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Ao Meu Timão, idealizador da equipe de vôlei do Corinthians dá detalhes sobre o andamento do projeto

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Gestor do Corinthians/Guarulhos, Anderson Marsili idealizou a construção da equipe

Gestor do Corinthians/Guarulhos, Anderson Marsili idealizou a construção da equipe

Thaina Barros / Meu Timão

pouco mais de dez meses, o Corinthians anunciou a criação da sua equipe masculina de vôlei profissional, o Corinthians/Guarulhos, em parceria com a cidade que dá o nome ao time. A intenção de montar a equipe, contudo, nasceu muito antes disso. É o que explica Anderson Marsili, gestor do time alvinegro, e um dos idealizadores da equipe, ao lado do técnico Alexandre Stanzioni. Em entrevista ao Meu Timão, o gestor também detalhou o andamento do projeto.

"Esse projeto surgiu há pelo menos um ano e meio antes de vir para Guarulhos, através do Alexandre Stanzioni, que é o técnico. Chegou junto comigo, na época ele tinha apresentado um projeto para o Corinthians, mas com o Giovane Gávio (ex-jogador e atual técnico da Seleção Brasileira Sub-23), que trabalhava com ele antes. O próprio Corinthians fez a junção de falar que o Alê tinha apresentado um projeto parecido e disse: 'Olha, acho que vocês tem que se conversar, porque são dois brigando pela mesma coisa e vocês deviam brigar juntos'", contou Anderson.

E assim foi. Liderado pelo líbero Serginho, bicampeão olímpico e heptacampeão mundial com a Seleção Brasileira, o Corinthians/Guarulhos vem seguindo seu caminho na modalidade. Em sua primeira temporada, a equipe se consagrou campeã da Taça Ouro e garantiu a vaga na Superliga, principal competição do esporte no país, além do vice-campeonato na Copa São Paulo de 2018.

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Na disputa da Superliga, o Timão enfrentou gigantes do esporte e garantiu uma vaga para os playoffs da competição, ocupando a sexta colocação na tabela durante a fase de classificação. Para Anderson Marsili, a camisa alvinegra pesa e, mesmo com dificuldades, a equipe tem o "dom" de se superar diante das adversidades.

"Os grandes não podem dar qualquer tipo de esperança de brecha para gente, que vamos para cima. Hoje, falarmos que uma semifinal é um sonho impossível. Não é. A gente vai estar brigando, lutando. Já que estamos em sexto lugar, deram chances para brigarmos por uma semifinal, e assim suscetivamente. Se eles derem chance, nós vamos brigar. Isso vai muito do espírito guerreiro do corinthiano. Eu posso falar porque sou corinthiano, e quanto mais se duvida, aí que os corinthianos se superam e mostram a raça e a força que tem. Então, não deem espaço para nós, porque vamos brigar", garantiu.

Dificuldades, motivações e futuro. Confira abaixo todos os bastidores da construção e do andamento do projeto do Corinthians/Guarulhos:

Corinthians/Guarulhos tem utilizado o ginásio da Ponte Grande como casa desde sua fundação

Corinthians/Guarulhos tem utilizado o ginásio da Ponte Grande como casa desde sua fundação

Thaina Barros / Meu Timão

Leia o bate-papo completo com Anderson Marsili

Como surgiu a ideia de firmar uma parceria com a prefeitura de Guarulhos na formação do time de vôlei do Corinthians?

