Andrés Sanchez se aproxima de fim do mandato sem cumprir três de suas principais promessas
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Por Andrew Sousa e Mayara Munhoz
No fim de novembro, o Corinthians passa por nova eleição presidencial, encerrando o mandato de Andrés Sanchez, que assumiu no início de 2018. Com pouco mais de seis meses de trabalho pela frente, o atual mandatário alvinegro está perto de deixar o cargo sem cumprir algumas de suas principais promessas.
Antes da última eleição, vale lembrar, o Meu Timão entrevistou todos os candidatos para ouvir seus planos para o futuro do clube. Na oportunidade, Andrés fez algumas projeções e, mais de dois anos depois, algumas delas ainda irritam a torcida por não terem saído do papel.
As promessas não cumpridas pelo presidente do Corinthians
Finanças
O que mais preocupa a Fiel nos últimos anos é, sem dúvida, a parte financeira do clube, que parece cada vez mais difícil. Como boa parte dos candidatos, Andrés Sanchez deu muita atenção a esse fator durante sua campanha presidencial. De lá para cá, porém, as coisas não aconteceram como prometido.
- A promessa:
"Tem que baixar a dívida e aumentar a receita. Ou aumentar a dívida desde que faça o mesmo com a receita. Não pode 50% x 50%. Para um real de dívida, tem de arrecadar dois. E, hoje, está basicamente pau a pau. E isso é ruim porque dá muito problema ao fluxo de caixa. Um clube de futebol não pode distribuir receita, então, tem ganhar campeonato, ter estrutura, fazer patrimônio e pagar as contas em dia. Não dá para deixar do jeito que está. Como eu falei: se deve 200, tem de arrecadar 400. Se você deve 400 e não consegue arrecadar R$ 800, tem de abaixar a dívida", pontuou Andrés.
- A realidade:
Nenhum dos dois fatores passou por transformação positiva na gestão de Andrés. A começar pelas dívidas, que continuaram crescendo e, mesmo com balanço de apenas seis meses, dispararam em 2019.
Em sua fala, o presidente não descartou a possibilidade das dívidas crescerem, desde que as receitas acompanhassem o ritmo. Isso, porém, não aconteceu. Depois de aumentar o número em R$ 15 milhões no seu primeiro ano, Andrés viu as coisas piorarem.
No orçamento projetado para a temporada de 2019, o clube previa receita bruta R$ 45 milhões menor do que no ano anterior - o balanço total do ano ainda não foi divulgado, mas até junho, nem 50% do montante esperado tinha entrado no caixa alvinegro.
Falta de transparência
Antes mesmo do início do mandato de Andrés, uma das grandes críticas da Fiel vinha sendo a falta de transparência, sobretudo financeira, da diretoria. Questionado sobre o tema pelo Meu Timão, Andrés Sanchez prometeu mudança - sua chapa, aliás, leva o nome "Renovação e Transparência".
- A promessa:
"Voltará no primeiro mês! Todo mês será colocado um balanço no site do clube. Isso é o mínimo que se pode dar aos torcedores. Não tem nada a esconder. Precisamos ser o mais transparente possível. Não foi o dirigente quem não quis mais fazer (sobre a divulgação do percentual dos direitos econômicos de cada jogador). A FIFA proibiu terceiros terem parte econômica dos atletas", disse o mandatário na época.
- A realidade:
A aba de transparência do site oficial do clube segue recebendo poucas atualizações. Como de costume, a direção só disponibiliza os balancetes de meio e final de ano. Até o momento, por exemplo, o último balanço publicado foi fechado em junho de 2019. O de término de temporada ainda vem sendo discutido e tem de ser oficializado até o fim deste mês. Não há, cabe destacar, qualquer espaço destinado a postagens mensais de balanço, como prometido.
CT da Base
Tido como um dos principais projetos para o desenvolvimento do clube em constantes entrevistas de Andrés Sanchez, o CT da Base foi prioridade nos discursos de campanha.
- A promessa:
"O maior erro que cometemos foi não terminar o CT da base, o que eu espero que no ano que vem aconteça", pontuou o então candidato, prevendo inauguração para 2018.
- A realidade:
Os elenco da base e do futebol feminino já treinam no local, mas as obras ainda não terminaram e não houve a inauguração justamente por isso - a pandemia do coronavírus deve atrasar ainda mais esse processo. Segundo matéria recente do Meu Timão, a obra está no estágio 2.