Quase todas as fichas do Corinthians em Luxemburgo e na CBF
Opinião de Lucas Faraldo
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É curioso o Corinthians estar parcialmente nas mãos de 1) um país homônimo ao atual treinador do maior rival e 2) uma entidade de reputação corrompida por casos de corrupção. Para o futebol alvinegro não entrar em colapso nos próximos dias, é praticamente obrigatório que caia na conta corinthiana a grana 1) da venda de Pedrinho, que será antecipada por empréstimo bancário com instituição financeira sediada em Luxemburgo, e 2) do aporte emergencial da CBF com garantia dos contratos de transmissão da TV.
Fizemos vídeo sobre possíveis punições e soluções para o Corinthians nessa crise pelo menos a curto e médio prazos – assista rapidinho abaixo! Ficou uma incógnita: qual seria o fundo do poço?
Relendo o noticiário corinthiano dos últimos dias, dá pra constatar o seguinte: bastariam duas coisas para o Corinthians levar um nó nas próximas semanas:
- jogadores entrarem na Justiça pedindo rescisão unilateral por causa dos três meses de salários atrasados;
- Fifa punir o clube com impedimento de contratações por atrasar pagamento da compra de Bruno Méndez ao Montevideo Wanderers.
Aproximadamente R$ 5,5 milhões devem pingar no Parque São Jorge com a venda do atacante André Luis ao futebol sul-coreano. A notícia desta sexta-feira é ótima porque mostra que há outros caminhos para ajudar a sanar as dívidas do clube a curto prazo.
Mas também deixa claro que solução mesmo virá de Luxemburgo e da CBF, com valores bem maiores. A conferir conversão exata do euro para o real e o valor da tal linha de crédito, sabe-se que a quantia total será de R$ 100 milhões pra cima. O empresário de Pedrinho inclusive adotou tom de gratidão para explicar a ajuda milionária que dará ao clube ao menos num primeiro momento.
O dinheiro da venda de André Luis, se chegar rápido aos cofres do Corinthians, ajuda a pagar parte dos salários atrasados ou quase toda a primeira das parcelas atrasadas com o Montevideo Wanderers. Ajuda, mas não resolve de verdade nenhum dos problemas.
No fim das contas, é hoje a grana da venda de Pedrinho e do aporte da CBF o grande trunfo. Se não cair até o fim de junho, o Corinthians pode entrar no quarto mês de atraso salarial e/ou estourar o prazo dado pela Fifa para quitar a primeira parte da dívida com os uruguaios.
Nesse mais alarmante dos cenários, o clube poderia perder jogadores e ser impedido de ir ao mercado buscar reposição.
A visão do Corinthians, claro, é zero alarmista. Já se sabe por exemplo que o acordo com o banco está firmado e são questões burocráticas que restam para o dinheiro chegar à conta alvinegra. A CBF também prometeu agilidade na operação de ajuda aos clubes.
Mas o fato é que, hoje, as verdadeiras fichas corinthianas estão num paraíso fiscal europeu e numa das instituições de seriedade mais questionável do Brasil.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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