Uma torcida que não se cala

Opinião de Roberto Piccelli
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Que ninguém tente calar a Fiel Torcida
Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians
Aparentemente, o Sr. Alexi Stival, vulgo Cuca, fez chegar à imprensa a sua intenção de perseguir quem venha a propagar um fato verídico: a de que ele foi condenado por uma relação sexual coagida com uma adolescente de 13 anos na Suíça – uma condenação que pela lei brasileira vigente tem outro nome: estupro.
É curioso que essa obstinação tenha surgido agora, e não há 30 anos, quando aconteceu o julgamento no estrangeiro. O sr. Stival, aquele cujo sêmen foi encontrado na menina, segundo o jornal Der Bund, nunca pareceu abalado com essa página repugnante da sua biografia – tanto que não foi ao tribunal para se defender na época. Agora que o assunto vem à tona, procura intimidar veladamente aqueles que estão buscando a verdade sobre esse monstruoso acontecimento e relatando na mídia.
E por que o assunto veio à tona? Porque os tempos são outros e porque o Corinthians não é como os outros clubes em que o Sr. Stival trabalhou. Até existem os corinthianos que estão dispostos a tapar o nariz para essa mancha na sua biografia, mas são muitos os que não aceitarão passivamente a sua permanência no comando técnico da instituição. O Corinthians foi fundado pela luta popular, e esse traço não será apagado da noite para o dia em função do desespero por resultados no futebol.
Que ninguém tente calar a Fiel Torcida. Ensaiar uma resposta judicial contra os que apuram os fatos não vai ajudar o Sr. Stival a sair dessa situação em que se colocou ao aceitar dirigir um time como o Corinthians. Pelo contrário: será a garantia de que o tema continuará em evidência. Correspondentes serão encaminhados à Europa. Pessoas relacionadas ao caso serão encontradas. A memória será reavivada.
Aos jornalistas e torcedores que se sintam ameaçados, informo que será uma organizada uma rede de advogados e advogadas comprometidos com a liberdade de expressão para a defesa gratuita e intransigente daqueles que venham a ser alvo de qualquer medida de intimidação.
Essa forma truculenta de tentar controlar a crise renova a necessidade de uma atitude por parte da diretoria para afastar essa crise lamentável do Parque São Jorge. Trazer esse ambiente para o Corinthians já se mostrou um erro em que não é preciso insistir.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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