Basílio lembra medo de não participar da final do Paulistão de 1977 e premonição de Oswaldo Brandão
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Por Meu Timão
Mesmo com os recentes heptacampeonato brasileiro, título da Libertadores e bi do Mundial, uma conquista não sai da memória da torcida do Corinthians: o Paulistão de 1977. Com gol de Basílio, o clube enterrou incômodo tabu de 23 anos sem troféus. Herói daquele embate, o ídolo alvinegro chegou a correr riscos de não ir a campo. E ele não esquece a preocupação que sentiu por conta disso.
"Depois do segundo jogo, a gente concentrava com dois ou três dias de antecedência. Fomos fazer um treino e eu senti uma espécie de fisgadinha, muito rápida. O Seu (Oswaldo) Brandão, muito atento, falou para eu parar. Me colocou sentado e começou a conversar. 'Vamos fazer um tratamento'. Nisso saiu o Zé Maria com o mesmo sintomas. Terminamos, fomos fazer o gelo e voltamos para a concentração", relembrou, em live com a Gaviões da Fiel.
"Lá, ficou eu e Zé Maria no quarto, fazendo tratamento intensivo. Eu fiquei tão preocupado. 'Pô, na hora de comer o filé, a gente nem na foto vai ficar'. Olhei para o Zé Maria e perguntei o que ele estava pensando. Ele estava na mesma, pensando no teste de antes do jogo. É um teste muito forte, às vezes o jogador sente até outra lesão. Você dorme, acorda de madrugada, vira para um lado e para o outro", completou.
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Apesar das dores, Basílio e Zé Maria nem fizeram o teste antes da partida decisiva. O motivo? O próprio Oswaldo Brandão abriu mão do processo e garantiu que a dupla entraria em campo. Além disso, o comandante ainda fez uma previsão certeira.
"De manhã, o Brandão nos acordou. 'Pode levantar e aqui ó, vocês vão jogar, não vão sentir nada e não vão fazer teste nenhum. E tem outro detalhe, você vai fazer o gol e nós vamos ganhar esse título'. Eu falei 'que seja de 1 a 0, pode ser um gol de mão do Tobias, goleiro'. Ele pediu para acreditar", contou Basílio.
"A ficha só foi cair uma semana depois dessas palavras que ele nos deu pela manhã, no dia 13 de outubro de 1977. Eu não via a hora de chegar em São Paulo, porque o Brandão não viajou com nós. Chegando na concentração, ele me disse 'eu não te dei um livro de Alan Kardec, que era espírita? Dentro da minha fé, recebi essa mensagem e passei para vocês'. Eu queria saber como ele acreditava tanto nesse grupo e ele explicou os pormenores. Só podia ser aquele grupo", concluiu.