Venha fazer parte da KTO
x
Orgulho desses palmeirenses
Lucas Faraldo

Editor e apresentador no canal do Meu Timão no YouTube

ver detalhes

Orgulho desses palmeirenses

Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Opinião de Lucas Faraldo

4.1 mil visualizações 35 comentários Comunicar erro

Orgulho desses palmeirenses

É possível ser corinthiano e bater palmas para um palmeirense. Isso é rivalidade saudável

Foto: Reprodução

Um torcedor do Corinthians chorar por causa do Palmeiras tem duas causas habitualmente aceitáveis: emoção por vitória em Dérbi ou tristeza por derrota.

Forçando um pouco a barra, pois aí não é bem caso de choro, há também o "chorar de rir". E aí não faltam razões ao longo da história de rivalidade entre alvinegros e alviverdes!

Brincadeira à parte, há sim um terceiro motivo para o choro. Um choro de orgulho. Orgulho de palmeirenses?! Foi o que qualquer ser humano, inclusive aqueles que torcem para o Corinthians, sentiram nessa segunda-feira assistindo à cerimônia de premiação The Best da Fifa.

O futebol é muito legal. Legal pelas emoções que o Corinthians nos proporciona. Legal pelas emoções que torcedores do Corinthians nos proporcionam - e aí os convido a visitarem a página do 1 em 30 milhões aqui do Meu Timão. Mas também legal por emoções de forma geral, mesmo as que fogem do dia a dia corinthiano já bastante recheado de emoções.

É o caso da mãe Silvia Grecco e seu filho Nickollas, palmeirenses que ganharam o noticiário do mundo todo pela forma como acompanham o time de coração no estádio: ela o leva às arquibancadas e narra os jogos, já que ele é cego. O jovem também é autista, o que não o impede de compreender o futebol e de amar a equipe pela qual escolheu torcer.

"Agradeço à Fifa por essa indicação e por hoje eu poder falar para o mundo do futebol que a pessoa com deficiência existe, que ela precisa ser amada, respeitada e incluída", discursou Silvia após receber com Nickollas o Fifa Fan Award.

O discurso atinge em cheio a todos. Entidades, clubes, técnicos, jogadores, torcidas, jornalistas... Todos podem fazer algo pela inclusão (e pelo fim da discriminação) das pessoas com deficiência. E todos deveriam fazer. Todos mesmo. Eu e você inclusive.

Semana passada, por exemplo, o Corinthians anunciou as primeiras medidas para tornar a Arena mais acessível e acolhedora a pessoas com autismo e deficiência. Muito me entristeceu um dos primeiros comentários de um dos internautas aqui do site: "Isso é muito importante, mas tem outras coisas que são muito importantes também, como pagar as dívidas da Arena". Qual a necessidade de misturar as coisas numa tentativa de baixíssimo nível de diminuir a importância da inclusão da pessoa com autismo e deficiência?

Por outro lado, claro, há quem ainda nos dê esperança na humanidade. Olha que bacana esse comentário do torcedor Paulo: "Muito legal! Tenho um filho autista de sete anos e no Brasileirão 2016 fomos à Arena assistir Corinthians 1x0 Internacional. Na época, enfrentamos a fila, compramos o ingresso pelo valor de guichê e ficamos na Leste Inferior. Apesar do tumulto ele gostou muito! Vai Corinthians!".

São atitudes aparentemente pequenas que fazem a diferença num mundo tão grande como o nosso. Atitudes que todos nós somos capazes de fazer. Não à toa, Silvia e Nickollas foram premiados na mais importante cerimônia do futebol mundial.

Palmas para esses palmeirenses que enchem todos, inclusive corinthianos, de orgulho.

Veja mais em: Dérbi e Torcida do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Avalie esta coluna
Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Por Lucas Faraldo Knopf

Jornalista pela ECA-USP e ex-Esporte Interativo, Jovem Pan e Lance!. Hoje trabalha no Meu Timão. Autor do livro 'Impedimento - Machismo, racismo, homofobia e elitização como opressões no futebol'.

O que você achou do post do Lucas Faraldo?