Ameaças, violência e abuso policial: um dossiê do episódio da torcida corinthiana no Maracanã
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Por Isabela Abrantes
Dois episódios lamentáveis marcaram o jogo entre Flamengo e Corinthians no Maracanã: dentro de campo, a arbitragem tendenciosa que comprometeu o resultado, fora dele, um espetáculo de violência e desrespeito aos direitos humanos.
A grande mídia trata com superficialidade ambos os assuntos, e cabe aos veículos independentes, como o Meu Timão, buscar as respostas e a verdade dos fatos. Desde domingo, temos recolhido relatos de muitos torcedores que presenciaram o episódio. Falamos com torcedores de organizadas, mas trazemos aqui o relato de torcedores não uniformizados que exerciam ali seu direito de torcer pelo time de coração.
A ideia difundida de que o tratamento dado aos torcedores foi justo, ou merecido, parece ser apenas uma versão recortada dos fatos, editada. Por isso, fomos a fundo para discutir e fazer perguntas que muitos não se fizeram: por que o conflito começou? Quais as motivações de torcedores e PM para a violência que se seguiu? O dossiê abaixo procura responder essas perguntas.
Problemas à vista: os preparativos para o jogo
Os problemas antecederam o dia do jogo. A princípio, o Maracanã não estava liberado para a partida uma vez que vinha sendo usado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Com entulho retirado na semana que antecedeu o confronto, estádio foi liberado às pressas, após muita pressão da diretoria do Flamengo.
O estádio operou com carga total de 69.191 lugares, vendidos aos torcedores do Flamengo de forma antecipada. Houve escassez de ingressos, e com isso longas filas, tentativas de invasão de torcedores flamenguistas sem ingressos e relatos de ingressos falsos. Esses episódios, porém, foram praticamente ignorados pela mídia.
Vale lembrar que o "novo" Maracanã reflete o esquema do estádio utilizado para Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, e tem pouca ou nenhuma preparação para receber torcidas adversárias. Muitos torcedores relataram que os problemas de separação entre os torcedores vieram das filas da entrada. Um dos reflexos mais visíveis disso era a débil divisão entre as torcidas, feita de um material semelhante à "grades gaiola de pássaros" como nos contou um dos torcedores presentes.
Para quem conhece o estádio, a entrada da torcida visitante (dividida com entrada de torcedores do Flamengo) fica no setor Sul. Ao invés de uma esplanada como vemos na Arena Corinthians, circundada por avenidas, o acesso é pela Rua Professor Eurico Rabelo. Essa entrada dá acesso ao portão B (dedicado ao Corinthians) e C (destinado aos flamenguistas).
Desde lá, foram relatados problemas nas filas, e as torcidas adversárias que estavam divididas apenas com grades de orientação. Alguns torcedores corinthianos relataram a necessidade de "entrar à paisana" no estádio, sob xingamentos das torcida adversária e um policiamento fraquíssimo no entorno. A escassez de policiamento também teve reflexo na briga dentro do estádio: mediante à ameaça de rompimento da grade divisória entre a torcidas, apenas um efetivo de oito ou dez policiais atuou no momento crítico do confronto.
Quem estava lá
Segundo informações da Policia Militar do Rio de Janeiro, cerca de 15 ônibus foram escoltados de Piraí até o Maracanã. Ou seja, estima-se que um total de 750 torcedores tenham ido ao evento nas caravanas das torcidas organizadas.
De acordo com os relatórios oficiais da partida, porém, o setor visitante recebeu 1340 pagantes. O número reforça o relato de que, além de torcedores uniformizados a partida recebeu um bom número de torcedores comuns, que foram de carro ou transporte público, em grupos menores ou mesmo desacompanhados ao estádio, sem nenhuma proteção policial.
