Relações que não entendo no Corinthians
Opinião de Danilo Augusto
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Amanhã é aniversário do Corinthians. Haverá uma comemoração no Parque São Jorge com um desfile dos departamentos sociais e desportivos lá no complexo aquático do clube. Seria tudo normal, se não fosse por conta de um detalhe: a festa será patrocinada pela "SPR". A patrocinadora presta serviços ao Corinthians, o que faz me levar ao título da coluna: "relações que não entendo no Corinthians".
SPR: a prestadora de serviços / patrocinadora
Fundada em 2008 após o case de mega sucesso da camisa "Nunca vou te abandonar", do Corinthians, a SPR conseguiu um subcontrato com a Nike e o Corinthians, criando produtos oficiais por preços bem mais acessíveis do que uma camisa de jogador. Tendo o Corinthians como primeiro cliente, a empresa se deu bem com o lançamento das franquias Poderoso Timão. Hoje é uma gigante no mundo da confecções, com fábricas em quatro estados e dezenas de clientes em todo o Brasil.
Apesar de toda a estrutura gigante da empresa, a conexão com o Corinthians continua bem próxima. Funcionários do Corinthians acabaram saindo do clube para trabalhar na companhia. Depois retornaram. Os atuais gerente e o diretor de Marketing do Corinthians foram respectivamente gerente e diretor de Marketing na SPR.
Quem não gostava dessa relação era "Nelsinho", dono da Megaloja do Parque São Jorge, que chegou a ser boicotado pela SPR em 2017 (e pela Nike) numa briga absurda que é mais fácil entender lendo aqui. Na época, a empresa de confecção se recusava a vender para uma das principais lojas da franquia Poderoso Timão. E aí entra o começo da relação que não entendo. Para a SPR, na teoria, quanto mais camisas vendidas, melhor. Mas não era o caso.
Agora, a empresa patrocina um evento fechado no Parque São Jorge, como mostra o panfleto abaixo.
A questão é: por quê? Eu não entendo qual é o ganho para a SPR em patrocinar. Isso me faz refletir na segunda relação que não entendo.
Omni: quem disse que não temos Naming Rights?
A cada dez corinthianos, nove desconfiam da Omni. Talvez pelo fato de 120 mil sócios terem gerado uma receita declarada de R$ 4,6 milhões no primeiro semestre de 2018 no programa Fiel Torcedor. Dá uma média de R$ 38 por sócio no semestre, ou R$ 6,38 por sócio, por mês.
Pouco, não? É sim, ainda mais se pensar os planos custam de R$ 160 a R$ 3.840 por ano.
Ninguém sabe quanto desse montante do Fiel Torcedor fica com a Omni e quanto fica com o Corinthians. A diretoria atual do Corinthians, que é a mesma que fez o primeiro contrato com a Omni, há dez anos, entende que o repasse é justo. Apesar disso, nosso rival Palmeiras fatura seis vezes mais com o programa de sócios Avanti.
Por outro lado, a Omni comprou o Naming Rights. É isso mesmo!!! Não do estádio. Do teatro, que também fica dentro do Parque São Jorge.
Resumindo: em 2015, a Omni achou que era interessante para o Marketing da empresa, que tem basicamente um cliente (o Corinthians), dar nome ao teatro do clube e pagou por isso R$ 500 mil. Faz sentido? Para mim não.
Paulo Garcia: a oposição mais gente boa do mundo
Na última eleição do clube, em fevereiro de 2018, Andrés Sanchez sagrou-se novamente presidente do Corinthians. A diferença para o segundo colocado foi de apenas 403 votos, que era Paulo Garcia, considerado oposição. Se nessas eleições eles foram concorrentes, o mesmo não ocorreu quando Sanchez decidiu entrar na política em Brasília, em 2014.
Das 352 doações que Andrés recebeu na campanha, 177 foram da "Spiral do Brasil LTDA", também conhecida como Kalunga, empresa da família de Paulo Garcia.
O próprio Paulo Garcia ajudou na campanha. Fez duas transferências somando 80 mil reais, declaradas no TRE.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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