CF sugere reprovação das contas do Corinthians; diretoria pede reabertura do balanço de 2023
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Por Victor Godoy e Rodrigo Vessoni
O Conselho Fiscal (CF) recomendou ao Cori reprovar as contas do Corinthians de 2024, primeiro ano do mandato de Augusto Melo como presidente
Ronaldo Barreto / Meu Timão
O Conselho Fiscal (CF) do Corinthians decidiu sugerir ao Conselho de Orientação (Cori) a reprovação das contas de 2024 do Corinthians, o primeiro ano da gestão de Augusto Melo, que, por sua vez, protocolou ao CF, Cori e Conselho Deliberativo a reabertura do balanço de 2023 - o último de Duilio Monteiro Alves como presidente do clube.
A recomendação do Conselho Fiscal foi feita por unanimidade. Haroldo José Dantas da Silva (presidente do CF), Claudio Luiz Senise (secretário do CF) e Paulo Schmidt Pimentel (integrante do CF), que apoiaram Augusto Melo nas eleições, decidiram votar pela reprovação ao avaliarem os números apresentados no último sábado. A informação é da Gazeta Esportiva e foi confirmada pelo Meu Timão, que teve acesso ao parecer.
"O Conselho Fiscal, por unanimidade, recomenda a reprovação do balanço geral e demonstração da conta de receita e despesa do exercício de 2024", encerra o documento, que já foi enviado aos membros dos Conselhos Deliberativo e de Orientação segundo apurou a reportagem.
Em paralelo, a gestão de Augusto Melo protocolou o pedido pela reabertura das contas de 2023 nesta sexta-feira. A solicitação da diretoria parte de uma recomendação da GF Brasil Auditoria & Consultoria, empresa contratada nesta gestão para realizar as auditorias das contas do Corinthians - substituiu a RSM, que prestava o serviço durante a "era Duilio" - em decorrência dos R$ 191 milhões que a atual gestão entende que deveriam ter sido contabilizados no ano em questão. A informação foi divulgada pela Identidade Corinthiana e confirmada pelo Meu Timão.
A diretoria do Corinthians entregou o balanço financeiro de 2024 no último sábado, indicando que a dívida atual do clube é de R$ 2,568 bilhões, quase R$ 600 milhões a mais que o deixado por Duilio. Desse total, a diretoria presidida por Augusto Melo alega que R$ 191 milhões deveriam ter sido contabilizados nas contas de 2023 como "provisões de contingência", uma reserva para disputas nos tribunais que o clube entende ter chance de derrota.
O Conselho Deliberativo do Corinthians, vale lembrar, vai se reunir na próxima segunda-feira, dia 28, para aprovar ou reprovar as contas de 2024. O clube tem até o fim de abril para publicar os demonstrativos financeiros, caso contrário, pode tomar punições severas previstas pelo Código Civil e pela Lei Geral do Esporte.