Promotor do MP fala em volta das bandeiras com mastro aos estádios em São Paulo
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Por Vinícius Souza
Banidas desde 1995, as bandeiras com mastro podem voltar aos estádios paulistas neste ano. É o que afirma o promotor do Ministério Público Paulo Castilho, curiosamente, defensor da extinção de uniformizadas e da realização de clássicos com torcida única no estado. De acordo com o especialista, as principais organizadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos têm se unido para discutir a volta da festa nas arquibancadas.
“As torcidas estão mostrando disposição em mudar. Elas se propõem a fazer um cadastro de torcedores e afastar os maus elementos. Como se dispõem a melhorar, podemos estudar a volta da festa”, disse Castilho em fala reproduzida pelo portal Estadão.
“Se eles (torcidas) colaborarem, vamos incentivar a volta da festa nas arquibancadas. As bandeiras, o batuque e as faixas podem ser liberadas”, avisou o promotor, que se reunirá com uniformizadas e setores envolvidos com a segurança em estádios de futebol na semana que vem.
As bandeiras com mastro estão vetadas do futebol paulista há cerca de 22 anos, após uma decisão de torneio de juniores entre Palmeiras e São Paulo terminar em confronto generalizado nas arquibancadas do Pacaembu. Na ocasião, os objetos foram utilizados como arma, e uma pessoa acabou morta.
Em 2011, o então deputado estadual Enio Tatto (PT) criou um projeto de lei que liberava a entrada das bandeiras nos estádios paulistas. Entretanto, o governador Geraldo Alckmin barrou a norma mesmo depois de a mesma ser aprovada pela Assembleia Legislativa, por 92 votos a um. “O que nós entendemos é que devemos aumentar a segurança dos estádios, e não diminuir. O mastro causa mais insegurança porque pode ser usado como uma arma”, argumentou o político naquele momento.
Sobre a questão de torcida única nos clássicos paulistas, porém, não deve haver mudanças. Segundo Castilho, a determinação garante bons resultados, embora os confrontos entre torcedores rivais aconteçam, em sua grande maioria, longe dos entornos dos campos.
“Todos nós, Ministério Público, autoridades da área da Segurança Pública e a polícia continuamos priorizando a ida sem conflitos dos torcedores aos estádios. E não vamos mudar essa disposição. Mesmo porque os números mostram uma expressiva redução da violência após a adoção da torcida única. No entanto, não vamos ser intransigentes se eles estão dispostos a mudar”, finalizou.