Dyego Coelho precisa ser efetivado pelo Corinthians. E eu explico os motivos
Opinião de Julia Raya
26 mil visualizações 177 comentários Comunicar erro
Desde o último dia 11, quando Tiago Nunes foi oficialmente demitido do cargo de treinador do Corinthians, muito começou a se falar sobre o nome ideal para substituí-lo. No mercado, as opções são escassas e um suposto contato com Dunga já foi cogitado e não agradou muito.
Por que, então, não efetivar Dyego Coelho? Para mim, essa é a melhor opção. E eu explico os motivos.
Antes de tudo, acho que é importante deixar claro duas coisas:
- Não gosto muito de fazer comparações e nem acho que o trabalho de Tiago Nunes no clube tenha sido de inteiro ruim. Mas temos em sua passagem bons exemplos do que não deu certo para o treinador no clube. E muitas dessas coisas não se repetem com Coelho.
- É claro que Coelho trabalha sob pressão, mas é diferente da pressão a qual Tiago Nunes era submetido. O ex-treinador tinha um emprego para manter, enquanto Coelho já tem definido, ao menos por enquanto, seu papel no clube – ele já falou que deixou claro a situação com Andrés, que segue no mercado atrás de outros nomes
É de casa
Talvez um dos principais pontos positivos para efetivar Coelho seja esse. Ele já é de casa como poucos. Coelho foi jogador do Corinthians e teve boas passagens no comando das equipes de base do Timão – onde, por sinal, fez ótimos trabalhos. O profissional conhece o clube tanto dentro quanto fora das quatro linhas. E esse é um ponto muito importante.
Coelho conhece – e já “sentiu na pele” – a pressão que é jogar no Corinthians e isso pode ajudar os jogadores. A final, o treinador sabe como lidar com situações delicadas. Como ele mesmo disse em sua última entrevista coletiva, ele confia e tem o apoio no elenco. Eles jogam juntos.
Ainda dentro desse ponto, Coelho daria menos gastos ao clube – que não vive um bom momento financeiro. Efetivá-lo geraria ao clube apenas o gasto de mantê-lo no cargo, ou seja, pagar seu salário. O gasto para trazê-lo não existiria, já que ele já é funcionário do clube.
Fechado com o elenco – e vice-versa
É nítida a felicidade e a parceria que existe entre os atletas e Coelho. No dia em que o treinador assumiu o elenco, as imagens postadas pelo Corinthians deixaram isso claro. Mas mais que isso, essa relação também já ficou explícita nos jogos, principalmente no último, contra o Bahia.
As comemorações dos gols foram grandes entre elenco e treinador. A cada gol, Coelho vibrava excessivamente e todos os jogadores em campo corriam para o banco de reservas para comemorar com os demais atletas e o treinador – o que mostra que o elenco está realmente fechado com Coelho.
Além disso, a cada jogador que entrava e saia de campo nas substituições, Coelho abraçava e passava confiança ao atleta – um ponto que ele sempre reforça em suas coletivas. Na entrada de Léo Natel no lugar de Everaldo, por exemplo, treinador e jogadores se abraçaram bastante na beirada do campo.
Com Tiago Nunes, essa relação parecia muito mais “fria” e profissional. Com Coelho, porém, a parte afetiva parece ter mais espaço. Isso influencia e pode ser determinante para o desempenho dos atletas.
Não gostou? Muda!
Já em seu primeiro jogo, contra o Fluminense, Dyego Coelho mostrou bastante atitude. O treinador chamou a atenção ao mudar a equipe com apenas 17 minutos de jogo, quando tirou Éderson, que não estava tendo boa atuação. Além dessa substituição, o treinador mexeu também no intervalo, duas vezes aos 12 minutos do segundo tempo e uma aos 32.
No jogo contra o Bahia, as mudanças aconteceram no intervalo, aos 28 minutos, duas aos 39 e uma última aos 44 minutos, para reforçar a defesa. Fato é que Dyego Coelho já mostrou que não hesita em fazer mudanças na equipe, seja com quanto tempo de jogo for. E isso é importante para que os atletas que entrem em campo tenham tempo para conseguir jogar e ajudar o time a ter poder de reação..
Esse era um ponto em que Tiago Nunes não agrava muito – principalmente a mim. Cheguei, inclusive, a fazer uma outra coluna mostrando a demora do ex-treinador para mexer. Mesmo com atuações apáticas do time, mudanças antes dos 15 minutos do segundo tempo eram raríssimas, o que dificultava a melhora da equipe em campo.
Obviamente, Coelho teve apenas dois jogos no comando do Corinthians, em que um foi bom e o outro não. Ainda temos muito o que ver sobre o trabalho do treinador. Mas, se for para apostar em algum nome, que seja nele, que já é da casa e mostrou (também em outras oportunidades) que é capaz.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
Avalie esta coluna
Veja mais posts da Julia Raya
- Uma temporada que já apresenta uma evolução nítida e um saldo positivo
- Dói dizer, mas não dá para negar que Jô acertou - depois de muito errar
- 16 dias e o descaso da CBF com o Brasileirão Feminino
- A diretoria foi cega e isso pode custar a temporada do Corinthians
- O Corinthians fez da #Grazi200 um grande evento, como ela merece
- 4 de julho: um dia duplamente eterno