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Despesas levam R$ 15,5 mi da bilheteria do Corinthians em 2018; veja levantamento do Meu Timão

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Por Vinícius Souza e Lucas Faraldo

Boa parte da grana deixada pelo torcedor na Arena Corinthians não vai para o Fundo

Boa parte da grana deixada pelo torcedor na Arena Corinthians não vai para o Fundo

Divulgação/Arena Corinthians

Enquanto busca alternativas de reduzir custos e aumentar seu lucro com a Arena, o Corinthians viu uma fatia considerável de bilheteira ir para o ralo. O Timão termina 2018 com R$ 15,5 milhões em despesas contidas nos borderôs das partidas realizadas em Itaquera – o equivalente a 32,8% da receita total, de R$ 45,4 milhões.

O Meu Timão computou os principais números obtidos pelo Corinthians com jogos de futebol na Arena durante a temporada que se encerra: rendas bruta e líquida, despesas e outros gastos comuns discriminados nos borderôs. O levantamento é composto pela soma de 29 partidas, sendo seis do Campeonato Paulista, quatro da Copa do Brasil e 19 do Campeonato Brasileiro.

Importante: os números inerentes aos quatro duelos do Corinthians pela Copa Libertadores 2018, além de outros três amistosos, não foram contabilizados. Nem Conmebol nem clube disponibilizaram os respectivos documentos financeiros à imprensa.

A seguir, entenda como o Timão embolsou apenas R$ 31,8 milhões dos mais de R$ 45 milhões mencionados no começo deste texto. Veja, também, os gastos de um time de elite da Série A ao realizar um jogo: emissão de ingressos, pagamento a orientadores, bilheteiros, taxas a federações, etc.

O faturamento

A bilheteria total da Arena Corinthians em 2018 foi de R$ 45.470.615,24. Dessa grana, apenas R$ 31.828.215,69 estão efetivamente destinados aos cofres do fundo imobiliário responsável pela gestão e pagamento do estádio, inaugurado em 2014.

Em outras palavras: R$ 15.553.892,54 em despesas foram subtraídos da renda bruta corinthiana (32,8%). Confira o gráfico abaixo:

Renda bruta x renda líquida da Arena em 2018

Meu Timão

Cenário comemorado

Em entrevista ao Meu Timão, o diretor financeiro do Corinthians, Matias Ávila, disse ver com bons olhos os números apresentados pela reportagem. O objetivo da agremiação, segundo o dirigente, é manter a atual proporção de despesas.

“Se for 30% em média, nós somos campeões! Porque às vezes é 50%. Jogo de Campeonato Paulista é 50%, jogo maior dá 18, 17...”, afirma Ávila, que projeta redução significativa de gastos com a iminente saída da Omni da Arena Corinthians e do Fiel Torcedor:

“Nós temos que atingir 30, por isso estamos tirando a Omni, para ter um custo compatível com a grandeza da Arena. A Omni foi contratada por causa da corrida da Copa, a empresa foi constituída para atender à Copa. O Andrés (Sanchez, presidente) fala todo dia, ele quer que tire urgente. Contrato vai até 2019”.

Ingressos

Em seu primeiro desafio no Estadual como mandante (derrota por 1 a 0 para o São Bento), o Corinthians viu R$ 49.183,77 serem descontados da bilheteria como “ingressos”; já em sua despedida da Arena em 2018 (empate em 0 a 0 com a Chapecoense), o gasto com o mesmo item foi de R$ 84.486,27; o valor médio, de R$ 75.850,63.

À reportagem, o gerente financeiro do Timão, Roberto Gavioli, explicou que a despesa representa o custo do ingresso, ou seja, a taxa de direito pertencente ao meio de pagamento contratado – no caso, a PagSeguro.

“Gasto com ingressos não é do Corinthians. Você emite xis mil ingressos por jogo, não é R$ 74 mil todo jogo, ele (valor) varia. A Omni cobra um custo por ingresso, pela emissão física, ou um custo de conveniência”, justifica o mandatário.

“Você paga no cartão e tem uma taxa, ela repassa um custo pela emissão do ingresso, a administração tecnológica do ingresso. O custo sai no balanço, o Corinthians paga, está no borderô”, acrescenta.

Orientadores e bilheteiros

Com os chamados orientadores, o gasto médio do Timão por partida foi de R$ 97.061,16 – exatos R$ 2.814.773,72 computando todos os 29 confrontos disputados em Itaquera. Na visão do Timão, além de comum a outras equipes brasileiras, trata-se de uma despesa difícil de ser reduzida.

“Você falou de orientadores. Orientador tem uma regra legal das federações: se eu abrir um setor, tenho que ter xis orientadores lá. Se o público for muito grande, eu também devo ter xis mais alguma coisa. É igual à taxa da Federação Paulista (5%): todo jogo que a gente joga aqui temos que pagá-la”, enfatiza Roberto.

Com bilheteiros, a conta alvinegra é consideravelmente menor: R$ 297.645,00 (média de R$ 10.263,62). Veja o demonstrativo das despesas incluídas nos borderôs:

Demonstrativo das despesas da Arena em 2018

Meu Timão

Enxugar para pagar!

Ainda que uma fatia substancial da bilheteria alvinegra seja destinada às despesas, o Corinthians entende que há certa margem para redução. Muito em função da dívida de grande porte pela construção da Arena. De acordo com o diretor de marketing do clube, Luis Paulo Rosenberg, a quantia atualizada devida é de, “no pior dos cenários”, R$ 650 milhões.

Matias, por sua vez, celebra o fato de o Timão estar em dia com o pagamento das parcelas junto à Caixa Econômica Federal. “Vale também (mais economias). Quando sobra mais dinheiro lá na Arena, você acelera o pagamento do empréstimo”. O Corinthians recentemente encaminhou acordo com o banco estatal para reduzir o valor das parcelas nestes meses de dezembro e janeiro em função da ausência de jogos e portanto renda de bilheteria.

“O Corinthians precisa pagar R$ 480 milhões em doze anos. Nós pagamos R$ 6 milhões por mês, e está em dia, p*** que o pariu. Isso não pode atrasar, está em dia”, assegura Ávila.

Exemplo de boletim financeiro (Corinthians x São Paulo, pela 33ª rodada do Brasileirão-18)

Exemplo de boletim financeiro (Corinthians x São Paulo, pela 33ª rodada do Brasileirão-18)

Reprodução/CBF

Evolução

Ainda que apresente números grandiosos em despesas das mais variadas, o Corinthians pode se gabar de vir conseguindo enxugar percentualmente os gastos de borderôs. Numa análise comparativa com 2017, houve redução de 4,2 pontos percentuais na "mordida" do valor bruto arrecadado com bilheteria dos jogos da Arena. A mesma análise de 2016 para 2017, para efeito de comparação, registrou acréscimo de 1,9 ponto percentual.

Arrecadação bruta do Corinthians com bilheteria

  • Em 2016: 50,1 milhões
  • Em 2017: 63,8 milhões
  • Em 2018: 45,5 milhões*

Despesas de borderô

  • Em 2016: 17,6 milhões (35,1% do total arrecadado)
  • Em 2017: 23,6 milhões (37% do total arrecadado)
  • Em 2018: 15,6 milhões* (32,8% do total arrecadado)

* Sem Libertadores nem amistosos

Veja mais em: Arena Corinthians, Diretoria do Corinthians, Campeonato Brasileiro, Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Especiais do Meu Timão.

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