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Presidente do Corinthians nega sonegação de impostos, fala de dívidas e projeta futebol pós-pandemia

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Por Meu Timão

Presidente Andrés Sanchez voltou a criticar retorno aos treinos durante pandemia

Presidente Andrés Sanchez voltou a criticar retorno aos treinos durante pandemia

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, voltou a falar sobre as dívidas do clube e sobre o retorno aos treinos e jogos após a pandemia do coronavírus. A conversa, dessa vez, aconteceu em uma live com Casagrande, ex-jogador alvinegro, no Instagram, na tarde desta terça-feira.

Durante o papo, Andrés voltou a minimizar os valores divulgados no balanço de 2019, a que o Meu Timão teve acesso na semana passada. Segundo o documento, o clube registrou um déficit de R$ 177 milhões em 2019. As contas, vale lembrar, ainda não estão aprovadas pelo Conselho Deliberativo do clube.

"Não. O Corinthians deve R$ 110 milhões para a União, que só falta a burocracia, é normal. O Corinthians não sonegou imposto, o Corinthians declarou imposto e não pagou. Mas está declarado, entrou no refinanciamento e vai pagar tudo", disse, já falando sobre as dívidas altas referentes aos impostos, principalmente ao FGTS que não é pago desde 2018.

"Os R$ 650 milhões é a dívida total do Corinthians, com Profut e o restante. Isso é muito bom a gente explicar, porque estão falando aí de déficit, e o futebol tem como principal receita o futebol e da despesa também. A auditoria não fez ressalva nenhuma no balanço e é isso, o clube que não vende jogador, no Brasil, fecha com déficit. Infelizmente ainda não somos vendedores ou estabilizadores. Ficamos um ano e meio sem vender, vai dar déficit, e não é culpa só minha. Mas entendo que estamos em ano eleitoral, eu que estou no comando, vem tudo isso à tona", completou.

Outro assunto que vem sendo bastante debatido nos últimos dias é o retorno do futebol em meio à pandemia da Covid-19. Andrés Sanchez manteve, mais uma vez, a postura de não retornar aos treinos e jogos sem autorização dos responsáveis por São Paulo. O mandatário também criticou os clubes que já estão tentando retornar, casos de Grêmio e Internacional, no Sul.

"Nós temos que voltar o mais rápido possível, mas desde que as autoridades de saúde e os médicos do clube derem 'ok'. Com todo respeito, mas voltar da maneira que alguns times estão voltando aqui no Brasil não dá. Dez metros de distância, de máscara... Assim é melhor não voltar", disse.

Andrés Sanchez conversou com Casagrande na tarde desta terça-feira

Andrés Sanchez conversou com Casagrande na tarde desta terça-feira

Reprodução / Instagram

"Eu entendo que futebol é importante, como tudo no Brasil é importante, a prioridade sua é o que você mais usa, a minha é futebol porque sou presidente do Corinthians, mas tem vários fatores por trás que temos que pensar. Eu acho que voltar, para treinar separado assim, é melhor não voltar. E treinar com essas notícias de morte, é muto difícil. Até de se concentrar e ter cabeça para o futebol. Queira ou não queira tem muito psicológico e ninguém vai fazer esporte sabendo que seu pai, seu avô, seu filho está correndo perigo", completou.

Na conversa, o presidente ainda falou que acredita que o futebol voltará diferente após a pandemia. Para ele, os jogadores ficarão mais baratos diante do cenário vivido no mundo.

"Se você é CLT e eu te mando embora, te pago 40% de multa. Jogador de futebol, se você manda embora, tem que pagar o tempo inteiro de contrato que resta. Então, eu acredito que quando voltar o futebol, novas contratações e jogadores vão vir com uns 50% mais baratos, mas você vai ter que cumprir com tudo que já tem, com uma receita de R$ 500 milhões que vai cair para uns R$ 300 milhões. Os jogadores que já tinha contrato em vigor terão que ser pagos. Vai ser muito difícil, mas vamos ter que saber passar por isso", projetou.

Andrés Sanchez ainda falou novamente sobre a saída de Ralf, relembrou seu início no Corinthians e até mesmo a passagem pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Confira outros trechos das respostas de Andrés para Casagrande

Mais sobre a dívida

"No ano passado nós exageramos muito em contratações, gastamos mais de R$ 120 milhões, deu certo, deu errado... contratamos, vimos a TV cair a receita, porque quase não tivemos jogos na TV aberta, foi muito no pay-per-view, deixamos de arrecadar quase R$ 60 milhões. A média de venda dos jogadores dos últimos anos era de R$120/130 milhões, nós vendemos praticamente R$ 18 milhões de jogadores e o restante, cerca de R$ 40 milhões, foi de solidariedade de jogador que foi revendido lá fora. Só entre televisão e venda dos jogadores nos últimos anos tinha praticamente R$ 130 milhões arrecadados. Eu fiz apoio trabalhista de mais de R$ 30 milhões, que também está no balanço, eu fiz questão de colocar. Coloquei tudo, como vou sair no final do ano, para não deixar dúvida".

Detalhes da reunião com Tiago Nunes e diretoria

"Nós tivemos uma reunião outro dia e não foi nem para falar de jogar, foi para projetar nossa volta. Vamos ser francos, enquanto não tiver um tratamento 100% garantido ou uma vacina, vai ter esse risco nos próximos meses. Como vamos colocar 50 pessoas para trabalhar? Qual vai ser o protocolo? Isso que fomos pensando. Jogador não pode cuspir no chão, não pode encostar um no outro... como? Estamos discutindo muito com os médicos. Para falar a verdade, de jogadores não estamos falando muito não. Tem esse negócio do Jô, que é óbvio que se rescindir contrato lá, ou chegar no final do ano, ele é uma grande opção. Ele quer o Corinthians e o Corinthians quer ele, mas fora isso não tem nada".

Estratégia em relação aos cortes de salários

"Eu podia ter mudado maio, junho e julho porque a MP dava três meses para você mexer no salário. Eu mexi no salário de maio 70% dos funcionários que ganham até 5 mil porque é reposto pelo Governo e perde pouquinho. Quem ganha mais de 5 mil realmente perde, mesmo com a compensação do Governo. E foi tirado 25% dos jogadores porque a lei permitia tirar só 25 dos atletas que tem carteira profissional, com CLT pré-determinado. Que foi o do salão, o do futebol feminino e dos profissionais. Os jogadores foram muito solícitos. Se precisar mais coisa, eles estão solícitos a fazer. Mas agora dói o coração tirar dos funcionários, mas eu tirei só o mês de maio. Agora dia 25 vamos conversar novamente e vamos ver o que tem que ser feito no mês de junho. Como você disse, a receita do clube está 25, 30% daquilo que seria a receita. Daqui dois meses nem para pagar os 30% desse ou daquele vai ter".

Veja mais em: Andrés Sanchez, Diretoria do Corinthians e Pandemia do coronavírus.

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