Formado no Parque São Jorge, Betão trabalhou com Tite em 2004, quando o treinador assumiu o Corinthians pela primeira vez na carreira. Apesar do momento conturbado que a equipe alvinegra enfrentava, o zagueiro já conseguiu ver o diferencial do treinador naquela temporada.

"Claro que deu pra sentir algo especial (em 2004). Não sabia que ele ia chegar na Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, mas pela postura dele desde o início... Muita sinceridade, tratava todo mundo igual, ele sempre teve esse diferencial de falar olho no olho, independente dos jogadores. De repente, por ele ser assim, as pessoas interpretam errado ele. Convivi com ele um ano e ele é assim, mas as vezes no futebol não tem espaço para pessoas educadas", declarou, durante live com a reportagem do Meu Timão.

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O ano de 2004 foi de muitas reviravoltas no Timão. Depois de flertar com o rebaixamento no Campeonato Paulista sob o comando de Oswaldo de Oliveira, o Corinthians conseguiu engatar uma boa sequência no Brasileirão com o técnico Tite.

Sendo assim, Betão, que havia sido o escolhido para carregar a braçadeira de capitão, destacou a volta por cima da equipe corinthiana.

"Foi um ano que começamos mal desde o Paulistão. Eu não joguei no Paulista, o técnico era o Oswaldo de Oliveira e o time quase foi rebaixado no Estadual. As coisas não encaixaram. Depois que o Tite assumiu tudo caminhou de outra maneira. Terminamos em quinto o Brasileirão, demos uma arrancada que ninguém esperava. E justamente foi ai que eu assumi a faixa de capitão nessa época. Foi um ano muito legal por causa disso, começamos o ano numa situação ruim e terminamos de uma forma muito boa por tudo que conquistamos", expôs.

Na sequência, Betão contou que Tite ainda não havia adotado o rodízio de capitães, algo que ficou muito marcado em suas últimas passagens pelo clube e até mesmo na Seleção Brasileira.

"Na época o Tite não fazia esse tipo de rodízio, talvez isso foi algo que ele adaptou pela experiência que teve. No time de futebol não tem só um capitão, um líder. Tem diversas lideranças dentro de um grupo. O capitão é somente o representante do treinador em campo e essa liderança é dividida dentro do elenco. Mas o Tite deve ter visto essas características em mim, não é qualquer pessoa que pode representar uma liderança para o grupo. Acho que por isso ele me deu essa faixa de capitão, é uma coisa que carrego desde os 14 anos de idade. Em todo lugar que passei consegui ser capitão", concluiu.

Betão defendeu o Corinthians em 215 partidas: foram com 91 vitórias, 61 empates e 63 derrotas. Pelo time do Parque São Jorge, o defensor marcou apenas quatro gols - um deles histórico, quebrando longo tabu contra o São Paulo, em 2007 (feito que ele também relembrou durante entrevista com o Meu Timão).

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