Artilheiro do Corinthians no Paulistão de 77, Geraldão lamenta postura de atual elenco do clube
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Por Meu Timão
Artilheiro do Corinthians durante o Campeonato Paulista de 1977, Geraldão avaliou o atual momento do futebol brasileiro e, principalmente, do elenco do Timão. Apesar de invicto na temporada 2021, a equipe não tem convencido dentro de campo.
"Tá muito devagar. O Jô é um bom centroavante, mas joga sozinho. Eu sabia me virar, mas cresci muito por causa das parcerias em campo. No Corinthians, tinha o Vaguinho que cruzava pela direita, o Romeu, pela esquerda. O Sócrates se aproximava pelo meio. Na lateral, o Zé era muito bom, descia muito. E o Wladimir, pela esquerda também sabia passar", relembrou o ex-jogador em entrevista ao R7, que ainda afirmou que brigaria por uma vaga na Seleção Brasileira nos dias atuais.
"Eu era visto como ruim de bola, mas não me via desta maneira. Quando acabava um jogo e o técnico vinha me dizer que faltou isto ou aquilo, eu passava a semana treinando para melhorar nestes pontos. Sabia me colocar e entrava preparado. Hoje, eu possivelmente seria jogador com nível de seleção. Não falo isso por presunção, longe de mim. Falo porque sei o quanto trabalhei e como me aprimorei. Além disso, o futebol hoje é visto de outra maneira", explicou.
Geraldão era o centroavante corinthiano quando o Timão quebrou o jejum de quase 23 anos sem títulos. O jogador terminou o estadual com 24 gols e foi o vice-artilheiro da competição, ficando atrás apenas de Serginho, do São Paulo, que marcou 32 tentos.
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Apesar do bom desempenho, Geraldão destacou que nada era em vão e que se empenhava em todos os treinamentos mesmo após o fim das atividades, algo que, segundo ele, os atletas do futebol atual não têm interesse.
"Batalhei muito para ser jogador, nem sei dizer como consegui. Às vezes não acredito. Meu pai me ajudou, me deu força. Ia junto comigo nos testes, dava o que não tinha. Eu só conseguia jogar aos domingos, nas fazendas em que trabalhava. Durante a semana, tinha o batente. E os jogos eram realizados em cada campo que você nem imagina. Alguns tinham até subidas", lembra o ex-atacante.
"Quando eu era jogador, ficava louco de vontade de entrar em campo, não via a hora. Para os caras de hoje tanto faz. Muitos recebem milhões e isso faz com que não liguem tanto. Na minha época eu não queria ir para o banco. Ficava horas treinando, mesmo após o fim dos treinamentos. Aprimorava cabeceio, chute, colocação em cruzamento, tudo. Os jogadores de hoje não têm interesse, para eles não muda nada", explicou.
Geraldão defendeu o Corinthians entre 1975 e 1981. O ídolo alvinegro disputou 280 jogos e marcou 91 gols pela equipe do Parque São Jorge. O centroavante conquistou os Campeonatos Paulistas de 1977 e 1979.
"O Corinthians sempre foi o meu time. Cheguei naquele momento de pressão, a torcida apaixonada, querendo o título. Todo aquele ambiente quente, cidade grande. Mas era o que queria. Cheguei tranquilo, mostrando vontade. Seguia as determinações do técnico, procurava fazer de tudo. E fui subindo aos poucos", completou o ídolo