Não é só patrocínio
Opinião de Marco Bello
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O dono do banco BMG, Ricardo Guimarães, deixou claro durante a coletiva de anúncio da parceria com o Corinthians: não é só um patrocínio de camisa.
O presidente Andrés Sanchez também chegou a falar que as empresas não querem apenas um outdoor nas camisas dos clubes.
As coisas mudaram.
Conversando estes dias com um especialista em marketing esportivo, ele me dizia o tamanho da dificuldade de vender um patrocínio em camisa de clube hoje em dia.
Além da óbvia crise de mercado, não há garantia de que o patrocínio a um clube traga resultados positivos.
Aliás, pouquíssimos patrocínios de camisas de clubes de futebol dão lucro.
Olhando para as camisas dos 20 clubes que disputaram o último campeonato brasileiro, 12 tinham o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Os dois gaúchos tem o Banco do Rio Grande do Sul na camisa.
São Paulo e Palmeiras, bancos também.
A única empresa “diferente” a patrocinar um clube foi a Aurora, patrocinadora da Chapecoense.
Ainda assim, por ter uma ligação histórica com a cidade e o clube, e não exatamente visando lucro.
Se eu tenho uma empresa e tenho R$30 milhões na minha mão, eu coloco na televisão. Você tem garantia de retorno, não tem problema com outras torcidas, etc.
E ainda tem o tal ‘BV’ (bonificação por veiculação), que funciona assim: A empresa compra um espaço na televisão. 20% do dinheiro vai para a agência de publicidade. E a televisão devolve para a agência mais uma porcentagem em cima do dinheiro obtido.
Resumindo, dos R$30 milhões que saem da empresa, uns R$8 milhões ficam na agência.
O que a agência vai preferir?
Por isso o modelo de parceria do Corinthians me parece interessante. Na prática o clube virou um banco. Ou sócio de um banco.
O torcedor/cliente abre uma conta, faz movimentações, pede um empréstimo, faz um cartão, e o clube divide o lucro com o BMG.
É como se o Corinthians tivesse diversificado seus negócios.
Não é a primeira vez que o Corinthians tenta um negócio assim. Com algumas diferenças, foi assim com o Banco Excel nos anos 90.
Estabelecendo em contrato um limite de participação do banco sem ingerência no futebol, e colocando um valor mínimo decente de ganho anual independentemente da valorização do banco, tem tudo para dar certo desta vez.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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