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Análise: Corinthians é valente em vitória sobre o Colo-Colo, mas paga 'preço' pelo jogo de ida

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Por João Pedro Izzo

Corinthians sufocou o Colo-Colo até o fim, mas foi eliminado da Libertadores

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

O Corinthians venceu o Colo-Colo por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, porém, o resultado não foi o suficiente. Pelo critério de gol fora de casa, o Timão acabou sendo eliminado das oitavas de final da Libertadores. O Meu Timão explica ao torcedor o que faltou para chegar ao terceiro gol e os motivos do time alvinegro ter sido desclassificado da competição internacional.

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Escalado e mantido no esquema 4-2-3-1, sistema que venceu o Paraná por 1 a 0, Osmar Loss preferiu continuar usando Roger como referência na área. Sem Clayson, que foi o substituído, o treinador usou o que tinha de melhor à disposição: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Henrique e Danilo Avelar; Ralf e Douglas; Pedrinho, Jadson e Romero; Roger. Contra três zagueiros fortes, o técnico corinthiano acertou na utilização de um pivô, que acabou confundindo os adversários no que diz respeito à forma do Timão de atuar.

Primeiro tempo

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Reprodução / TV Globo

A ideia do Corinthians foi clara e objetiva: fazer pressão alta, incomodar o portador da bola sempre que possível e ser rápido na transição ofensiva, tentando agilizar as jogadas, visto que o Colo-Colo é um time, em sua maioria, com jogadores pesados e lentos.

Os 25 primeiros minutos da equipe foram muito interessantes: Douglas se apresentava como opção à frente, chegando a finalizar logo no início da partida; Jadson dava prosseguimento às jogadas, servindo seus companheiros de ataque; Roger, mesmo sem muito brilho técnico, conseguiu fazer o pivô, atraiu os zagueiros para si e ganhou algumas disputas pelo chão e pelo alto. Com isso, Pedrinho e Romero tiveram certa liberdade de produzir ofensivamente, embora não tenham tido muito êxito.

Na parte ofensiva, a transpiração e garra alvinegra eram nítidas também. Após a perda da posse, toda a linha defensiva fazia a recomposição. O Timão estava muito disposto a se classificar e, com toda essa atitude, alcançou a bola do pênalti, que Jadson converteu. Um dado negativo foi a lesão de Pedro Henrique com poucos minutos, o que queimou precocemente uma substituição.

Logo após a pressão inicial, o time alvinegro, como era esperado, baixou o ritmo. O fato é normal, mas a grande liberdade dada a Valdivia, principal jogador adversário, não. Ralf o calçou em falta na entrada da área, o que lhe garantiu um amarelo de maneira também precoce. O cabeça de área corinthiano passou o jogo inteiro com receio de dar "botes" nos adversários e acabou não podendo fazer uma marcação mais em cima do meio-campista chileno.

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Reprodução / TV Globo

Observe os erros individuais no gol do Colo-Colo. Antes da bola ser aberta na esquerda, nenhum jogador corinthiano pressionou Valdivia, que teve liberdade de olhar, pensar o jogo e tocar boa bola na esquerda. Ralf não diminuiu espaços na entrada da área; Pedrinho também demorou a fechar no lado direito, já que Fagner "afundou" na zaga. Com calma para levantar na área, Opazo cruzou e Barrios, aproveitando de sua experiência, ganhou na malandragem do garoto Léo Santos, que ficou vendido no lance e, assim, saiu o gol de empate do adversário. São lances como esse que são penalizados em uma competição tão específica como a Libertadores.

A concentração, paciência e frieza precisam estar totalmente sincronizadas. Esses quesitos faltaram no Timão após o gol chileno. Com o empate, os jogadores corinthianos perderam um pouco do foco, deixando o Colo-Colo com liberdade para se movimentar em campo. Se antes dos primeiros 25 minutos o time chileno não passava do meio de campo, o adversário começou a tranquilizar e acalmar seus jogadores no gramado da Arena Corinthians. A primeira etapa terminou em 1 a 1 e a torcida já se mostrava impaciente com alguns erros dos jogadores.

