Maria Nascimento
O que vimos domingo em Itaquera foi um Corinthians valente, calculista, organizado, taticamente disciplinado, com bom toque de bola, compactado no meio campo, com marcação firme e inteligentes investidas ofensivas.
Também se fez presente uma certa dose de atrevimento, produto da ginga, da velocidade e da qualidade técnica de nossos atletas. Atrevimento fruto da ousadia e da alegria, tão escasso no burocrático futebol moderno. Ousadia que fez o garoto Pedrinho deixar para trás dois volantes porquinhos e armar a jogada do gol do Rodriguinho, além de distribuir chapéu e caneta. Ousadia que fez o Romero matar a bola no peito e fazer embaixadinha com a cabeça, para o delírio da Fiel e irritação da porcada. E ainda tirar sarro da imprensa que tanto o critica.
Ousadia que tenta resgatar o futebol arte, o futebol lúdico como um contraponto ao futebol burocrático, de reclamações e simulações, de choro e mi mi mi.