A torcida visitante também tinha famílias - pais e mães com crianças - todas separadas após o fim da partida, quando apenas os homens ficaram retidos. As mulheres e crianças foram separadas e aguardaram a liberação, sem nenhuma explicação sobre o que se passava. Os relatos foram de que não havia informação sobre o que acontecia com os amigos e maridos, aumentando a ansiedade de quem esperava para voltar para casa no estádio.
Por mais de uma vez, mulheres e crianças foram tiradas de "cena". Um relato anônimo publicado por uma torcedora pelo Movimento Toda Poderosa Corinthiana, dá conta de que durante o momento de maior tensão, quando houve tentativa de invasão, parte do grupo foi confinado no banheiro feminino - os problemas antecediam as imagens da TV.
"Cerca de 30 minutos antes do jogo começou a confusão perto dos banheiros. Recebemos a seguinte informação de uma funcionária do estádio: 'os torcedores do Flamengo estão tentando invadir aqui, estão quebrando a grade, fiquem dentro do banheiro feminino”. Logo vimos que polícia estava “afugentando” os torcedores Corinthianos com cassetetes e spray de pimenta. Então vimos a moça que trabalhava no estádio passando mal por causa do spray, quando saímos para tentar ajudá-la os policiais atiraram mais spray de pimenta em nós", completa a torcedora.
A briga televisionada
As imagens mais marcantes do jogo, porém, sem dúvida vieram do momento onde se vê um policial sendo cercado e agredido por torcedores corinthianos. A cena é chocante, e foi largamente utilizada pelos programas de TV.
Algumas perguntas, porém, não foram feitas pela mídia: como aquilo começou? Onde estava o restante dos torcedores do Corinthians? Por que a PM só atuou do lado corinthiano? Por que havia tão pouco policiamento? Por que apenas corinthianos foram retidos quando as imagens mostram claramente o envolvimento de torcedores flamenguistas - incitando e também depredando o Maracanã?
Desde o momento inicial do confronto convencionou-se falar que a torcida do Corinthians brigou com a Polícia. Embora sutil, a afirmação faz um julgamento antecipado ao elencar o sujeito ativo da briga, ao generalizar todos os presentes e a determinar um culpado. A cobertura, porém, omite o estopim dos fatos: a invasão que começou do lado flamenguista.
"Por volta dos 30 minutos antes de começar a partida (no momento que o Walter e o Cássio estavam aquecendo no gramado), alguns torcedores do Flamengo tentaram invadir o nosso setor na parte superior das arquibancadas para poder brigar ou bater na torcida do Corinthians", relatou Anderson Araüjo, torcedor do Corinthians de 35 anos, profissional de RH e que não é membro de nenhuma torcida organizada.
Nessa hora, ainda segundo os relatos de quem estava presente, os torcedores de organizadas se dirigiram ao local e iniciaram o confronto. No vídeo abaixo, é possível ver que antes dos corinthianos, torcedores flamenguistas já se posicionavam junto às grades, provocando e atirando copos do lado alvinegro. Havia um medo generalizado de quem estava na arquibancada visitante de que - uma vez quebradas as grades - a superioridade numérica dos flamenguistas transformasse o episódio em um banho de sangue.
A ação da PM - com pouquíssimos policiais no local - foi pragmática: conter o grupo menor. Por isso, eles atuaram apenas do lado corinthiano, e em menor número do que os corinthianos, com péssima atuação tática, ficaram eles próprios coagidos. Em uma das cenas é possível ver que o único policial do lado flamenguista das grades, apenas lança spray de pimenta nos corinthianos enquanto ao lado dele torcedores do time da casa continuam tentando destruir a grade de separação.
"A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro só batia, reprimia e continha apenas a torcida do Corinthians, e isso encorajava os flamenguistas a tentar chegar até nós para agredir.", completou Anderson. Quando os ânimos foram contidos, o cordão de isolamento foi aumentado, um efetivo maior deslocado para a área e o jogo transcorreu com algumas ocorrências.
