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Só sei que foi assim… (6 anos depois)
Marcelo Rodrigues

Escritor, produtor e jornalista, vive escrevendo sobre o Corinthians por aí. Respeita a tradição, sente saudade do Pacaembu e não grita gol antes. Em compensação, depois... vixe!

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Só sei que foi assim… (6 anos depois)

Coluna do Marcelo Rodrigues

Opinião de Marcelo Rodrigues

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Só sei que foi assim… (6 anos depois)

Bandeira reafirma os sentimentos daquela noite

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

No dia da Final da Libertadores eu abri mão de todas as companhias e escolhi descer a pé e sozinho para o Pacaembu.

Percorri a distância do metrô Consolação para o estádio – algumas quadras e pouco menos que 2 quilômetros – com meu radinho de pilha desligado e fui ouvindo o som da romaria de Fiéis rumo ao epicentro da terra. Ao menos naquela noite.

A cada passo, me surpreendia com a imensa quantidade de “Vai Corinthians” que ouvia, vinda de todos os lados e direções.

Perto de mim passou um ciclista com uma bike cheia de bandeiras do time do povo. De todos os tamanhos. Mais longe, do outro lado da rua, vi uma senhora passeando com um cachorro de alguma raça esquisita. E ambos vestiam a camisa do Timão.

Pedi uma cerveja em um boteco repleto de Corinthianos, enchi o peito e soltei minha voz em brinde: “Vai Corinthians!“. A resposta veio em coro e uníssono: “Vai Corinthians”!

Sai de lá sozinho e continuei o percurso acompanhado de todo mundo. Era a solidão em perfeita comunhão com o todo.

Estava em êxtase.

Era tanta cor, rojão, barulho… Era um caminho meio mágico o que eu percorria. E fazia parte. Vi “durango” e executivo se confundindo no preto e branco de seus trajes. Criança de colo com camisa de São Jorge e até um punk de cabelo azul com a clássica 8 do Sócrates nas costas.

Falando em clássicos, todos eles estavam ali. Eram dezenas de camisas 7 dos muitos Marcelinhos, diversos Netos em suas 10 e fenomenais 9 no meio do bando. Todos loucos.E o “Vai Corinthians” cada vez mais alto, cada vez mais forte. As luzes do estádio cada vez mais perto…

Quando finalmente cheguei na Praça Charles Muller e, do alto, vi aquela imensidão, corri para o meio dela. Era hora de abraçar os amigos e colegas de todos os jogos. Era engraçado. Todo mundo se cumprimentava olhando nos olhos.

Comprei a última cerveja de um ambulante que fugia do “rapa” e corri para o lado oposto. Queria o canto mais vazio da praça para abrir minha latinha.

Olhei para o céu e soltei um novo brinde: “Papai, sua alma está aqui”.

Fiz o sinal da cruz, bebi sem pressa e entrei no Pacaembu no momento em que a Fiel cantava a plenos pulmões: “Vamos… Vamos Corinthians, esta noite teremos que ganhar…”

O resto é história.

Veja mais em: Libertadores da América e História do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Marcelo Rodrigues

Escritor, produtor e jornalista, vive escrevendo sobre o Corinthians por aí. Respeita a tradição, sente saudade do Pacaembu e não grita gol antes. Em compensação, depois... vixe!

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