Com a eleição de Augusto Melo dia 25 de novembro e o fim do Campeonato Brasileiro dia 6 de dezembro, nada mais natural do que a nova diretoria passar a reta final do ano debruçada sobre o planejamento da próxima temporada. Eis que o novo presidente encontrou seu primeiro grande problema dentro do projeto de profissionalizar as tomadas de decisão no CT.

A promessa de campanha, repetida em várias entrevistas também depois de eleito, era clara: reformulação máxima no elenco do Corinthians. Quer reformular? Precisa negociar. Quer negociar? Precisa do também prometido executivo de futebol. Cadê o executivo no momento mais importante do choque de gestão prometido por Augusto?

Muito se falou no interesse em Rodrigo Caetano; foi lá o Atlético-MG e ganhou a negociação pela permanência. Especulou-se Alexandre Mattos; foi lá o Vasco e fechou com o executivo que estava no Athletico. E segue por enquanto o Corinthians tentando se reformular sem a peça-chave para o momento mais importante do processo de reformulação do futebol corinthiano.

Em meio à saída de grande parte do elenco nessas últimas duas semanas, Augusto Melo não conseguiu fechar com o tão almejado dirigente profissional - cuja importância por várias vezes foi destacada justamente pelo novo presidente. Em paralelo (e não por coincidência), vai encontrando dificuldade para acertar com seus alvos no mercado - Gabigol, Soteldo, Maurício, Erick, Robert Renan...

Não é necessariamente uma crise encontrar dificuldade para contratar bons nomes. Até acho melhor demorar para se reforçar e realmente acertar na hora de fechar negócios bons para o clube. O arquirrival bicampeão brasileiro em 2023 é um bom exemplo recente - por mais que os atuais momentos dos dois clubes e elencos sejam completamente distintos.

Mas é inegável que há hoje um primeiro grande problema encontrado por Augusto Melo. E a depender da demora para resolvê-lo, aí sim uma crise ao longo de 2024 pode ser desencadeada - como vimos nos últimos anos em consequência de elencos mal montados por quem não se mostrou capacitado para tal.

Nem tudo está ruim

Apesar de não haver o profissional gabaritado pelo mercado prometido por Augusto, o diretor de futebol estatutário, Rubens Gomes, o Rubão, tem se esforçado nos bastidores para conseguir bons acordos no mercado. Mano Menezes também participa ativamente do processo. E, principalmente, Thiago Gasparino foi contratado como novo analista de mercado e também já toma decisões internas.

É errado, portanto, dizer que o Corinthians está largado às traças - como pode parecer para o torcedor ao se deparar com um elenco diariamente se esfarelando, nenhuma contratação formalizada e o atual presidente de licença passando o bastão a seus vices.

Mas que falta a peça que pode alavancar os esforços já existentes da nova gestão... Isso falta.

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