Segundo o relato do torcedor Lucas Penati, usuário do fórum do Meu Timão, houve também um desentendimento quando a PM decidiu retirar mastros e bandeiras, anteriormente permitidos, durante a partida. A atitude parecia servir como ação coordenada ao que se seguiria mais tarde.
"No segundo tempo com o gol de empate do Flamengo um torcedor que aparentemente estava no setor da “cativa” do Flamengo, atirou um copo com cerveja, em mim e em cerca de 15 torcedores que estavam sentados ao redor (não estávamos nem perto das organizadas) e o policial que estava do lado do setor do time carioca, olhou para esse torcedor e deu um “joia” pra ele. A partir desse momento vi que alguma coisa não cheirava bem" afirmou Lucas, que também não é integrante de nenhuma organizada corinthiana.
Quem é o GEPE?
O GEPE é o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios, um destacamento do Batalhão de Choque da PMERJ. Em tese, são policiais treinados para lidar com torcedores - desde a revista até a escolta de Torcidas Organizadas, organização de filas e segurança da arbitragem.
Embora clame o título de "referência" em policiamento de praças esportivas, o GEPE demonstrou inaptidão para conter o conflito. Mais tarde, em entrevista, o Major Silvio Luiz deu a entender que a escassez policial no local foi por conta do baixo efetivo policial no momento. Parte dos PMs que deveriam estar ali parecem ter sido deslocados para organizar a entrada dos flamenguistas - após relato de tentativas de invasão e problemas com ingressos falsos.
“Precisamos realizar uma ação para organizar a entrada dos torcedores e nesse momento, houve algumas tentativas de invasão do estádio pela torcida”, declarou o major. O horário dos problemas nas catracas coincide com o momento do incidente: cerca de meia hora antes do início da partida.
Ao fim da partida, porém, o GEPE se organizou e junto a outros policiais do Choque, aguardava os torcedores corinthianos no alto das arquibancadas. Daquele momento em diante seguiram-se horas de terror psicológico e físico. A falta de preparo era tão grande, que o episódio serviu até mesmo para que um dos policiais-agressores, torcedor do Flamengo, extravasasse sua frustração com o resultado do jogo partida.
Em tom de deboche, enquanto os torcedores corinthianos eram humilhados no Maracanã, o policial Marcelo Lisboa, em meio a acusações xenófobas e ameaças, declarou: "Vocês são foda! Ainda por cima ferrou com o Flamengo (sic), não entregou o jogo e o facilitou a vida do Palmeiras. Até nisso vocês fodem todo mundo."
Essa, porém, não foi a pior das afirmações: além de Marcelo Lisboa, outro policial que atendia pelo nome de Chumbinho foi identificado por um torcedor que preferiu se manter anônimo para evitar repressões. O Policial Junior foi outro dos identificados, especialmente por se destacar como um dos mais violentos durante a ação. O torcedor não identificou a patente, especialmente porque sempre que olhavam para os uniformes dos policiais do GEPE, recebiam respostas violentas e cassetadas.
Horas de terror
Cerca de cinco minutos antes do fim da partida, o telão e o sistema de som do Maracanã instruíram a permanência dos corinthianos. Naquele momento, os torcedores organizados ou não que estavam presente, não estranharam a solicitação.
Em jogos como visitante, é praxe que se aguarde entre 30 minutos a 1 hora, até que o entorno do estádio seja liberado, para que a saída aconteça em segurança. Após a saída dos torcedores flamenguistas e de boa parte da imprensa, porém, o protocolo mudou.
Policiais do GEPE se dirigiram a torcida, e já exaltados se dirigiam a todos os presentes, aos berros: "Vocês pensam que aqui é São Paulo? Aqui não é São Paulo, não! Aqui é Rio e ninguém bate em polícia e sai por isso mesmo!".