Caminhou para que acontece em outras cidades, não era Guarulhos a princípio. Na verdade, estava caminhando para que chamar Corinthians Vôlei e não com o nome da cidade, sendo usada mais como um abrigo mesmo. Eu participei da campanha do atual prefeito de Guarulhos, o Guti (PSB), e depois que tudo aconteceu eu fui convidado para ser diretor de comunicação. Aí, é óbvio que eu apresentei o projeto para o prefeito e ele disse: "Amei o projeto, mas eu não tenho um real para colocar nisso. Então, se vocês viabilizarem como um projeto de inciativa privada, dou todo o apoio, falo que é um projeto nosso, da cidade". Ele acreditou que poderia ser um resgaste da cidade, e abraçou a ideia muito. Foi seguindo para que nós buscássemos empresas guarulhenses para participar, e graças à Deus a gente acabou fechando. Hoje são quatro empresas de Guarulhos que patrocinam o projeto. E era uma promessa dele de campanha, de não colocar dinheiro público no alto rendimento. O próprio Serginho, quando ele vem, fala a mesma coisa: "Eu não viria se tivesse algum dinheiro público, porque isso tem que ser destinado para outras áreas, prioridades como saúde, educação e tudo mais". Então, surgiu com as empresas privadas entrando para cobrir essa questão financeiras. Guarulhos tem toda a relação próxima do Parque São Jorge, de Itaquera. Parece que foi desenhado para ser aqui mesmo.

Quais foram as principais dificuldades na concretização do projeto?

Sempre a maior dificuldade no esporte de alto rendimento é a questão do patrocínio. Eu vou te falar que tivemos que ser muito persistentes para fazer acontecer esse projeto, porque foram vários nãos, várias dificuldades. Lembro até hoje de uma conversa que eu tive com o próprio Alexandre quando nos encontramos no Maia, um shopping daqui de Guarulhos, falei: "Olha, estou entrando para a campanha, o prefeito é o quinto colocado ainda, mas ele vai ganhar e vai dar certo. Vamos fazer esse projeto acontecer". Naquela conversa, ele próprio fala que duvidava que ia acontecer. Mas, acho que o principal é o patrocínio. As empresas enxergam o esporte como uma ferramenta muito maior do que um retorno de mídia, de imagem. É uma ferramenta mesmo para poder comunicar produtos, comunicar um novo posicionamento, um lançamento, o que seja. As empresas que enxergam no esporte essa ferramenta, conseguem subir esse patamar a mais na questão do patrocínio.

Técnico Alexandre Stanzioni foi um dos idealizadores do Corinthians/Guarulhos

Técnico Alexandre Stanzioni foi um dos idealizadores do Corinthians/Guarulhos

Thaina Barros / Meu Timão

Como funcionam os projetos com as categorias de base no Corinthians/Guarulhos?

Nós temos a equipe Sub-21, que é linkada ao Corinthians/Guarulhos, e temos toda a base como Guarulhos, não Corinthians/Guarulhos. É ligado só a associação que chama Aprove. A gente tenta incentivá-los, revertendo isso do alto rendimento para base, mas é óbvio que também é difícil. Imagina, já temos uma deficiência financeira muito grande em relação aos quatro principais times de vôlei do país. É um abismo de diferença do valor de budget que eles tem para o nosso. Ainda assim, estamos brigando de igual para igual, no último jogo contra o Sesi-SP a gente levou para o tie-break na casa deles, com sufoco. Só o orçamento deles para o nosso é um abismo muito grande. Mas estamos revertendo (para a base), não tanto quanto a gente queria. A gente usa os nossos parceiros para reverter. A Declathon, por exemplo, que é nossa parceira, doou todo o uniforme de treino e acessórios para todas as categorias de base daqui de Guarulhos. Com isso, a formação do time, conseguimos quadruplicar o número de pessoas que praticam o vôlei aqui na cidade. As inscrições estão esgotadas e tem fila de espera ainda para poder participar, porque está com um número muito alto de participantes. Esse é um dos pontos que a gente consegue atingir, mas queremos mais. É muito na questão financeira, de ter um patrocinador que possa abraçar todas as categorias de base daqui de Guarulhos.

Voltando para a equipe profissional, quais foram os critérios para a montagem do elenco?

