O técnico Sylvinho não concorda com as análises que definam um estilo de jogo para as suas equipes e que digam que ele estava "parado" por mais de um ano antes de assumir o cargo no Corinthians. Segundo ele, não dá para defini-lo como reativo ou proativo, nem dizer que ele vinha de um tempo sem trabalhar.

"Fugindo de nomenclaturas. Times reativos... Nosso time é um time que luta, compete, entra. O futebol é um esporte maravilhoso. Dos mais complexos. Grau de dificuldade alto e depois sincronizar movimentos não é simples", começou, antes de dar uma definição mais ampla ao que pretende fazer.

"Muitas das vezes técnicos batem nessa do tempo. Tempo corre. O nosso time é um time que entra, organiza e sabe o que fazer e vai lutar, jogar, brigar e disputar. É nossa característica", continuou o comandante, que deu uma longa explicação sobre o motivo de rejeitar o rótulo de "parado".

"Não ficamos sem trabalhar. É engraçado isso. Conversando com outros treinadores, a pandemia foi uma pena, porque gosto de visitar alguns profissionais que tenho mais proximidade e a pandemia não permitiu. Mas a gente não para, são 13 ou 14 jogos que assiste em um final de semana. Observar treinadores e o que fazem, são muitas coisas. Claro que não ter o campo dificulta, mas eu tenho a vantagem de, quando estou trabalhando, é trabalho, e quando eu estou fora dele, eu sei passar tempo com minha esposa ou que fica esperando o que vai acontecer. Minha construção de carreira, de atleta também, foi assim. Sou pilhado, mas reconheço as etapas que vivo e as vivo bem. Não fico me agoniando por não estar no campo de trabalho. Aqui agora é o contrário, esqueço minha família e é viver aqui o tempo todo", observou.

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Sylvinho ainda deixou claro que, apesar de ter trabalhado com grandes referências nos tempos de atleta e auxiliar, sendo amigo até hoje de nomes como Tite, Guardiola e Roberto Mancini, não consegue definir o seu estilo como o de nenhum deles.

"Cada técnico tem uma característica. Absorvo o melhor de cada um deles. Sou o Sylvio. Jogo é de competitividade maravilhosa. É fascinante. Linhas altas. Mas e se o rival tem a bola e você não pressiona bem, vai ter que correr para trás. No primeiro livro do Guardiola, 4-4-2 é número de telefone porque as peças se mexem. Todos gostamos de marcação pressão, posse de bola, linhas altas. Vamos ver o que o grupo te dá para poder encaixar tudo isso. É interessante. Saber quando e por que temos que retroceder, marcar o espaço. Duas formas de marcar: marcar o homem ou espaço. A bola passa no espaço. Variável fina. Muito bonito jogar com essas coisas", contou, antes de se dizer deliciado com a missão no Timão.

"É uma forma de raciocínio. Sinceramente, eu só vejo bônus. Só isso. Volto a dizer, tenho uma construção de carreira e uma expectativa muito alta com o cenário que tenho aqui. Não penso em ônus, o Corinthians é impressionante. É um lugar que projeta demais, que mexe com multidões e a gente se acostumou com isso. Trago na memória uma situação: chegar no Pacaembu 2 horas antes do jogo, e ele já estar lotado, com 20 anos. Conhecemos isso aqui. A casa é assim e a casa é boa", concluiu.

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