Candidato à presidência do Corinthians critica imbróglio ligado à Arena e detona marketing
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Por Meu Timão
Vice-presidente do Corinthians entre 2001 e 2004, Antonio Roque Citadini pretende retornar ao comando do clube no início de 2018. O conselheiro vitalício será candidato à presidência do Timão no próximo pleito, marcado para fevereiro. Segundo ele, o principal desafio da gestão que assumirá a linha de frente da equipe está relacionado ao imbróglio entre Arena Corinthians e Odebrecht, construtora do estádio.
“Há um problema que está se arrastando desde a inauguração do estádio, na Copa de 2014, que é a conclusão do estádio. O Corinthians tem várias pendências com a construtora. Não consegue definir afinal o que falta fazer, o que não foi feito, o que foi feito errado, o que precisa corrigir. O clube precisa, em algum momento, sentar com a construtora e conversar. Vamos ver se a gente afinal conclui (o estádio)”, declarou Roque Citadini em entrevista ao blog do Almir Leite, do Estadão.
“Esta dificuldade ocorre por várias razões. Mas o principal motivo é que a construção do estádio se deu com emoção, com empolgação e faltando alguma racionalidade. Por exemplo: quando você vai conversar com a atual direção sobre esse balanço final do estádio eles dizem: ‘Tá lá o contrato que é de tanto, etc. e tal.’ Não. Aquele contrato sofreu grandes alterações, muitas das quais autorizadas pelo Corinthians”, explicou.
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Inicialmente, a construção da Arena Corinthians custaria em torno de R$ 820 milhões, valor a ser quitado pelo Timão da seguinte maneira: R$ 400 milhões via empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); R$ 420 milhões em CID's, vendidos no mercado para abater impostos. Entretanto, passados mais de três anos da inauguração oficial do estádio, estima-se que o Corinthians necessitará desembolsar, ao todo, mais de R$ 1,6 bilhão.
“O que o clube tem de fazer é sentar com a construtora e conversar. Se houver acordo, vai para a conclusão (do estádio); se não houver, vai para a arbitragem”, sentencia Citadini, que lamenta a forma como a atual diretoria tem lidado com a auditoria da Arena – de acordo com balanço recente, a Odebrecht deixou de realizar cerca de R$ 151 milhões em obras.
“(...) o Corinthians quase que não quer a auditoria. Porque não forneceu dados, procurou trabalhar de forma a protelar... Como se fosse possível fazer um acordo com a construtora sem o clube estar ciente dos seus problemas e das soluções. O que é básico nisso aí: o pessoal que fez a construção não tem condições de solucionar”, frisa.
“O estádio é belíssimo, agradabilíssimo, importante para o Corinthians, a torcida assumiu. A mais importante missão da próxima gestão é resolver o problema do estádio. Resolver bem. A primeira missão é entender que o estádio é muito importante. (...) Ou vai ser no acordo ou vai acabar tendo numa arbitragem, mas deve chegar um momento e solucionar”.
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Além de questionar o modelo de negócio da Arena, Citadini lamentou o trabalho conduzido pelo marketing do Corinthians nos últimos anos. Para o ex-vice-presidente, o fato de o Timão não possuir patrocinador master desde abril, quando o contrato com a Caixa Econômica Federal chegou ao fim, comprova a ineficiência do departamento.
“O marketing é outro grande problema no Corinthians. Nós vivemos uma situação difícil de acreditar. A Caixa só cancelou publicidade no Corinthians. O clube está fazendo uma campanha histórica no Brasileiro e joga sem anúncio principal. É uma incompetência absoluta do marketing. Uma empresa que deixou (de patrocinar), embora tenha continuado em todos os outros clubes. Ninguém sabe o motivo real (de não renovar). O que fica como problema é que nós precisamos ter uma atuação de marketing mais agressiva, que nos dê receita”, completou.