Começou pelo Serginho, que passou pelo processo antes mesmo de existir um time. Eu falo que ele foi louco, deu não para outras oportunidades de trabalho que ele teve, mesmo sem garantia de patrocínio, mesmo sem ter garantias de outras situações financeiras que garantissem o time. Um dia ele disse: "Vou fazer. Não tem problema, eu vou jogar com o Sub-21, mas nós vamos jogar". Ele foi louco para fazer isso, só um corinthiano fanático como ele aceitaria uma condição dessa. Tudo, óbvio, começou com ele, mas a consequência veio o Sidão. Outro corinthiano, que vinha de um momento de lesão, uma aposta muito grande nós trazermos e deu super certo. Assim, fomos buscando a experiência de cada um para formar o elenco todo e, no final, levava em consideração a construção do time. Não era só vir, jogar e levar as coisas para casa. Quem tinha o perfil de construir esse patamar a longo prazo, quem poderia colocar um degrau no nosso time, um tijolo a mais na nossa construção. Felizmente, fizemos escolhas muito certas. Fomos vice-campeões paulistas, em menos de dez meses estamos classificados nos playoffs da Superliga, um campeonato que talvez seja um dos mais disputados do mundo.

Levando em consideração essas conquistas que vocês tiveram já nesta primeira temporada, pode-se dizer que o Corinthians/Guarulhos superou as expectativas?

Sim, sem dúvida. Acho que classificar, provavelmente, em sexto lugar para os playoffs da Superliga do jeito que ela está. Os últimos colocados na tabela já aprontaram muito e dificultaram muito times como o Sada Cruzeiro, Taubaté, e com a gente não foi diferente. Talvez seja uma das Superliga mais disputadas que já tivemos nos últimos cinco ou dez anos. Estar classificado entre os seis, principalmente com outras cinco potências que já estão há um grande tempo trabalhando no voleibol, para gente é um motivo de orgulho e superação de expectativa. A final do Campeonato Paulista, ser vice-campeão com menos de três meses de existência, isso é um marco que vamos levar e com certeza dá um novo parâmetro para continuarmos nesta trajetória.

Agora que a temporada está perto de acabar, qual a análise que é possível levar da equipe para o próximo ano?

Os grandes não podem dar qualquer tipo de esperança de brecha para gente, que vamos para cima. Hoje, falarmos que uma semifinal é um sonho impossível. Não é. A gente vai estar brigando, lutando. Já que estamos em sexto, deram chances para brigarmos para uma semifinal, e assim suscetivamente. Se eles derem chance, nós vamos brigar. Isso vai muito do espírito guerreiro do corinthiano. Eu posso falar porque sou corinthiano, e quanto mais dúvida, aqui que os corinthianos se superam e mostram a raça e a força que tem. Então, não deem espaço para nós que vamos brigar.

Já é possível enxergar pontos que é preciso melhorar dentro de quadra no Corinthians/Guarulhos?

Isso é uma questão mais técnica, mas posso te falar que sempre evolui em tudo. Não só na parte técnica, quanto na parte estrutural. Quando partimos de um projeto que começou a menos de dez meses, ou está caminhando para fazer um ano, ele deixa uma série de situações que é possível aprimorar para uma próxima temporada. Você já decolou o avião, agora tem que colocar gasolina para continuar voando. Fazer decolar é muito difícil. Não tenho dúvida que o time vai melhorar em todos os aspectos, o time que joga hoje, a qualidade técnica de hoje, já é superior ao início. Principalmente pelo entrosamento, a metodologia, a análise que foi entregue para os jogadores. Tudo isso vai diferenciando e o time com o peso do Corinthians, quando tem decisão ele cresce. Com a gente é mesma coisa, por isso conseguimos chegar a uma final do Campeonato Paulista e nós passamos a ser uma pedra no sapato dos grandes para as decisões dos playoffs.

E fora das quadras?

