Se há algo em que o presidente Duílio consegue fazer de maneira inquestionavelmente bem no Corinthians é ferir o orgulho de ser corinthiano. Desde que assumiu o clube, Duílio colecionou fracassos, vexames e erros, num verdadeiro show de incompetência e falta de inteligência no comando do clube que deveria ser um dos maiores, senão o maior, de todo o continente americano.

Depois de perder dois períodos de treino com Fernando Lázaro, mesmo tendo sido comprovado a importância de um treinador de ponta no comando do clube, Duílio foi ao mercado buscar um treinador quase fora de atividade, deu a ele tempo para treinar e se mantém inerte mesmo que, com 10 dias de treinos livres, siga a equipe com dificuldades para vencer e tenha apenas quatro vitórias nos últimos 17 jogos.

Mesmo depois de ser eliminado pela primeira vez no século para o São Paulo em um mata-mata, o trabalho de Duílio também "presenteou" o torcedor corinthiano com um jogo apenas para cumprir tabela pela primeira vez em 32 anos pela competição mais importante do continente. E ainda pode ser o responsável pelo clube ficar fora, também pela primeira vez, de uma edição da Copa do Brasil por méritos próprios, enquanto clubes como Ituano e São Bernardo já estão com suas vagas garantidas.

Mas o mais incrível é que nada parece abalá-lo ou fazê-lo parar. Não há sequer transparência nas decisões tomadas pelo presidente e em suas justificativas, o que me faz ter dúvida se falta a ele humildade, sabedoria ou corinthianismo. Talvez Duílio não seja do tipo que reconheça seus erros, talvez não seja do tipo que enxergue quanto erra e é incompetente, mas talvez seja só mais um que está no cargo muito mais por ego que por amor ao clube.

A última da vez é ainda mais ridícula. Ao justificar o valor da venda de Pedro ao Zenit, o presidente se justificou com dados do site Transfermarket, cujo valor é formado por palpiteiros da internet que chutam e dialogam entre si o preço de mercado de cada jogador. Nada mais ilustrativo sobre a situação do clube, comandado há tantos anos por um grupo que se acostumou a comandar o clube sem ser necessário inteligência e competência.

O fato é que nem com Andrés, quem considero o pior presidente da história, vi o orgulho corinthiano ser tão ferido. A justificativa de Duílio para se defender da pior campanha do Corinthians na Libertadores em muito tempo com as quedas na pré-Libertadores são coisas de anticorinthianismo. Sua falta de comando para afastar medalhões que não rendem o que recebem também é assustadora.

A percepção de que o clube poderia ser o maior do Brasil, disputar títulos anualmente, estar no topo da tabela com pontuação ao menos de G4 se contrasta com uma gestão à deriva, que não sabe para onde vai, que parece ter o prazer de tomar decisões que dificultem a caminhada positiva da equipe.

E tudo isso é representado pela figura do presidente, cujo resultado é a continuação da gestão anterior e que comprova como "competência" virou questão secundária no clube, bem menos importante que amizade, ego e poder.

É impossível esconder como o orgulho de ser corinthiano foi ferido nesses últimos anos. Haja fidelidade para fingir que está tudo bem.

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