Autossabotagem do Corinthians e do corinthiano
Opinião de Lucas Faraldo
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O Corinthians terá de se autossabotar em ao menos uma competição para conseguir jogar em alto nível e consequentemente ter chances reais de título em outros torneios?
É a pergunta que fica no ar após o forte e importante desabafo de Fábio Carille no clássico desse último fim de semana contra o Santos. Em meio aos elogios da imprensa à melhor atuação do ano do Corinthians, o treinador lembrou ter se tratado da única semana livre de jogos até agora na temporada. "Não fiz um treino decente para cobrar meus jogadores", lamentou, se referindo aos meses que precederam a partida anterior, contra o São Bento.
Uma rápida olhada no calendário de 2019 de competições dos clubes brasileiros, divulgado ano passado pela CBF, dá a dimensão do problema citado por Carille. É assustadora a quantidade de lacunas preenchidas com as mais diversas cores correspondentes aos torneios. O documento pode ser conferido por qualquer um aqui.
Até a pausa do calendário sul-americano para o início da Copa América, marcado para dia 14 de junho, os Estaduais já terão chegado ao fim; a Copa do Brasil estará com as quartas de final definidas; as Copas Sul-Americana e Libertadores, com as oitavas de final; o Campeonato Brasileiro já terá nove rodadas disputadas. É um caminhão de jogos pela frente!
Respondendo, com minha opinião, à pergunta central desta coluna: acho que não será necessária a autossabotagem. Naturalmente, uma ou outra eliminação surgirá. Isso porque, justamente por força do calendário, será muito provável o Corinthians, num jogo decisivo de Copa do Brasil, Sul-Americana ou até Paulistão, jogar mal. Há muito mais chances, afinal, de o Timão chegar para tais decisões numa semana sem disponibilidade de treinos e preparação digna.
É claro que a função de Fábio Carille e sua comissão técnica é tentar driblar esse problema e fazer o máximo para manter o Corinthians em alto nível sempre. Mas não dá para fazer milagre. Isso ficou evidente na discrepância da atuação do Timão no clássico contra o Santos e das atuações anteriores em 2019. Também podem ser citadas como exemplos as eliminações precoces de 2015 na Libertadores e Copa do Brasil, antecedendo o hexa brasileiro; e de 2017 na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, antecedendo o hepta.
Uma pena para o torcedor otimista (e iludido) que sonha com todos os títulos possíveis numa mesma temporada. Eu sou um desses, me iludindo ano após ano. Ou me autossabotando...
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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