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Jemerson é mais um erro na gestão atual do Corinthians
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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Jemerson é mais um erro na gestão atual do Corinthians

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Opinião de Jorge Freitas

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Jemerson é mais um erro na gestão atual do Corinthians

Jemerson é um gasto a mais para os cofres do clube

Foto: Rodrigo Vessoni / Meu Timão

Em tempo: esta coluna trata sobre os aspectos econômicos da contratação do atleta e a falta de planejamento da diretoria corinthiana na montagem de elenco. Os aspectos esportivos já foram vistos em várias outras matérias.

Andrés Sanchez, figura responsável pela crise que tem acontecido no Corinthians nesses últimos três anos e perto de encerrar seu segundo mandato à frente do Corinthians, cometeu nesta semana mais um de seus inexplicáveis absurdos à frente do clube.

A contratação de Jemerson, que chega para jogar ao lado do Gil, é daquelas que só podem ser explicadas pelo futebol brasileiro, afundado cada vez mais pela cartolagem que pensa o tempo todo apenas no curto prazo.

Jemerson é um grande jogador. Foi, ao lado de Gil, escalado para a defesa do Brasileirão de 2015, além de ter disputado vaga na Copa do Mundo em 2018 e levantado troféu de campeão francês tão logo chegou à Europa. No entanto, Jemerson é caro demais para um clube que anda com a corda no pescoço.

O torcedor mais imediatista pode achar um absurdo esta coluna por considerar que não dá para enfrentar um returno na briga contra o rebaixamento apenas com Marllon ou Bruno Méndez ao lado de Gil na zaga, mas a realidade é que não se pode olhar o futebol em razão de apenas 19 ou 20 rodadas.

É muito mais que isso.

O Cruzeiro, melhor exemplo sobre má administração nos últimos tempos, estava completamente endividado e mesmo assim foi buscar jogadores como Rodriguinho e Denilson, o que resultou não somente na quase falência do clube, mas também na perda de pontos pela incapacidade de se cumprir com suas obrigações.

Com Jemerson, o Corinthians chega à situação parecida. O futebol não pode ser feito com compras em cima de compras, como se fosse uma loja aberta ao público num passeio de domingo no shopping. Não há explicação para o fato de, no último semestre de seu mandato, Sanchez tenha ido ao Atlético-MG buscar três jogadores caros, além de ir à Europa encontrar um zagueiro.

Onde esteve o planejamento? Como pode existir uma contratação nos últimos meses de mandato se o presidente assumiu em 2018? Como podemos chegar ao final de uma temporada com apenas três zagueiros, sendo dois ainda sob desconfiança do torcedor? Não há a menor noção de formação de elenco e as ações da diretoria se resumem a gastar o tempo todo enquanto o sucessor que se vire com as dívidas do clube.

Além disso, o que Andrés consegue aprender com a própria experiência? Será que ele não consegue notar que mesmo tendo gastado milhões com volantes, o titular atual (Xavier) veio da base? Como pode ser tão incapaz de notar que saída não é sempre gastar e gastar?

Com isso, o Corinthians vai priorizando mais uma vez montar um time mediano em vez de ajustar as contas para se tornar uma potência, como fizera o Flamengo.

Jemerson é um grande zagueiro, não há dúvidas, mas é o cúmulo da irresponsabilidade trazê-lo, como foi com Otero e Cazares, que chegaram praticamente de graça, mas com um salário alto e relevante para um clube que tem uma das maiores dívidas do Brasil.

É possível que o cruzeirense tenha ficado eufórico com as chegadas de Rodriguinho, Fred e outros bons jogadores, mas o que se desenhou foram gastos acima do que permitia a capacidade do clube naquele momento.

Agora é o Corinthians. Imagino que haja torcedor extremamente animado com as contratações e que criticará este texto. Mas não há pensamento a curto prazo que sobreviva no futebol.

Por que o Internacional pode se segurar com Zé Gabriel, o Flamengo, com Natan, o São Paulo, com Diego Costa, mas o mais endividado de todos precisa trazer alguém a preço de Europa? Qual a lógica de contratar Bruno Méndez e Marllon para tirá-los do time na hora de garantir uma sequência?

Neste momento, o correto seria se segurar com o que tem, diminuir os gastos, equilibrar com as receitas, quitar as dívidas para depois buscar novos reforços na Europa. Sanchez parece querer pular diretamente para última parte.

De que adianta gastar milhões agora e correr o risco de enfrentar uma Série B com um time de garotos ou jogadores abaixo da média, como aconteceu em Minas?

Repito: a crítica não é sobre a capacidade técnica do jogador, incontestável para os padrões brasileiros, mas sim pelos gastos infinitos da atual gestão de Sanchez.

É como se ele nunca aprendesse.

E não digo nem somente pelos R$ 4,5 milhões desembolsados, mas principalmente, ao contrário da conversa de Renovação & Transparência, pela enorme folha salarial, já uma das mais caras do Brasil, que aumentou ainda mais, em termos de milhões, nos últimos dois meses.

Aliás, não é de se duvidar que a diretoria venha a público explicar que fizera um bom negócio pela contratação do zagueiro de 28 anos. No entanto, é mais uma demonstração de como o futebol é pensado o tempo todo a curto prazo. Jemerson, embora seja muito bom, é um gasto a mais e já está desenhado para quem quiser entender que o Corinthians precisa conter despesas, não aumentá-las.

Ou então, ganharemos alguns jogos pontuais a curto prazo, mas seguiremos por bastante tempo dando vexames como o de ontem, eliminados por um time da série B com um time mal planejado e um treinador aquém de nossa história.

Mas Andrés só quer saber de gastar e de eleger Duílio.

O que tem de tão bom que é impossível largar o poder no Corinthians?

Veja mais em: Mercado da bola, Andrés Sanchez, Diretoria do Corinthians e Jemerson.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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