O lugar de Gil na história corinthiana
Opinião de Jorge Freitas
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É bem verdade que o corinthiano não aguenta mais nomes como Fagner, Fabio Santos e Gil vestindo a camisa do clube. Então hoje falaremos do zagueiro intocável entre os 11 titulares do clube há alguns anos.
Com oito temporadas disputadas com a camisa do Timão (425 jogos), Gil coleciona apenas três títulos de sua primeira passagem, sendo um deles a Recopa Sulamericana, de apenas dois jogos, e outro o Paulistão de 2013, quando entrou em um time que há três meses havia conquistado o mundo.
De real relevância, Gil conquistou apenas o Brasileirão de 2015, quando montou uma bela dupla com o zagueiro Felipe, que foi fazer boa carreira na Europa, enquanto o atual defensor do Corinthians conseguiu no máximo ir para a China, o que deixa claro quem era o melhor entre ambos naquele time histórico hexacampeão brasileiro.
Desde que voltou, para ser um dos líderes do elenco, em 2019, Gil colecionou fracassos com a camisa do Corinthians. Coincidentemente (ou não), o último título conquistado pelo clube foi exatamente há menos de três meses da volta do zagueiro ao Parque São Jorge. Desde então, o torcedor corinthiano nunca mais comemorou o lugar mais alto do pódio.
Com Gil, o Corinthians perdeu, então, quatro Campeonatos Paulistas (2020 a 2023), o que não acontecia desde 2008, três Campeonatos Brasileiros (e vai para o quarto perdido), o que não acontecia desde 2010, quatro Copas do Brasil, inclusive com eliminações para os "gigantes" América Mineiro e Atlético Goianiense, além de ter sido eliminado na pré-Libertadores para o Guarani e cair na fase de grupos pela primeira vez desde 1977, e na Sulamericana também na primeira fase em 2021.
Foi também com Gil na zaga que o Corinthians caiu pela primeira vez em um mata-mata no século para o rival São Paulo (Paulistão 2022). Para piorar, um ano depois, caiu novamente (Copa do Brasil 2023). Foi com ele também que o Timão levou 5 a 1 do Flamengo na Neo Química Arena e 4 a 0 do o Palmeiras no estádio rival.
Além de ter perdido o pênalti que eliminou o clube do Paulistão deste ano contra o Ituano e coloca em risco a participação na Copa do Brasil do ano que vem.
Tudo isso sem falar da primeira passagem, quando, apesar dos únicos títulos conquistados, fez parte direta da queda de rendimento do time campeão mundial (terminou o Brasileirão 2013 no meio da tabela com 17 empates em 38 jogos), além daquele que caiu ainda na primeira fase do Campeonato Paulista em 2014, desta vez sob o comando de Mano Menezes.
Iludidos por uma boa primeira passagem, há quem coloque o zagueiro como um dos maiores da história do clube. O que os dados mostram, no entanto, é que suas marcas são muito mais negativas do que positivas. Em termos relevantes, perdeu muito mais do que ganhou. Fez parte de vexames que não aconteciam há mais de década.
Com contrato até o fim deste ano, jamais deveria voltar a vestir a camisa do clube depois de mais uma falha e outra partida patética em jogo válido por uma semifinal de Copa do Brasil. Aliás, se o Corinthians tivesse um presidente sério, teria afastado o jogador após seu comentário em uma rede social no qual demonstrou preocupação nenhuma em se manter no clube, com um debochado "logo menos" após ser convidado a "dar um rolê em outro time".
O Corinthians com Gil dentre os líderes, portanto, foi muito mais coadjuvante que protagonista, colecionou mais resultados expressivamente negativos que positivos e registrou vexames e eliminações traumáticas.
Não dá para colocar o zagueiro na mesma prateleira que os grandes da história do Timão.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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