Temos um caminhão para melhorar, em relação a organização de tudo. Não tivemos tempo, o time foi montado em maio e junho, passamos a treinar em julho e a competição começou no final do mesmo mês. A primeira semana de agosto estávamos disputando uma vaga de Superliga. Ele foi muito "vamos na raça". Deu tudo certo, conquistamos a vaga e o vice, mas se você parar e analisar. A relação com o Corinthians é ótima, em marketing e diretoria de esportes terrestres. Nós acabamos de participar de um desafio no Parque São Jorge com o futsal. Fizemos a apresentação do time dentro da Arena Corinthians. Estamos muito alinhados, a Nike trouxe 80 crianças no último jogo, da Instituição Passe de Mágica. Assim, esses aspectos só vão crescer. Está todo mundo entendendo o retorno que teve, estamos tendo uma avaliação de retorno de mídia fantástica.

Então, a gente tem um retorno maior do que qualquer time da Superliga hoje. Óbvio que tem a novidade, o Corinthians, não tenho dúvida que é o maior retorno entre todas as equipes. Mas nossa meta é continuar crescendo, manter o nome do Corinthians lá em cima, para amplitude que o Corinthians nos dá. A área de marketing temos que crescer bastante, estrutural, física. O próprio Ginásio da Ponte Grande, que já ficou pequeno. Usamos ele da prefeitura, tem capacidade de 1.200 pessoas, mas todo jogo já está ficando pequeno. Tem uma coisa de amplitude que vamos colocar em prática agora a partir da próxima temporada.

É possível identificar um impacto social do time em Guarulhos?

Sim. Saiu uma pesquisa, recentemente, questionando a satisfação de ter um time que representa a cidade. E, por incrível que pareça, 82% das pessoas disseram que isso impactou na vida delas como guarulhense, de poder falar "esse time joga na minha cidade". O Serginho, que fala com todas as torcidas, também impacta muito nisso, de falar que ele joga na minha cidade. E o resgaste do esporte em Guarulhos, o prefeito Guti tem como meta resgatar o esporte em Guarulhos e isso impactou muito socialmente. Estamos fazendo no próximo dia 17, sábado, vamos fazer um evento beneficente. Não vamos cobrar ingressos, vai ter uma "Hamburgada do Bem", uma instituição muito conhecida em Guarulhos, durante todo o dia e de noite tem o último jogo do returno contra o Juiz de Fora. É para impactarmos a periferia, que ainda não abrimos tantas chances, que vamos realizar eventos como estes. Procuramos levar o time para a cidade inteira. É só andar na rua, que você já sente o impacto.

O que a torcida pode esperar do Corinthians/Guarulhos?

A gente pode esperar um time mais forte, no sentido de grupo, de entrosamento. Uma continuidade do trabalho que foi feito. Temos em vista um envolvimento ainda maior com o Corinthians, com ações de marketing e, principalmente, a garra corinthiana dentro de quadra que nunca vai deixar de existir. Essa questão de vitórias, ainda que o título possa demorar por conta de estar brigando com gigantes, e todos eles tiveram esse processo. O Cruzeiro, que é pentacampeão, demorou dois anos para conquistar um títulos. Hoje estamos brigando de igual para igual com eles. Isso dá mais força para acreditarmos que o peso da camisa do Corinthians é grande, e eu não tenho dúvida que vamos entrar no ano que vem ainda mais fortes.

Tem algo para acrescentar? Um recado para a torcida do Corinthians?

Bom, a torcida só nos tem a valorizar. Em todos os lugares que fomos jogar, não tem um lugar que nós fomos - seja em Montes Claros ou no Paraná -, que não teve uma torcida organizada do Corinthians para nos ajudar. É só uma gratidão mesmo. Queria dizer que a Ponte Grande é a casa deles, que eles se sintam em casa. Não jogamos no Parque São Jorge por uma questão logística, mas que aqui eles se sintam em casa e que sejam muito bem-vindos a participar de todos os jogos. Não tenho dúvida que essa força nos faz superar todos esses gigantes dentro de quadra.

Corinthians/Guarulhos está próximo de completar um ano de atividade

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Thaina Barros / Meu Timão

Veja mais em: Vôlei do Corinthians e Especiais do Meu Timão.

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