Corinthians comercializa nova cota de CIDs, mas tem apenas 10% do total
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Por Meu Timão
A Arena Corinthians alcançou os R$ 46 milhões de Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) vendidos. A informação foi publicada nesta segunda-feira pelo portal Uol Esporte.
A notícia, apesar de positiva para os cofres do clube, demonstra a dificuldade do Timão em comercializar os títulos. Antes de inaugurar seu estádio em Itaquera, em maio de 2014, o Corinthians planejava arrecadar cerca de dez vezes mais, R$ 470 milhões, com tais papeis.
Os CIDs são parte de um acordo entre a prefeitura de São Paulo e o Corinthians. Na prática, são certificados emitidos pelo governo municipal para incentivar empresas a investir em empreendimentos que fomentem regiões carentes da cidade.
A emissão dos CIDs teve início em 2011, mas acabou congelada em razão do processo movido pelo Ministério Público contra o Timão, a construtora Odebrecht e o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab – o MP contestava o modelo de concessão da isenção fiscal do empreendimento.
Em outubro de 2015, a Justiça de São Paulo anulou a ação que condenava o uso dos CIDs e renderia mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
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Afinal, quem compra os CIDs?
O Corinthians garantiu a venda das primeiras cotas de CIDs da Arena em maio de 2015. A Odebrecht, principal responsável pelas obras do estádio alvinegro, comprou duas, no valor de R$ 50 mil cada. “Já estão sendo vendidos, R$ 3 mi ou R$ 4 mi, de um total de R$ 480 milhões”, revelou Andrés Sanchez, à época superintendente de futebol do time.
Segundo a reportagem, consórcios integrados pela Odebrecht fizeram novas aquisições dos certificados. A tática é simples: a construtora compra os CIDs a partir da dedução de tributos e reduz o valor a receber do Corinthians pela Arena, avaliada em mais de R$ 1,6 bilhão.
Dá pra pagar?
Para a viabilização da Arena, a cúpula corinthiana firmou dois empréstimos, de R$ 400 milhões e R$ 350 milhões, com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal, respectivamente.
“Vendendo o nome do estádio (naming rights) em R$ 350 mi ou R$ 400 mi, que está atrasado realmente dois anos... Vendendo os CIDs, que é o incentivo fiscal da prefeitura numa lei que já existia, que já está em R$ 480 mi, estamos falando em R$ 800 mi, R$ 850 milhões. Tá (sic) pago o estádio”, disse Sanchez em entrevista recente.