Quase todo mundo, quando criança, já brincou alguma vez de "batata quente". A brincadeira, que consiste em passar um "objeto-problema" para frente e torcer para que não "estoure" na sua mão, se assemelha muito à situação da Arena Corinthians atualmente. Após vazamento de problemas estruturais do estádio, Corinthians e Odebrecht se eximem de responsabilidade.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo Globoesporte.com, o ex-presidente Andrés Sanchez sugeriu que o Corinthians é vítima desta situação e culpou a Odebrecht pelos problemas surgidos pós-construção. Na semana passada, a construtora havia publicado nota oficial no site do clube jogando a responsabilidade no fundo imobiliário que administra o estádio.

"Não tem acordo, é feita uma ocorrência, tudo é gravado e filmado, a Odebrecht, que ainda é quem tem de responder pelo estádio, conserta, mas a auditoria está indo atrás de todas essas ocorrências para ver o que vai fazer. Então, a responsável por tudo ainda é a construtora", afirmou Andrés.

"As ocorrências que aconteceram no estádio depois da obra, afundar o piso, cair o teto não sei do quê, tudo isso a auditoria está em cima. Doa a quem doer, e se tiver que ir pra Justiça por perdas e danos, o Corinthians vai atrás", completou.

Fato é que, no intervalo de uma semana, surgiram diversas denúncias sobre problemas estruturais no estádio do Corinthians. A Folha de S. Paulo revelou um vazamento de 20 milhões de litros de água no subsolo da Arena. O Globoesporte.com divulgou imagens de goteiras e quedas de placas de mármore.

Com o surgimento de tais notícias, muitos torcedores se revoltaram por conta do valor que o empreendimento custou (e ainda custa). Com juros, a Arena Corinthians deve acabar avaliada em R$ 1,6 bilhão. De acordo com Andrés, porém, se trata do "estádio mais barato do Brasil".

"Um metro quadrado do estádio custou R$ 5.185,00. Procura um estádio aí que você tem esse metro quadrado, com o acabamento que tem na Arena. É o estádio mais barato do Brasil", se defendeu.