É totalmente compreensível a irritação de Augusto Melo com a decisão de Duilio de fechar às escuras e na saideira do mandato o acordo de patrocínio de R$ 11 milhões com a EZZE Seguros. Aliás não só do presidente: qualquer torcedor do Corinthians teria essa reação de revolta, como percebe-se nas redes sociais desde o anúncio do novo patrocinador.

Duilio mal vinha trabalhando como presidente do Corinthians nesse último mês após o término do Campeonato Brasileiro, deixando o cargo nas mãos de seus vice-presidentes. E repentinamente apareceu com esse acordo por espaços nos uniformes dos times profissional e de base do clube - esse último, na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Se há chances de a Pixbet trocar o espaço das costas da camisa para se tornar patrocinadora master, caberia a Augusto Melo negociar um novo acordo com outra marca para entrar em vigência juntamente com seu mandato, praticamente na semana que vem. Além disso, Duilio mentiu para o novo presidente ao quebrar promessa de avisá-lo sobre qualquer proposta que recebesse.

Soa muito estranho esse novo patrocínio. A gestão Duilio não fez questão nenhuma de:

• explicar o timing bizarro, nos últimos dias de mandato do Duilio;
• mostrar os números do acordo, que somente depois descobriu-se ser de apenas R$ 11 milhões por ano;
• divulgar declarações do próprio presidente sobre quem é a EZZE Seguros, que é pouquíssimo conhecida, gerando receio no torcedor corinthiano na esteira da palhaçada do "caso Taunsa".

Augusto tem razão em se irritar; igualmente o torcedor, que ouviu do novo presidente que existiam negociações por acordos mais vantajosos agora atropeladas pelo anúncio da EZZE Seguros. Ou seja, Duilio não tem nem a desculpa de ter recebido proposta irrecusável.

E se não era o melhor acordo para o Corinthians, a pergunta que fica é: foi o melhor acordo para quem?

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