Como o aumento da taxa Selic atinge o Corinthians em R$35 milhões
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Por Tomás Rosolino
O custo de despesas financeiras registrados no orçamento do Corinthians para a temporada de 2022, divulgado no começo desta semana, subiu de R$ 46.1 milhões para R$ 81.1 milhões, um aumento de 76% no período. Além disso, um impacto de R$ 35 milhões nessa parte do passivo alvinegro.
O clube "explica" o porque do aumento na despesa na página 4 do documento:
- Patamar projetado da dívida.
- Impacto do aumento da taxa de juros (Selic cerca de 11,5)
- Impacto das negociações das dívidas tributárias
O Meu Timão procurou o diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, para que ele explicasse o impacto da taxa básica de juros nacional nas despesas financeiras do clube. Vale lembrar que elas não configuram um endividamento maior, mas um reajuste do valor com o passar dos anos.
Ou seja, a dívida financeira não faz parte do resultado operacional do clube - dinheiro que entra/sai durante o ano. Ela configura apenas a readequação do valor já devido ao passar dos anos, como pendências com bancos e com o Estado (impostos e tributos). Basicamente, R$ 1 milhão em 2012 não valem mais o mesmo que em 2022, sendo necessária a correção.
"A Selic é uma taxa referencial e é usada como referência pros juros de mercado, como os juros dos bancos. E as dívidas tributárias são diretamente corrigidas também pela Selic", começou a explicar o diretor.
"Então, como a gente tem bastante dívida tributária, na casa dos R$ 450 milhões, e dívidas bancárias a quase cerca de R$ 200 milhões, ela acaba impactada por um juros maior. A Selic começou 2021 a 2% e agora tem gente falando que vai chegar a 13%. Então todo o nosso passivo financeiro é corrigido dessa forma", continuou.
Como citado por Wesley Melo, a diferença entre a Selic do começo de 2021 e a do final de 2022 é enorme. Há projeções que falam em 13%, mas a maioria se alterna entre 11,5 e 11,75% para dezembro do ano que vem.
Essa projeção é importante porque o orçamento, documento no qual isso foi publicado, tem de levar em conta possíveis variáveis que o clube vai enfrentar no exercício de 2022.
"Claro que, se eu não amortizar nada dessa dívida, a dívida sobe. Seriam R$ 80 milhões em um universo de quase R$ 1 bilhão, não é muito, mas o ideal é pagar parte dela para ela não subir. O endividamento de dezembro de 2020 para dezembro de 2021 está estabilizado", concluiu.