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Ex-candidato no Corinthians lamenta demora para divulgação do balanço e 'R$ 1 bi' de dívidas

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Por Meu Timão

Felipe Ezabella foi candidato ao cargo em 2018 e era vice na chapa de Mário Gobbi

Felipe Ezabella foi candidato ao cargo em 2018 e era vice na chapa de Mário Gobbi

Rafaela de Oliveira/Meu Timão

Ex-candidato à presidência do Corinthians e integrante da chapa de Mário Gobbi para o cargo na última eleição, o advogado Felipe Ezabella usou as suas redes sociais para comentar a divulgação do último balanço de demonstrações financeiras do clube do Parque São Jorge, liberado no final de semana.

"Foi curioso termos sido ridicularizados por alguns e não termos sido levado a sério por outros quando, durante a campanha, ressaltávamos as questões financeiras e a necessidade de uma redução drástica de despesas", começou Ezabella, grande crítico da maneira de gestão de Andrés Sanchez.

"A questão é que a diretoria anterior do clube era negacionista", continuou Ezabella, indicando que a postura de ignorar o rombo financeiro tenha influenciado na vitória de Duilio Monteiro Alves - mas fazendo algumas pequenas ressalvas.

"Talvez tenhamos cometido alguns erros estratégicos durante a campanha até porque, como já dito, o resultado nas urnas foi muito frustrante. Mas ao examinarmos nos últimos dias o resultado financeiro de 2020 publicado só agora pela atual diretoria, já que a anterior ocultou o quanto pôde, temos ainda mais certeza que nossa análise estava correta", observou, antes de desejar uma boa gestão a Duilio.

"Enfim, após a publicação das contas de 2020, acreditamos encerrar por aqui o ciclo político de análise crítica sobre a gestão de 2018/2020, voltando a desejar que a nova diretoria tenha sucesso no enfrentamento do grande desafio que será o próximo período", concluiu.

Veja a manifestação completa de Felipe Ezabella:

R$ 1 BI!!!

Durante a campanha eleitoral do Corinthians em 2020 falamos inúmeras vezes que a situação financeira do clube era terrível, que o clube iria fechar o ano com uma dívida aproximada de R$ 1 bilhão.

Foi curioso termos sido ridicularizados por alguns e não termos sido levado a sério por outros quando, durante a campanha, ressaltávamos as questões financeiras e a necessidade de uma redução drástica de despesas, de um “cavalo de pau” na forma de gerir o clube, com auxílio de profissionais de mercado e de empresas de auditoria/consultoria para a implantação de um verdadeiro programa de GRC (Governança, Risco e Conformidade).

A questão é que a diretoria anterior do clube era NEGACIONISTA.

Sempre que perguntada, negava qualquer grande problema financeiro. Iludia o torcedor, mentia para os conselheiros e não publicava os balancetes justamente para poder navegar nos mares da dúvida. Na guerra de narrativas que hoje domina qualquer cenário político, prometeram até que o balanço de 2020 seria o melhor do Brasil....e teve gente que acreditou - e que ainda acredita!

Como bem disse o ex-presidente Mário Gobbi Filho, a "verdade verdadeira" assusta, amedronta e poucos aceitam enfrentá-la.

Talvez tenhamos cometido alguns erros estratégicos durante a campanha até porque, como já dito, o resultado nas urnas foi muito frustrante. Mas ao examinarmos nos últimos dias o resultado financeiro de 2020 publicado só agora pela atual diretoria, já que a anterior ocultou o quanto pôde, temos ainda mais certeza que nossa análise estava correta.

Cumprimos nosso papel de falar a verdade e acertamos o diagnóstico.

Perdemos por falar a verdade? Muito provavelmente não. Mas não tínhamos como fazer de outro jeito. Não tínhamos como participar novamente de uma campanha política sem poder falar a verdade, mesmo que isso custasse votos ou a simpatia do eleitor. Não tínhamos como falar que teríamos grandes contratações só para ganhar votos ou likes. O discurso foi moldado pelo diagnóstico técnico. A situação era, e ainda é, caótica.

Perder faz parte, perdemos e a derrota foi reconhecida e doída. Não tem choro aqui, apenas uma análise do período, talvez a última, agora que a nova diretoria franqueou a todos os derradeiros números da gestão anterior.

Mas a confirmação do nosso diagnóstico mostra que estávamos mais do que com a razão. Não tem um corinthiano que acompanhe as questões internas do clube que possa falar que não alertamos sobre a situação. Aliás, os materiais das campanhas de 2018 e de 2020 foram entregues no clube e permanecem publicados no site do Movimento Corinthians Grande (para quem quiser conhecer: http://corinthiansgrande.org). Esse sempre foi o nosso legado para o clube: ideias e projetos!

Na campanha de 2018 fizemos um estudo junto com a conceituada Universidade do Futebol, que gerou um relatório com mais de 100 páginas. O time tinha acabado de ser campeão brasileiro, mas a dívida de R$ 500 milhões já dava sinais dos problemas que viriam a seguir.

Na campanha de 2020 foram dois projetos: um exclusivo para o estádio, atual Neo Química Arena, feito com auxílio de profissionais especializados no tema; e outro focado em novos negócios, chamado de Plataforma Corinthians.

A atual diretoria, apesar de ser uma continuação política da anterior, ao que parece, tem adotado algumas medidas diferentes. Ter publicado, até antecipadamente, os números detalhados de 2020 é uma novidade; assumir a necessidade de contar com renomada empresa de consultoria como a anunciada recentemente também é uma boa surpresa. Assumir publicamente que o clube tem um problema já é um grande avanço para tentar resolvê-lo!

Não temos dúvidas que, pelos mesmos motivos técnicos das contas de 2019, as de 2020 também devem ser rejeitadas pelos conselheiros. A falta de transparência ao longo de todo o ano, o descumprimento do orçamento, do estatuto e de diversos dispositivos da lei 13.155/15 com um déficit de R$ 123 milhões, não deixa outra alternativa aos conselheiros que estão preocupados com a situação do clube que não a reprovação das contas de 2020.

Com relação ao orçamento para 21 divulgado com muito atraso, vemos com bons olhos, junto com as medidas já anunciadas, a proposta de redução de despesas, investimento em formação de atletas, incremento de receitas e o controle de despesas visando a redução do déficit de caixa.

É uma peça conservadora e, ao mesmo tempo, tendo em vista a situação do clube, de difícil execução. O acompanhamento por parte da diretoria e dos órgãos de controle terá que ser rígido e a peça revisada oportunamente para os devidos ajustes.

Esperamos e torcemos para que o clube possa enfrentar os imensos desafios financeiros dos próximos anos. A transparência e a verdade, juntas, têm que ser um pilar para que os torcedores possam voltar a acreditar.

Não adianta anunciar negociações milionárias e depois os números oficiais desmentirem o diretor da vez. As publicações mensais dos balancetes e as contas relativas à operação do estádio (que NUNCA foram apresentadas) devem fazer parte da rotina, até para que isso deixe, aos poucos, de ser novidade e pauta de destaque negativo do clube.

Os avanços administrativos também devem seguir nas demais áreas, em especial na gestão administrativa dos contratos, na análise de riscos e na busca incessante por novas receitas.

Enfim, após a publicação das contas de 2020, acreditamos encerrar por aqui o ciclo político de análise crítica sobre a gestão de 2018/2020, voltando a desejar que a nova diretoria tenha sucesso no enfrentamento do grande desafio que será o próximo período.

Vai Corinthians, Felipe Ezabella

Veja mais em: Diretoria do Corinthians e Dívida do Corinthians.

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