Votação de impeachment no Corinthians é suspensa após liminar da Justiça
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Por Meu Timão
Augusto Melo
Danilo Fernandes / Meu Timão
A votação de impeachment no Corinthians está suspensa. Na noite desta segunda-feira, o presidente Augusto Melo obteve liminar na Justiça e conseguiu o adiamento da reunião no Parque São Jorge.
A decisão ocorreu momentos antes do início da votação pelo Conselho Deliberativo. A desembargadora Clara Maria Araújo Xavier, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ratificou a suspensão do requerimento feito pela Comissão de Ética e Disciplina do clube. Ainda cabe recurso, com possibilidade de multa de R$ 100 mil caso não houvesse o cumprimento judicial. O mandatário entrou com o pedido em mãos e entregou a Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, que fez a leitura diante dos conselheiros.
"Apesar de todo o clima que foi criado, com ameaças e violência contra o Conselho — algo inconcebível e inadmissível —, é de ciência de todos que a administração entrou na Justiça contra a realização da reunião. No primeiro momento, não obtiveram êxito no Tatuapé, na Vara Tribunal, mas houve um efeito suspensivo da reunião de hoje. Ainda que não tenha havido citação oficial, decidimos suspender a reunião para cumprir a determinação da Justiça, pois nosso papel é seguir as decisões judiciais", anunciou Tuma.
O Conselho, vale destacar, se reunirá na próxima segunda-feira para votar o orçamento de 2025, com cobranças à atual diretoria por ausência de informações ao Conselho de Orientação (Cori) e conselheiros. Em meio à comemoração de Augusto Melo e seus aliados, Tuma complementou sobre o próximo encontro, que não tem relação com a próxima data da votação do impeachment.
"Quero lembrar aos senhores que está convocada, para a próxima segunda-feira, uma reunião para tratar do orçamento. É importante ressaltar que, pelo estatuto e pela lei, o orçamento precisa ser deliberado na primeira quinzena de dezembro, sem possibilidade de adiamento. Informo também que não foi repassado aos senhores nem o orçamento nem os pareceres do Cori, pois ainda não os recebemos. Dito isso, a reunião está suspensa e será remarcada em momento oportuno. Agradeço a todos. Um grande abraço", concluiu Tuma.
Fora do Parque São Jorge, segundo apurou o Meu Timão, que acompanhou de perto toda a movimentação, a estimativa de torcedores nas redondezas ficou entre cinco e dez mil torcedores. Após a suspensão da votação, os presentes queimaram fogos de artifícios em clima de festa e acenderam sinalizadores.
Minutos depois da interrupção, Augusto Melo e apoiadores se dirigiram aos torcedores, que gritavam "não vai ter golpe". A Fiel também criticou ex-presidentes, dirigentes e membros do Conselho Deliberativo do clube. Os torcedores ficaram a cerca de duas quadras do local.
A torcida tentou reduzir a distância para aproximar o protesto, através de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). No entanto, não houve sucesso na negociação com a Polícia Militar. Para manter a segurança na sede social, o contingente era de 480 policiais. Além da Polícia Militar de São Paulo, o reforço contou com apoio de caminhões da Tropa de Choque, viaturas e motocicletas da ROCAM. Um helicóptero também sobrevoou a sede social do Timão.
O encontro para votar o impeachment contra Augusto, vale lembrar, estava previamente marcado para o dia 28 de novembro, mas foi adiado para segunda-feira, após reunião com as autoridades policiais. Diversos conselheiros, trienais e vitalícios, que totalizam 301, já estavam reunidos no Parque São Jorge para dar início ao processo, com chamadas às 18h e 19h.
O pedido de impeachment foi protocolado com principal base nas supostas irregularidades na intermediação do acordo entre Corinthians e VaideBet. O possível esquema de "laranja" segue em investigação na Polícia Civil, sem data definida para conclusão.
