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Meu Timão opina: 'Quando falta bom senso e consenso, quem perde é o próprio Corinthians'

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Por Meu Timão

Fachada da Mega Loja do Parque São Jorge com protestos

Fachada da Mega Loja do Parque São Jorge com protestos

Meu Timão

O suntuoso prédio administrativo já foi a maior atração da entrada principal do Parque São Jorge. Neste momento, o que mais chama atenção de quem passa pelo local são faixas brancas com dizeres em preto e em vermelho colocadas na vitrine daquela que é a principal loja da rede Poderoso Timão, composta por 45 unidades. "Quem realmente manda no Corinthians?", "Loja oficial sem camisa oficial", "Até quando Al Capone?" e "Boicote: oposição ou situação?" são algumas das frases expostas.

O protesto é consequência de uma briga com quatro envolvidos: a atual diretoria, a fornecedora oficial de material esportivo, a empresa responsável pelas linhas casuais de produtos do Timão e o dono da mega loja do Parque São Jorge.

Briga essa que, diante da falta de consenso entre as partes, já tem um perdedor: a imagem do Sport Club Corinthians Paulista.

Entenda abaixo o imbróglio, suas causas e consequências:

O boicote

A mega loja diz que está sendo boicotada pela Nike e pela SPR Sports Group. A gigante americana é responsável por todo material esportivo oficial, enquanto a empresa nacional é quem fabrica os produtos casuais do Corinthians - essas mercadorias que não estão sendo entregues são a maior fonte de receita não apenas da mega loja, mas de qualquer franquia da rede Poderoso Timão.

O motivo da ausência dos produtos seria o interesse da Nike em assumir a mega loja, ao lado do Memorial. A fornecedora de materiais esportivos entende que tem direito sobre o local. O mesmo, porém, é administrado por Nelson Neves Junior desde 2010.

A SPR, principal fornecedor têxtil da rede Poderoso Timão, entende que há pressão do Corinthians para não entregar produtos para a loja. Nelsinho, como é conhecido o proprietário do estabelecimento, se diz surpreso com tal alegação e chegou a pedir uma declaração por escrito do presidente Roberto de Andrade dizendo que o clube não se opõe ao abastecimento de produtos no local.

Em tempo: a SPR é sublicenciada do contrato da Nike na comercialização dos produtos com o distintivo do Corinthians.

Como tudo começou...

O não fornecimento de produtos da Nike à mega loja do Parque São Jorge começou no fim de 2015. Segundo Nelsinho, o motivo seria a administração da loja da Arena Corinthians, de 600 metros quadrados, localizada no prédio oeste do estádio - espaço foi inaugurado em novembro do mesmo ano.

Em contrato firmado em 2010, o empresário tinha preferência pela operação no futuro estádio corinthiano. Em 2014, ele tentou exercer tal opção. O clube, então, exigiu uma quantia de R$ 5.585.000,00 pelo ponto, divididos da seguinte forma: R$ 4.385.000,00 em obras, mobiliário/decoração, vitrines/comunicação visual, ar condicionado e tecnologia; R$ 950.000,00 em estoque; e R$ 250.000,00 em capital de giro.

No dia 11 de novembro de 2014, em documento enviado ao empresário, o clube deu apenas cinco dias para uma resposta sobre o direito de preferência. A ausência da resposta, pelo papel timbrado assinado pelo presidente Mário Gobbi, seria considerada como a oficialização do desinteresse pela administração da loja da Arena Corinthians.

No dia seguinte (12 de novembro de 2014), uma contra notificação foi enviada a Mário Gobbi e ao diretor de marketing da época, Izael Sinem Júnior. No documento, Nelsinho deixou claro seu interesse em administrar a loja principal do estádio, mas pediu que algumas perguntas fossem respondidas, entre elas "Em qual setor seria instalada a loja?", "O local possui vista/acesso ao gramado?", "Qual a metragem da loja?", "Qual horário e dias da semana funcionará?", "Outras lojas serão instaladas no interior da Arena?" e "Qual a média de jogos que serão realizados anualmente no estádio?".

Segundo o empresário, o documento foi ignorado. A Nike, então, acabou como responsável pela administração da loja da Arena. Nelsinho, diante disso, sentiu-se lesado e foi à Justiça cobrar uma indenização. Segundo ele, foi nesse exato momento que os pedidos de produtos da mega loja do Parque São Jorge pararam de ser atendidos.

Atual situação da loja do Parque São Jorge

Sem os produtos da Nike e da SPR para oferecer aos torcedores, restam poucas opções para a loja do Parque São Jorge. O faturamento, que já chegou a ser de R$ 800 mil por mês durante a campanha do hexacampeonato brasileiro, caiu cerca de 80%. Isso explica as 12 demissões no estabelecimento nos últimos meses.

Alternativas diante da falta de produtos Nike e SPR

Duas são as maneiras utilizadas pelo proprietário da mega loja do Parque São Jorge para minimizar a falta de produtos da Nike e da SPR.

A primeira soa um tanto quanto melancólica, mas é real. Trata-se da busca por estabelecimentos falidos do Corinthians. Sempre que uma loja oficial é fechada, o empresário negocia com o proprietário a compra do estoque remanescente - a franquia Poderoso Timão, que chegou a ter 113 unidades no final de 2011, hoje conta com apenas 45 lojas segundo o próprio site oficial da rede.

Vale lembrar, porém, que os produtos que sobram nessas lojas, na maioria das vezes, são peças únicas de suas respectivas coleções e/ou peças oficiais fora de linha.

A segunda maneira é a confecção de produtos alternativos. Já que não há produtos da Nike e da SPR, o empresário vende produtos que não sejam licenciados diretamente pelo Corinthians. A mega loja licencia outros itens diretamente com ídolos do clube. Camisas do Sócrates, sem o escudo do Corinthians, é um exemplo - as mesmas foram licenciadas com a viúva do ex-camisa 8. A camiseta do Neto é licenciada pelo Corinthians, mas Nelsinho comprou o estoque do próprio ex-jogador, que foi pago pelo licenciamento de sua imagem com camisetas.

Camisa do Sócrates

Camisa do Neto

Há solução? Claro! E o torcedor merece...

Esse imbróglio faz com que as quatro partes sejam prejudicadas. Por se tratar de uma loja oficial, os royaltes das vendas não são pagos ao Corinthians. Menos venda, menos dinheiro nos cofres do clube. As duas empresas (Nike e SPR) também perdem, já que neste momento não têm seus materiais sendo comercializados no principal ponto físico do clube. E, por último, o proprietário da loja do Parque São Jorge, que não tem os principais produtos ligados ao Corinthians para oferecer aos torcedores.

O que se pede, neste momento, é que prevaleça o bom senso. É necessário que um consenso entre as partes se faça presente o quanto antes. Não importa se esse acordo será financeiro, material ou mercadológico. Não importa quem irá ceder nem como irá ceder. O importante é que seja feito. Afinal, enquanto isso, a imagem do Sport Club Corinthians Paulista é a principal perdedora.

Fachada da Mega Loja do Parque São Jorge com protestos

Fachada da Mega Loja do Parque São Jorge com protestos

Meu Timão

Veja mais em: Ações de marketing, Diretoria do Corinthians e Parque São Jorge.

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