Casagrande relembra criação da faixa da Democracia Corinthiana e se emociona ao falar do movimento
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Por Meu Timão
Grande ídolo do Corinthians dentro de campo, Casagrande também é um forte nome fora dele. O ex-jogador fez parte da Democracia Corinthians e relembrou um momento importante do movimento.
A Democracia Corinthiana foi liderada por ídolos alvinegros que buscavam mostrar que jogadores também poderia participar de decisões políticas do país. Entre as ações do movimento, uma faixa exibida em jogo contra o São Paulo foi marcante. Assim, Casagrande relembrou a história que acabou na realização deste material.
"Aquela faixa foi o seguinte: o jogo era quarta-feira à noite, contra o São Paulo. Na hora do almoço eu vi o Adilson (Monteiro Alves, sociólogo e diretor de futebol na época) lá e falei que a gente precisava fazer alguma coisa naquele dia, até sugeri que fosse uma faixa. Aí veio o Peninha (Luís Fernando), ouviu o papo e falou para colocar a frase 'Ganhar ou perder, mas sempre com Democracia'. Todo mundo gostou, mas não sabíamos se ia dar tempo. Quando cheguei no vestiário, a faixa estava lá", relembrou Casagrande em participação no programa "Roda Viva", da TV Cultura, na noite desta segunda-feira.
"Eu entrei com orgulho com aquela faixa, eu tô ali segurando a ponta dela, porque eu amo a democracia. São três coisas que não abro mão na minha vida: democracia (a nossa democracia), a minha liberdade e a minha sobriedade. São três coisas que eu não negocio. Então quando eu falo de democracia, quando lembro da Democracia Corinthiana ou vejo um movimento democrático, eu me emociono. Quando vejo esta camisa (da época em que jogou no Corinthians) eu fico emocionado, porque foi uma luta muito forte para a gente conseguir trazer a democracia de volta ao Brasil. E nós vamos conseguir mantê-la, mesmo com ataques, armadilhas, fake news, nós vamos mantê-la porque a verdade toca o coração das pessoas (…) Por isso eu acredito que a democracia vai vencer", completou em seguida.
Outro grande nome do movimento foi o de Wladimir, peça relevante da equipe naquela época e que tinha importância na luta da democracia e contra o racismo. Diante disso, Casagrande falou sobre sua relação com o companheiro.
"Eu vou falar por mim, porque não posso falar como os outros viam o Wladimir. Eu via o Wladimir como ‘eu’, sabe? A alma, o coração e a mente da pessoa não tem cor, não tem gênero, não tem classe social. (O racismo) sempre foi um problema (…) apesar de eu me sentir um cara super aberto e sem preconceito, eu sei que o racismo é estrutural, eu vi muitas “brincadeiras” racistas que já achei engraçadas e talvez tenha até falado também em algum momento lá atrás, então eu não quero errar mais isso. Eu tenho que não querer mais errar", finalizou.