Renato Augusto relembra sacrifício de 2013 e problemas financeiros em ano de título do Corinthians
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Por Meu Timão
Os últimos anos do Corinthians foram, sobretudo, de conquistas. Apesar disso, mesmo em uma temporada em que o time ergueu canecos, problemas apareceram. O ano era 2013 e o time comandado por Tite tinha tudo para vingar. Mesmo com a Recopa e o Estadual conquistados, as coisas passaram a se complicar com a fraca campanha no Brasileirão. O estopim para uma crise, porém, foi um pênalti perdido por Alexandre Pato contra o Grêmio, na Copa do Brasil. Parte daquele elenco, Renato Augusto revelou que ainda não entende o que pensou o atacante.
"Eu realmente não sei o que aconteceu na cabeça do Pato. É um cara do bem, que trabalha para caramba, mas ali eu realmente não sei o que aconteceu. Foi complicado, tinha muita gente nervosa no vestiário e ao mesmo tempo tinha mais campeonato para jogar. Naquele momento eu me senti na responsabilidade de fazer alguma coisa", contou o meia, em participação no programa Aqui com Benja, da Fox Sports.
Querendo participar, o lesionado camisa 8 corinthiano resolveu ajudar Tite no sacrifício. Precisando de mais tempo para se recuperar, ele abdicou de sua principal função em campo para fechar uma lacuna que o treinador vinha encontrando na hora de escalar sua equipe titular.
"Eu não tinha como jogar, pelo problema no joelho. Então chamei o Bruno e falei que não era legal ficar parado, apesar de estar vindo de cirurgia, faltar um mês para tratar, perguntei se eu podia jogar pelo menos de atacante. O Guerrero tinha fraturado o pé, o Pato não queria mais jogar de centroavante, não tinha mais ninguém. O Bruno me falou que, de centroavante, poderia atuar no máximo 60 minutos", lembrou.
"Aí chamei o Tite e falei "olha, para mim é muito cômodo, agora que a chapa esquentou, falar que estou machucado, mas olha, sei que está sem centroavante, se quiser eu jogo, ajudo". Ele disse que não pagava preço pela saúde de ninguém e pediu para chamar o Bruno. O Bruno confirmou que eu podia jogar e o Tite falou que ia pensar. No dia seguinte me chamou para avisar que queria e eu comecei a jogar por ali. Terminei 2013 de centroavante, mesmo não estando 100%", completou.
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Se naquela temporada os problemas apareciam dentro de campo, dois anos depois o panorama mudou. Com o time encaixado dentro das quatro linhas, Renato lembra como o clube driblou as dificuldades que enfrentava financeiramente. Nesse processo, o meia destacou Roberto de Andrade como grande responsável por manter o grupo focado e motivado para a conquista do Brasileirão.
"O Roberto foi um cara muito importante em 2015. A gente vivia um momento muito delicado, principalmente financeiro. Ele foi sincero. Falou "eu não tenho como pagar". Falou a verdade, que não tinha da onde tirar. Não ficou aquela coisa de "segunda vai estar na conta" e tudo mais. 2015 foi um ano complicado nessa parte. Tivemos que se unir", disse.
"Fomos campeões mesmo com todos os problemas. Nunca deixamos de correr e jogar. Passei praticamente o ano inteiro sem receber uma parte do salário. Depois ele acertou tudo, o Corinthians não me deve nada", frisou.
Com o bom momento no Corinthians, Renato voltou a figurar as listas da Seleção Brasileira e recebeu boa oferta da China. No futebol asiático, o meia segue sendo lembrado por Tite e pelos veículos da mídia nacional, que o colocam no radar de inúmeros times do país. Ligado ao Timão e ao Flamengo, onde começou, o ex-camisa 8 alvinegro não sabe qual time escolheria em uma oportunidade de retorno.
"Eu ia conversar bastante com minha família e definir o que seria melhor de uma forma geral. São dois clubes especiais para mim em momento diferentes da minha carreira. Um eu saí da arquibancada para o campo, foi onde comecei. O outro foi quando voltei da Europa desacreditado e até o próprio Flamengo não quis. Não definiria nada agora, ia falar muito com minha família", concluiu.