Como escalar Róger Guedes no Corinthians?
Análise de Victor Godoy
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Entre 4-3-3, 4-2-3-1 e 4-4-2 a pergunta de um milhão de dólares tem sido: como escalar e potencializar ao máximo Róger Guedes no Corinthians?
Artilheiro do Corinthians em 2022 e 2023, o camisa 10 tem conseguido marcar gols atuando tanto como ponta-esquerda quanto como centroavante. No entanto, é nítido que em boa parte das partidas ele fica omisso dentro de campo. Muito disso tem sido por conta do posicionamento dele em campo e isso é culpa direta dos treinadores.
Dos técnicos que Róger Guedes trabalhou no Corinthians, Sylvinho, Vítor Pereira, Cuca e agora Luxemburgo têm predileção por montar seus times em um 4-2-3-1 ou 4-3-3, com pontas bem abertos para dar amplitude e servir o centroavante. Isso acaba auxiliando jogadores como Gustavo Silva a renderem, mas é o oposto do estilo de jogo de Róger Guedes.
Maior parte dos jogos que o “sumiço” de Róger Guedes é mais notório são os que ele está aberto no corredor esquerdo do ataque alvinegro. Além de ficar longe da área e ser destro, o atacante não tem a velocidade necessária para chegar à linha de fundo.
Outra possibilidade tem sido escalá-lo como centroavante, que também acaba suprimindo seu potencial. Ao atuar de costas para área, o camisa 10 perde duas de suas principais características: o um contra um e a capacidade de entrar na área em condição de finalização.
Mas então qual seria o melhor modo de colocá-lo em campo? Fernando Lázaro deu a resposta no início deste ano. Róger Guedes rende mais atuando como segundo atacante. Nessa posição, o camisa 10 tem suas principais características potencializadas.
Não só Lázaro como Vítor Pereira chegou a expressar isso no decorrer da temporada passada.
"Ele tem procurado melhorar, às vezes desce demais e depois perde capacidade ofensiva porque fica muito longe da área adversária. Continuo a achar que ele não é um ponta, mas sim um segundo atacante. Assim, isso nos obriga a mudar nosso esquema de jogo, mas esse é um risco muito grande a essa altura, porque não temos jogadores de referência. Ele tem tentado ajudar mais na defesa, mas ainda não tem completamente a noção de marcação de lateral”, disse o português em setembro de 2022 após o empate por 2 a 2 com o Internacional.
Atuando como segundo atacante, Róger Guedes marcou 11 gols em 17 jogos e teve seu melhor desempenhos seja do ponto de vista individual ou atuando como par de Yuri Alberto - aliás, vale destacar que a dupla de ataque foi também o momento em que os dois conseguiram atuar de fato juntos. O camisa 10 até chegou a comentar isso no início da temporada e de como prefere jogar com mais liberdade.
"Sempre vou falar do Fernando, a liberdade que ele me dá dentro de campo. Acho que fica claro, né? A liberdade que estou tendo neste ano, assim como o Renato, o Yuri e a parte ali da frente… Então acho que isso facilita muito, pois ele tem entendido as nossas características", falou Róger Guedes em zona mista na Neo Química Arena após a vitória contra o Mirassol por 3 a 0 com dois gols do atacante.
Com o "rebaixamento" de Fernando Lázaro, o 4-4-2 losango foi deixado de lado e o 4-2-3-1 voltou para o palco. Isso tem afetado diretamente o rendimento do camisa 10 e do Corinthians como um todo, já que perde seu principal atacante.
Portanto, Luxemburgo necessita testar outras formações e funções para o decorrer da temporada. Não, necessariamente, o esquema de seu antecessor, mas pelo menos testar formas de potencializar seu principal jogador
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