Porque Marlone não joga
Opinião de Marco Bello
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Por que o Marlone não entra em campo, qual a razão do técnico não o utilizar? Essa é a pergunta que mais ouço dos torcedores nas redes sociais e na rádio em que trabalho, há pelo menos quatro meses!
Por incrível que pareça, ouço mais essa pergunta do que: quando saem os Naming Rights? Ou então: O Pato vai ser vendido? Vão contratar alguém?
Resolvi então escrever sobre isso, embora não exista uma resposta única para a questão. Vou aqui elencar alguns pontos.
Marlone foi revelado pelo Vasco da Gama em 2012, e naquela época seu nome já foi comentado nos bastidores do Corinthians. Cheguei a ouvir a seguinte frase lá dentro: se existisse um “draft” no futebol brasileiro, ele seria a bola da vez.
O jogador acabou contratado pelo Cruzeiro em 2014, e após muita expectativa acabou decepcionando com a camisa celeste.
Na ocasião, teve seus direitos econômicos adquiridos pelo empresário Fernando Garcia, que o repassou ao Fluminense. O técnico era Cristóvão Borges. Marlone disputou 14 jogos e não marcou um só gol.
Foi transferido ainda em 2015 para o Sport, e no clube do Recife fez um bom Campeonato Brasileiro.
Atuou em 30 partidas da competição, e ajudou a equipe de Pernambuco a terminar em um honroso sexto lugar. Pelo Sport, Marlone marcou 3 vezes em 35 jogos ao todo.
A aproximação de Fernando Garcia, conselheiro corinthiano, com a diretoria do clube, facilitou a contratação do jogador em dezembro do ano passado.
O atleta estreou pelo Timão no dia 17 de janeiro, na Florida Cup. Jogo contra o Atlético Mineiro, derrota por 1 a 0.
Foi titular em apenas uma partida do Campeonato Paulista, contra o Capivariano. Vitória do Timão por 2 a 1.
Após o jogo, perguntei a ele sobre a atuação discreta e a resposta foi: “a ansiedade de vestir esta camisa atrapalha um pouco”.
Entrando em algumas partidas da competição estadual, Marlone acabou tendo uma infelicidade na partida contra a Ferroviária. Uma entorse no tornozelo esquerdo o deixou afastado da equipe por 10 partidas.
O retorno aos gramados aconteceu apenas no dia 10 de abril, quando atuou por 12 minutos contra o Novorizontino.
A grande chance aconteceu contra o Cobresal, pela Libertadores da América. Com a decisão do técnico Tite em poupar oito titulares para o jogo diante dos chilenos, Marlone foi mais uma vez titular, após 68 dias.
Resultado: vitória elástica por 6 a 0, com dois gols do meia-atacante. Aos 8 e aos 38 minutos do primeiro tempo. O segundo, um golaço de voleio que encantou os quase 42 mil torcedores presentes na Arena Corinthians.
Três dias depois, em 23 de abril, o Timão enfrentava o Audax na semifinal do Campeonato Paulista, e Marlone não entrou em campo no empate por 2 a 2.
Mais quatro dias, jogo da Libertadores contra o Nacional no Uruguai. O jogador foi preterido por Alan Mineiro, que entrou como titular. Tite colocou Marlone apenas no decorrer do jogo durante o empate por 0 a 0.
No jogo de volta, o meia-atacante nem entrou em campo.
Dia 15 de maio, estreia no Campeonato Brasileiro diante do Grêmio, mais uma partida em que o atleta apenas esquentou o banco de reservas.
Ao todo, em sete meses de clube, Marlone fez 14 jogos e marcou duas vezes, aqueles dois gols contra o Cobresal.
Ao contrário do que muitos pensam, ele não é atacante, nem o chamado “ponta”. Se destacou no Sport deixando André na cara do gol em sete oportunidades, as chamadas assistências.
É um meia-atacante. Posição em que no Corinthians atuam Guilherme, Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel, Danilo e até Rodriguinho.
Em toda sua carreira profissional, desde 2012, marcou apenas 10 gols.
O técnico Cristóvão Borges já avisou os jogadores do Corinthians que utilizará todos os atletas do grupo nas próximas rodadas da competição.
Marlone provavelmente receberá outra chance. Torço para que deixe os companheiros na cara do gol, que seja o jogador que despertou atenção no Vasco ou aquele que foi muito bem no Sport. Torço até para que contrarie as estatísticas, como na vitória sobre o Cobresal quando foi artilheiro.
Mas, apesar dos inúmeros apelos da Fiel Torcida e do esforço que vejo no dia a dia do atleta (sim, Marlone treina com muito afinco todos os dias, não é um “largado” nos treinos), acho que não será fácil a conquista de uma vaga no time titular.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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