Os gritos vieram com ordens para que ficassem sentados. Os policiais empurravam homens e mulheres e batiam com os cassetes até que se sentassem. Neste momento, começaram um processo duvidoso de triagem de quem estavam ali.
"Cada um que era supostamente identificado era agredido claramente com socos e com os cassetetes da PM, e levavam essas pessoas para algum lugar do estádio que não sei onde e nem o que é", afirmou Anderson. Munidos de celulares pessoais, observavam as fotos e as pessoas sentados, e faziam ali mesmo o julgamento. Eram eles a própria lei:
- Vocês só vão sair daqui, quando identificarmos todos os agressores. Vocês não gostam de bater em policia? Então vão ter que aguardar aqui, ou pagar por eles aqui.
- E nós temos todo tempo do mundo!
Aí apareceu um PM que estava supostamente mais calma e com alguns requintes de gentileza dizia o seguinte:
- Vocês que são família não vamos fazer nada com vocês, só queremos os que agrediram, queremos os animais das organizadas. Sei que vocês em sua maioria não são de organizadas, porém só queremos esses “animais”.
Outro PM dizia:
- Foda-se! Tá todo mundo junto!
Aí um dos policiais estava perguntando a todos quem era de torcidas organizadas. Cada um que se identificava como organizada, era separado dos demais. E os que se identificaram como torcedores comuns deveriam ficar no mesmo lugar. Algumas pessoas estavam muito assustadas ou que nunca vivenciaram um terrorismo desses não sabiam como reagir, falar, expressar ou se comunicar com a Policia. Estes, tomavam cassetadas apenas porque não entenderam. E batiam mesmo sem dó!
Apesar da alegação de que a intenção era reconhecer membros de organizadas e agressores, a PM mandou que todos retirassem camisas e bonés, o que claro, tornava mais difícil a separação entre os torcedores comuns e organizados.
As mulheres e crianças foram separadas, com falas humilhantes e a mesma rispidez dispensada aos homens até aquele momento. Sozinhos, sentados sem camisa, Anderson e os seus amigos ouviram muitas formas de ameaça: a principal delas, a prisão em Bangu.
- VAMOS LEVAR VOCÊS PARA BANGU, LÁ É NORMAL ACONTECER ALGUNS ACIDENTES, UM CARA CAIR E QUEBRAR O BRAÇO, QUEBRAR UMA PERNA. . .VOCÊS SABEM NÉ! ACIDENTES ACONTECEM.
Negros e pessoas com tatuagens eram os alvos preferidos da PM. Eles eram chamados e interrogados, e se julgados culpado separados do grupo. As ameaças continuavam "Estou louco para amassar", "Vamos dobrar e vocês só sairão daqui amanhã". O processo se seguiu até 22h30.
Aos poucos, os que restaram foram liberados, em grupos, passavam em um corredor polonês com xingamentos da PM e de funcionários do Maracanã, uniformizados com coletes verdes fluorescentes. Não houve relatos de agressão neste momento, mas todos precisaram descer sem camisa de mãos dadas. A cena foi filmada pela imprensa que ficou no Maracanã. Liberados do estádio, os torcedores foram largados no entorno.
Situação dos presos
No entanto, nem todos os corinthianos conseguiram voltar para São Paulo: 64 torcedores foram presos e encaminhados para a Cidade da Polícia. Visivelmente feridos, sem contato com a família, ou possibilidade de defesa, o grupo seria julgado na segunda-feira.
Destes, um grupo já foi liberado após serem autuados. Ainda 31 seguem presos - entre eles um menor - embora não tenham sido julgados, eles foram encaminhados para uma cadeia pública de Bangu. A juíza Marcela Caran, responsável pelo caso, adiou o julgamento e manteve os corinthianos por mais um dia na espera.
Há relatos de que alguns do liberados estão ainda no Rio de Janeiro, mas não conseguiram voltar pois tiveram seus pertences apreendidos. O Meu Timão ainda não conseguiu entrar em contato com estes torcedores, que estariam sendo acolhidos e ajudados pela Fiel Rio.
