sua função, o comandante alvinegro precisa fazer o possível para não perder o jogador. Com poucas rodadas restantes no Brasileirão, algumas chances têm de ser dadas para manter o atleta confiante. Como a Fiel já notou, o gringo pode ser peça importante para o futuro alvinegro - e o retorno pode ser tanto técnico quanto financeiro.
Sem a resposta para o título da coluna, fica o alento de saber o que pensa a maioria da Fiel: não podemos desistir de um talento bruto como Ángelo. Queremos raça, garoto, mas nem tanto.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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