A saída de Vagner Love do Corinthians, que ainda pega muitos torcedores desavisados, já tem um rolo por trás: por conta da pandemia da Covid-19, o centroavante brasileiro, que tinha acordo encaminhado com o CSKA, não consegue garantia de que terá entrada na Rússia autorizada, conforme relatado pelos colegas do GloboEsporte.com neste início de semana. O país é um dos mais sofrem atualmente por causa do novo coronavírus.

Fica o alerta para o Corinthians. Não dá pra ignorar a pandemia. Menos ainda que o Brasil se tornou um dos principais polos da doença no mundo. Esse imbróglio com Love indica que um dos impactos da crise, no futebol brasileiro, pode se dar na hora de enxugar o elenco.

1) Vendas nos planos do Corinthians

A exemplo do que outros clubes brasileiros certamente terão de fazer para sanar suas dívidas, o Corinthians já sinalizou que pode encaminhar uma barca de jovens para o exterior nas próximas semanas. Fala recente do diretor Duílio Monteiro Alves cita Carlos Augusto, Lucas Piton, Bruno Méndez e Mateus Vital como exemplos do "perfil de exportação":

"Sobre a situação do Carlos, a gente tem recebido algumas consultas, não só dele. Acredito que até pela dificuldade financeira que é mundial, não só do Brasil, os clubes de fora farão investimentos mais baixos, então o Brasil passa a ser um mercado procurado, por ter jogadores jovens e a diferença do câmbio que ficou maior. O mercado vai se aquecer (...) Carlos não é diferente, tivemos sondagens, mas nada concreto. Lucas Piton também teve, Bruno Méndez, pelo Mateus Vital tivemos consultas. O mercado vai ter um movimento com esses jogadores mais jovens, de contratos menores, vai ser um mercado movimentado no Brasil", argumentou o diretor de futebol no último dia 9, em entrevista à CBN.

2) Brasileiros (não só jogadores) devem sofrer para viajar

Semana passada foi noticiado que brasileiros não devem ser incluídos na primeira lista de nacionalidades com entrada permitida nos 27 países da União Europeia. A abertura gradual deve começar a receber pessoas de fora do continente a partir de julho - sem qualquer perspectiva de o Brasil ser incluído nesta etapa inicial.

Situação similar vive o brasileiro (jogador ou não) em relação aos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Donald Trump, fechou por tempo indeterminado as fronteiras do país para pessoas saindo do Brasil. Vendido pelo Corinthians em dezembro, Júnior Urso por exemplo certamente enfrentaria muitos problemas hoje para se transferir ao Orlando City.

Há também as dificuldades particulares de cada país. No caso da Rússia, por exemplo, o problema é a falta de controle do surto da Covid-19 do lado de dentro das fronteiras. Ou seja: Love poderia ser de qualquer outra nacionalidade e provavelmente seguiria barrado.

Ademais há de se levar em conta que países que já controlaram o primeiro surto da doença estão agora preocupados com uma segunda onda de contágio. É o caso da China, que segue restritiva quanto à abertura de suas fronteiras e gera inclusive debate sobre o futuro de jogadores estrangeiros que hoje estão impedidos de voltarem a suas casas e seus clubes - casos dos brasileiros Renato Augusto, Paulinho, Anderson Talisca e Alex Teixeira.

3) Alternativa

Única venda corinthiana concretizada durante a paralisação do futebol brasileiro, André Luis se mostra um caso peculiar - e exemplo de alternativa. Como já estava emprestado ao Daejeon Hana Citizen, da Coreia do Sul, não precisou de qualquer entra e sai entre países. Bastou uma proposta do clube coreano, e o Corinthians acertou a venda.

O problema é que, dos 22 jogadores que o Corinthians tinha sob contrato com idade para despertar interesse no mercado externo, André Luis era o único emprestado para o exterior.

Inclusive há de se questionar se Gustagol, que está emprestado ao Internacional e recebeu proposta do Jeonbuk Motors, teria agora transferência tão tranquila rumo à Coreia do Sul.

E mais: um vídeo de despedida de Vagner Love do Corinthians

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