Dos detidos no Rio de Janeiro, apenas um tinha sido preso anteriormente, por tráfico de drogas. Não há dúvidas de que os evolvidos na briga, devam ser punidos, mas preocupa o fato de que as provas que conduziram à prisão tenham sido apenas comparações de imagens realizadas nos celulares dos policiais cariocas. E mesmo sem uma investigação cuidadosa, a juíza que está julgando o caso, no entanto, já decretou a prisão preventiva dos corinthianos.
De suspeitos pela PM, os 31 torcedores são tratados como condenados sem chance à defesa. Entre eles, chama atenção o caso da prisão de André Tavares, que segundo relatos de amigos e família, não estava nem ao menos presente nas arquibancadas no momento da briga.
Na audiência, que durou 3 horas nesta terça-feira, os torcedores tiveram a prisão decretada pela justiça carioca. Eles foram enquadrados nos seguintes crimes: lesão corporal, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogos, resistência qualificada e associação criminosa.
Curiosamente, mesmo com as tentativas de invasão do estádio e as imagens que comprovam seu envolvimento, nenhum flamenguista foi preso. A única exceção teriam sido dois torcedores, encaminhados para a delegacia após atingir Marquinhos Gabriel com um copo d'água na comemoração do gol. O episódio não consta na súmula.
Repercussão e hipocrisia
A cena onde um policial aparecia apanhando chocou a opinião pública, mas pode se dizer o mesmo do procedimento da policia. Ver, entre culpados e inocentes, os torcedores corinthianos posicionados de maneira disciplinar, descamisados e humilhados provocou revolta em muitos.
A torcida se dividiu entre os que são a favor da ação ostensiva e os que entendem e condenam a atitude exagerada. A favor do GEPE, porém, ficou o Flamengo que divulgou uma nota oficial, na qual ofereceu solidariedade aos policiais agredidos pelos "torcedores corinthianos".
O clube carioca, convenientemente, generalizou a torcida e os agressores e ignorou o fato de que haviam torcedores do Flamengo envolvidos com o confronto. Aliás, torcedores estes que incitaram e iniciaram a briga, mas que foram protegidos pela PMERJ.
O STJD, em tempo recorde, também interditou o setor Norte da Arena Corinthians, responsabilizando o clube mesmo o episódio tendo acontecido no Maracanã - onde, determina a regra, a responsabilidade pela segurança é do mandante da partida. Também estão proibidos uniformes e bandeiras de torcidas organizadas. Vale destacar que a decisão não aconteceu através de um julgamento, e sim via liminar, expedida pelo presidente do órgão, Ronaldo Piacente.
A súmula da partida, que sem nenhuma explicação foi publicada apenas no dia seguinte, também condenou corinthianos. Não há nenhuma citação aos episódios envolvendo torcedores rubro-negro na partida: participação na briga, invasão das catracas, ingressos falsos ou objetos atirados no gramado.
A Rede Globo, constante alvo das críticas dos torcedores do Corinthians, e especialmente das Torcidas Organizadas, também foi ávida no ataque. A convite da emissora, Paulo Castilho - o promotor público inimigo número um das torcidas no Brasil - voltou aos holofotes. Para o promotor, o problema de segurança dentro dos estádios deve ser resolvido com torcida única, dessa vez, em escala nacional.
A solução, já implementada em clássicos no estado de São Paulo, é amplamente criticada. Embora diminua a violência dentro dos estádios, não combate a raiz da violência entre torcedores - que continuam protagonizando episódios fatais. O projeto apenas isenta o poder público da responsabilidade de encontrar e punir os verdadeiros criminosos, a medida que - assim como parece estar sendo feito no Rio de Janeiro - criminaliza toda a torcida e retira do torcedor o direito de torcer e apoiar o seu time.