Segundo tempo

O segundo tempo aparentemente começou com o Timão a mil. Nos primeiros dois minutos, com Pedrinho finalizando para boa defesa de Orion e Henrique chutando cara a cara contra o goleiro do Colo-Colo, o qual operou um milagre, parecia que o Corinthians iria sufocar imediatamente. Não foi o que aconteceu, ao menos até os 15 minutos da etapa final. Valdivia seguia com liberdade e os centroavantes do Colo-Colo começavam a participar mais da construção de jogadas. Com um clima de apreensão, a Arena pedia substituições.

O caminho encontrado pelo Corinthians foi a da bola aérea. A temida bola pelo alto, que foi mais uma vez o caminho do gol do rival, foi a melhor alternativa encontrada pela equipe de Osmar Loss na etapa final. E foi assim que aconteceu o segundo gol alvinegro, que trazia alívio e esperança não somente para Roger, mas para a Fiel, que se encontrava angustiada.

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Reprodução / TV Globo

Roger foi puxado, agarrado, mas não lhe faltou brio para fazer um gol legítimo de um centroavante. A Fiel pulsou e o time começou a acreditar que seria possível. Com uma pressão que voltou a ser grande, o Colo-Colo se encontrou acuado mais uma vez, sem opção de saída de bola e apenas tentando escapar e prender o jogo com faltas recebidas.

Entretanto, cabe uma leitura de jogo que não foi entendida assim pelo treinador Osmar Loss: com o momento todo favorável ao Corinthians, que encurralava e agredia, já era hora de fazer mudanças mais ofensivas. Ralf, por exemplo, já tinha um cartão amarelo e, na construção das jogadas, necessidade do momento, era nulo para tal. As mudanças só vieram aos 37 e 39 minutos do segundo tempo e ambas por lesões.

Orion continuava tentando impedir o terceiro gol alvinegro, mas era preciso que mais peças de ataque pudessem incomodar a lenta zaga chilena. Com Mateus Vital e Emerson Sheik em campo, ambos puderam fazer muito pouco ofensivamente, muito por conta da falta de tempo. A aposta na juventude e na mística não funcionaram.

Léo Santos fez bom papel na lateral direita após a saída de Fagner, Ralf deu conta do recado na defesa, Emerson Sheik foi colocado na lateral esquerda após mais uma expulsão em competições sul-americanas, desta vez de Danilo Avelar. Foi a sétima expulsão em quarta eliminação consecutiva em oitavas de final de uma Libertadores.

Sem mais tática alguma e apenas na base do "abafa", do coração, o Corinthians tentou até o final, porém, não conseguiu o placar que era necessário para o gol da classificação. Preço que saiu salgado muito por conta da fraquíssima atuação em Santiago, na derrota do jogo de ida, por 1 a 0. À ocasião, o poderio ofensivo alvinegro praticamente inexistiu, Gabriel foi expulso de maneira boba e Cássio impediu que a desvantagem fosse maior. São detalhes imperdoáveis em uma competição tão específica como a Libertadores, vale ressaltar novamente.

De fato, o Corinthians foi eliminado de "cabeça erguida", como dito por Cássio após o jogo. Não faltou vontade, determinação, coração, garra. Faltou mais organização, calma e melhores decisões dos jogadores e até mesmo do treinador. A vitória, entretanto, pode representar um alento para o decorrer da temporada. O Corinthians volta a focar suas atenções para o Brasileiro e para as semifinais da Copa do Brasil, diante do Flamengo, e necessitará muito do apoio da Fiel e deste espírito lutador que, inegavelmente, os jogadores demonstraram.

A eliminação alvinegra, contudo, é um retrato de algumas situações ocorridas neste ano. O Corinthians sofreu gols em três dos quatro jogos em casa nesta Libertadores. As equipes campeãs da competição, assim como foi no inédito título de 2012, não possuem tal marca. Além disso, com quatro jogadores titulares vendidos no meio do ano e uma equipe ainda em formação, Osmar Loss ainda não extraiu o melhor dos atletas. Tampouco a comissão técnica, também em formação, conseguiu êxito nesse quesito.

Para vencer uma competição deste porte, que dura a temporada toda, com adversários e dificuldades de todos os tipos, é necessário uma montagem de grupo mais específica, com manutenção de peças e um elenco qualificado para mudar jogos complicados, como o desta quarta-feira. Para a próxima vez que o Timão disputar a Libertadores, que a eliminação diante do Colo-Colo sirva de lição e aprendizado.

Veja mais em: Osmar Loss e Libertadores da América.

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