Fernando Lázaro relembra época de torcedor e conta 'loucura' no Mundial de 2000
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Por Meu Timão
Já trabalhando no Corinthians, Fernando Lázaro relembrou da vez em que foi assistir a final do Mundial de 2000
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
Atual treinador do Corinthians, engana-se quem pensa que a história de Fernando Lázaro com o Timão começou nesta temporada. Filho de Zé Maria, o técnico é assumidamente corinthiano e teve praticamente toda sua vida profissional moldada no Parque São Jorge. O que acabava trazendo alguns conflitos entre o pessoal e o profissional.
Em entrevista à Conmebol, o técnico falou da dificuldade em separar esses dois mundos, principalmente no começo de trabalho dentro do Corinthians.
"Frequentei muito estádio como torcedor, desde pequeno e depois adolescente, com os amigos do colegial. Eu tinha esse hábito de ir muito ao Pacaembu, Morumbi, nas decisões... e aí comecei a trabalhar em 1999, com 17 anos, e foi um mix (de sentimentos), porque continuei um tempo frequentando o estádio como torcedor, mas já trabalhando internamente no clube. Aos poucos você vai se acostumando com a rotina profissional, sabendo sempre diferenciar e nunca permitindo misturar nada, o envolvimento e a paixão ficando guardado", contou o técnico.
Questionado sobre qual seria o momento mais simbólico dessa mudança de fase, Lázaro não titubeou e logo lembrou do Mundial de 2000. Em seu segundo ano como funcionário do clube, o treinador relembrou que foi por conta própria com a sua família para o Rio de Janeiro e viu o Timão erguer a taça da competição pela primeira vez em sua história.
"Acho que o Mundial de 2000, que ainda era nessa transição de trabalhar com futebol, mas fui em todos os jogos no Morumbi e na final fui para o Rio (de Janeiro) com meu tio e primos. Por conta (própria), de carro e vendo o jogo embaixo do bandeirão", iniciou.
"A gente foi no dia do jogo, à tarde. Eu tinha 18 anos, e aí foi eu, meu tio, um amigo que trabalhava com ele e dois primos mais novos. Pegamos um lugar perto do Maracanã, era meio que um Motel, pegamos dois quartos para ficar depois do jogo porque não íamos voltar de madrugada, porque só meu tio dirigia. Fomos, assistimos o jogo, foi uma confusão depois... correria, barulheira... era o Vasco lá no Rio, então bastante gente foi. Depois, na hora que esvaziou, fomos andando na região do Maracanã, que é uma região mais boêmia, e paramos por ali, dormimos e voltamos na manhã seguinte para São Paulo. Foi uma aventura bacana. Acho que essa foi a mais marcante", concluiu.
Em São Paulo, Fernando Lázaro viu o Corinthians vencer Raja Casablanca, do Marrocos, e Al Nassr, da Arábia Saudita, além de empatar como Real Madrid, da Espanha, em 2 a 2 - aquele que ficaria marcado como principal duelo do torneio.
Na final, enfrentou o Vasco. O palco da decisão foi o Maracanã. A bola não encontrou o fundo de nenhuma rede no tempo regulamentar e foi nos pênaltis que o Timão brilhou. Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram suas cobranças, enquanto Dida defendeu a batida de Gilberto. Edmundo bateu para fora o pênalti final. Com isso, o Corinthians venceu pela primeira vez um Mundial de Clubes.
E como profissional?
Já pertencente às comissões técnicas do Corinthians, Lázaro vivenciou de perto diversos títulos do Corinthians, mas sem tanto protagonismo. Em sua visão, as conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012 foram marcantes, mas não se comparam à de 2000.
"Depois teve Libertadores e Mundial, que foram grandes momentos, mas aí já é um lado mais profissional. Claro que você não deixa de ter um envolvimento, a importância que a Libertadores tinha para o corinthiano. Mas eu acho que esse Mundial (de 2000) foi essa transição, o último momento de corinthiano torcedor puro migrando para essa área do profissionalismo", apontou.
Agora, Fernando Lázaro tem a chance de erguer taças sendo um dos principais protagonistas do Timão. Como treinador, perdeu a chance no Paulista, mas ainda lhe resta a Libertadores, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.
No Continental, começou com pé direito ao vencer o Liverpool, do Uruguai, por 3 a 0. O agora técnico espera manter esse bom nível no embate contra o Remo. Nesta quarta-feira, os times se enfrentam pelo primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil. A bola rola às 21h30 (horário de Brasília), no Mangueirão.
