O trio de ouro da década de 50: Claudio, Luizinho e Baltazar formam ataque de '1200 gols'
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians teve na década de 50 um dos seus times mais memoráveis, o mais vitorioso sem grandes modificações e pode dizer, com orgulho, que o trio formado por Luizinho, Claudio e Baltazar colocava medo nos adversários. Agora, além disso, pode colocar em números o impacto deles dentro de campo.
Os jogos e gols do trio pelo Timão já eram conhecidos pelo brilhante trabalho do jornalista e historiador Celso Unzelte com seu Almanaque do Timão. Nesta quarta, o jornalista Tomás Rosolino, do Meu Timão, divulga também o número de assistências de cada um deles, obtido após vasta pesquisa em jornais da época.
O levantamento - que pode ser conferido na íntegra aqui - conclui que Claudio, Luizinho e Baltazar, somados, contribuem para, grosseiramente, cerca de 1.200 gols na história do Corinthians. Essa é a soma dos gols e assistências de cada um desses atletas defendendo o Timão.
O número de gols, é claro, não é exato, já que Claudio por várias vezes assistiu Baltazar, que dava passes a Luizinho, que servia Claudio. Ou seja, várias das assistências são exatamente para gols de um do trio e podem estar duplicadas. A alcunha, no entanto, faz mais do que justiça ao que eles desempenharam dentro de campo.
Enquanto Claudio e Baltazar iniciaram sua trajetória no ano de 1945, com o artilheiro máximo do Timão chegando no começo do ano e o futuro "Cabecinha de Ouro" sendo contrato já na reta final, Luizinho saiu da base alvinegra para o profissional no final daquela década.
Ainda que tenha menos gols que ambos, o Pequeno Polegar é o ponto de ligação entre os números já impressionantes da dupla com as conquistas, sendo titular nos três Paulistas, três Rio-São Paulos, Pequena Taça do Mundo, Taça Charles Miller e tantos outros troféus erguidos pelo clube naquela época.
Claudio, Luizinho e Baltazar formaram o primeiro ataque a fazer mais de 100 gols na mesma edição de Campeonato Paulista, anotando incríveis 103 em 28 jogos disputados no título de 1951 - foram 12 goleadas e apenas duas derrotas naquela campanha.
No ano seguinte, com a chegada de Carbone, também formaram uma linha ofensiva incrível. Claudio (65 em 61) e Baltazar (58 em 38) tiveram mais participações diretas em gol do que jogos disputados.
Enquanto Claudio foi injustiçado em 1950 e Luizinho acabou perdendo espaço em cima da hora em 1958 para um tal Pelé, Baltazar construiu uma grande história também na Seleção Brasileira, sendo o titular das Copas do Mundo de 1950 e 1954 - nesta última, marcou gols em todas as partidas das Eliminatórias e era o grande ídolo nacional à época do torneio.
A caminhada do trio foi minguando aos poucos enquanto os mais experientes atingiam a casa dos 30 anos - Claudio saiu com 35 e Baltazar, 31. Luizinho ainda se manteve por mais alguns anos, mas a queda de desempenho do time foi tão drástica que ele jogou três temporadas no Juventus no começo da década de 60, retornando ao Timão para encerrar a carreira.