O Corinthians entrou em campo na quarta-feira contra o Fluminense para cravar sua vaga na fase de grupos da Libertadores na próxima temporada e saiu derrotado. Numa partida apática, com um time nervoso, o Timão sequer conseguiu levar grande perigo ao clube carioca e saiu sem balançar as redes do adversário, que em todo o segundo turno só não havia levado gol de Juventude, Avaí e Cuiabá, três dos cinco piores times deste Brasileirão.

Após o jogo do Santos, Vitor Pereira admitiu o clima de frustração na equipe, que havia feito um jogo nervoso na Vila Belmiro (Yuri Alberto foi expulso ainda no primeiro tempo). Passados quatro dias, conseguimos ver novamente uma equipe desestabilizada, como que se torcesse para que a temporada tivesse acabado há uma semana, na derrota para o Flamengo pela Copa do Brasil.

O fato é que as indefinições para 2023 balançam até mesmo o torcedor mais otimista da Fiel Torcida. Embora Vitor Pereira tenha feito um bom trabalho até aqui, levando o Corinthians a posições que não alcançava pelo menos desde 2012 (Libertadores), 2017 (Brasileirão) e 2018 (Copa do Brasil), a novela que tem se transformado sua permanência, banhada de declarações caça-likes da imprensa, fortalece o clima de que todo o clube, jogadores inclusive, estão ainda em 2022 apenas por passagem, sem nada mais a conquistar pelo Brasileirão.

No entanto, sabemos que isso não é verdade. Atualmente na quinta colocação, o Corinthians tem um jogo atrasado contra o Goiás no fim de semana para buscar voltar ao G4 e se consolidar na fase de grupos da Libertadores do ano que vem. O problema é que a performance apática do clube, somadas com a lesão de Renato Augusto e o nervosismo de líderes como Fagner e Cássio, deixa dúvida sobre o nível de atuação de uma equipe que, em condições naturais, já apresenta dificuldade quando joga fora de casa.

Um revés contra o Goiás, somadas às vitórias de Atlético-MG e São Paulo contra Juventude e Atlético-GO, respectivamente, deixa o Timão a apenas seis pontos da vaga para a pré-Libertadores, o que representaria um verdadeiro fiasco para um time que investiu mais que no ano passado e se tornou frequentador assíduo do G4 por toda a competição.

É claro que a temporada 2023 já começou para o clube, que precisa se planejar para fortalecer um elenco claramente envelhecido, com limitações técnicas em algumas posições e que sofreu para lutar por três frentes, mas ainda há o que almejar em 2022. A indefinição de Vitor Pereira não somente torna a equipe ansiosa, como admitiu Róger Guedes, como também atrasa o planejamento para a próxima temporada. Uma vitória quarta-feira daria tranquilidade para se planejar financeiramente já contando com o prêmio pela fase de grupos da Libertadores, além da renda do mando de campo dos três jogos.

Vale lembrar que já pagamos caro nessa temporada por indefinições com nosso treinador. Era amplamente reconhecido que Sylvinho não possuía mais clima nem capacidade para seguir no clube, mas a direção gastou tempo com ele em toda a pré-temporada e ainda demorou demais para definir o novo nome. Perdemos pelo menos quatro meses.

Por isso, é fundamental que a direção estabeleça um prazo máximo (e curto) para a resposta do português. Em caso de indefinição, deverá considerar a resposta como negativa e correr atrás de um novo nome.

Não há tempo a se perder no Corinthians.

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