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O exemplo de D'Alessandro
Lucas Faraldo

Editor e apresentador no canal do Meu Timão no YouTube

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O exemplo de D'Alessandro

Coluna do Lucas Faraldo Knopf

Opinião de Lucas Faraldo

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O exemplo de DAlessandro

D'Alessandro e William protagonizaram lance icônico na final da Copa do Brasil de dez anos atrás

Foto: Reprodução/TV

Dez anos depois, quem diria? D'Alessandro deu um exemplo daqueles para torcedores não só do Internacional, onde é ídolo, ou do Grêmio, onde certamente é persona non grata. Mas para corinthianos, palmeirenses, flamenguistas, vascaínos, atleticanos, cruzeirenses...

Primeiro cabe registrar que, para torcedores do Corinthians, é invariavelmente estranho associar D'Alessandro a um bom exemplo de... rivalidade saudável. O argentino, há dez temporadas, protagonizava patética tentativa de briga na final da Copa do Brasil vencida pelo Timão, quando, de punhos em riste, perseguiu o corinthiano William, autor da mais bela resposta que alguém poderia dar naquela situação – "fugiu" rindo e trotando de costas.

Ainda que cenas como essa venham à tona para muita gente quando o assunto é D'Alessandro, vale olhar um outro lado do polêmico ídolo colorado.

No último sábado, durante a terceira edição de seu evento beneficente anual, o Lance de Craque, o jogador de 38 anos, altamente identificado com o Internacional, abraçou e tirou foto com um torcedor gremista nas arquibancadas do Beira-Rio. A cena é digna de elogios.

Em tempos de torcida única não só se consolidando em clássicos estaduais como se espalhando Brasil afora, de polarização, de ânimos aflorados em todo o mundo, dentro ou fora dos estádios de futebol... É muito importante assistir a cenas como essa protagonizada por D'Alessandro, atendendo um gremista que, por si só, já se fazia também protagonista de outra bela cena: a de um pontinho azul num tolerante e pacífico mar de gente colorada.

É claro que a rivalidade é das coisas mais legais do futebol. Corinthians e Palmeiras que o digam! Mas é necessário separar as coisas. Brigas como as protagonizadas nos últimos anos por Felipe Melo e Clayson, por exemplo, ou por torcidas dos dois times em diversos lugares de diferentes cidades, geram, direta ou indiretamente, mais violência. Mortes. Estímulo burro à violência num momento em que deveríamos clamar por paz, por empatia.

Valeu, D'Alessandro! Que cenas como essa se façam comuns não só no Beira-Rio. Estão ávidos por exemplos assim Arena Corinthians, Allianz Parque, Morumbi, Vila Belmiro, Maracanã, Mineirão... Quem sabe não seja um caminho para, em algum momento da história, revertermos juntos medidas como a da torcida única sustentada pelo poder público – ou tantas outras atrocidades com ares autoritários também ventiladas por autoridades contra nós, torcedores e cidadãos.

Veja mais em: Torcida do Corinthians, Violência no futebol, Dérbi, Majestoso e Corinthians x Santos.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Lucas Faraldo Knopf

Jornalista pela ECA-USP e ex-Esporte Interativo, Jovem Pan e Lance!. Hoje trabalha no Meu Timão. Autor do livro 'Impedimento - Machismo, racismo, homofobia e elitização como opressões no futebol'.

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